The Midnight Haze

22. Over

𝑌𝑜𝑢 𝑘𝑒𝑒𝑝 𝑐𝑎𝑙𝑙𝑖' 𝑛 𝑚𝑒 𝑏𝑎𝑐𝑘
𝐼'𝑚 𝑗𝑢𝑠𝑡 𝑡𝑟𝑦𝑛𝑎 𝑔𝑒𝑡 𝑐𝑙𝑜𝑠𝑢𝑟𝑒

Sebastian Hale

Não vou desistir dela tão facilmente. Surtei no navio antes de sair, surtei no momento em que coloquei meus pés no apartamento e surtei quando fui atrás dela, onde mais uma vez precisei usar o meu dinheiro e sobrenome para conseguir o endereço dela. Estou quase beirando a loucura, mas eu prometi a ela que a protegeria.

Jessica entrou em contato comigo e aceitou me deixar a par das coisas portanto que eu deixe Hazel respirar antes de enfrentar o tribunal. Ainda que não faça sentido para mim, aceitei a contra gosto somente para entender o quão ruim a situação está. E, com o meu tempo livre, escolhi enfrentar o meu problema antes.

Ontem, pela manhã, encaminhei-me para resolver a questão do divórcio. Decidi deixar Eiza de fora depois de descobrir que posso iniciar a separação mesmo sem o seu consentimento, bastando provar a traição e que já estávamos separados fisicamente. Passei o dia inteiro com meu advogado, Christopher, e o juiz para obter minha carta de alforria. Tomei a iniciativa de ligar para Eiza com a intenção de encerrar nossa história logo depois de conseguir finalizar as coisas. Uma história cansativa e antiga, mas que necessita de um último capítulo. Ela relutou em me encontrar, mas concordou quando deixei claro que, de uma forma ou de outra, isso aconteceria. Marquei o encontro para a tarde, três dias após minha tentativa de ver Hazel e oferecer algum conforto. Embora doa, entendo por que ela concorda com Jessica sobre nós. Ela perde a vontade de enfrentar os problemas quando está comigo, pois transmito a falsa impressão de que nada de mal pode acontecer enquanto estou por perto. Queria que fosse verdade, mas no nosso último dia no navio, percebi que não posso protegê-la o suficiente com apenas o meu amor.

Deixei Octavia no prédio onde Hazel mora, e meu coração tremeu, batendo acelerado, quase pulando do peito, quando uma mulher tão parecida com ela saiu pela porta, equilibrando alguns objetos nos braços. Infelizmente, não era ela, e por muito pouco Octavia não sugeriu que eu desafiasse a decisão das duas para tentar vê-la novamente.

Mas enquanto ela não tiver certeza, não pretendo incomodá-la.

Segui o caminho até a casa da minha ex-mulher. Fiquei um tempo no saguão, ponderando se era uma boa ideia encontrá-la sozinho. Não é que eu não confie em mim, mas é porque ela sempre me traz problemas. Então, liguei para o meu advogado, e o fiz vir até mim com os documentos assinados pelo juiz. Somente quando ele chegou, molhado pela chuva súbita, tive a coragem de subir até a cobertura, ansiando voltar para casa e me entregar às bebidas com Michael

— Acha que vai adiantar de alguma coisa? — Christopher me olhou por cima dos óculos.

Saímos do elevador.

— Não é como se ela tivesse muitas opções.

Caminhamos pelo corredor que continha apenas duas portas, uma de cada lado, que respectivamente conduziam às coberturas do prédio, cada uma com uma estrutura visualmente distinta. Esperei que ela abrisse a porta e, quando nossos olhares se cruzaram, fui puxado para dentro da casa, com ela agarrada firmemente ao meu pescoço.

Fiquei sem saber onde colocar as mãos, e por isso ela percebeu e me soltou. Chris deu um passo para mais perto de nós dois e ela o encarou, os olhos azuis cintilantes, o rosto fino e magro demais.

— Não achei que precisaria de testemunha apenas para conversar comigo, Sebastian.

Ela é tão... fria.

— Achou mesmo que eu viria trocar confidências e fofocas sobre a minha vida? Te contei na ligação que o único motivo pelo qual estou aqui é o divórcio.

Ela me olhou. Cada vez mais difícil para ela esboçar qualquer expressão, como se seu rosto estivesse parcialmente congelado. Não sei o que isso significa, ou o que está acontecendo, mas Eiza já foi tão deslumbrante que o número de relacionamentos que ela teve antes de mim, que foram muitos, nunca me impressionou.

A loira suspirou e se dirigiu ao sofá. Chris fechou a porta, eu a segui, mantendo-me o mais distante possível dela.