25. Easier

38 9 38
                                    

𝐼𝑛 𝑡𝘩𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑛𝑖𝑛𝑔, 𝑤𝑒 𝑐𝑎𝑛 𝑤𝑜𝑟𝑘 𝑖𝑡 𝑜𝑢𝑡

Hazel Black

Quando chegamos em casa, me deparei com o cenário semelhante ao quarto dele no cruzeiro, porém com tons mais escuros e harmoniosos. Ele me deixou sozinha por uma hora - depois de explicar que eu deveria me sentir confortável para fazer o que eu quisesse, pois avisou que faria algumas compras de última hora já que não tinha muita coisa nos armários. E nessa uma hora, meu corpo começou a coçar, desejando procurar a caixinha de anel que vi no chão no nosso último dia no navio. Foi difícil manter o bom senso e não bisbilhotar a casa do meu namorado na primeira visita. Então ele voltou e me encontrou sentada no sofá, do exato mesmo jeito que me deixou antes de sair. O sorriso que ele abriu para mim aqueceu meu coração, pois deu para ver que ele estava feliz apesar de tudo estar desmoronando ao nosso redor. Sebastian colocou as oito sacolas pesadas na mesa, voltou e praticamente se jogou em cima de mim, deitando entre as minhas pernas com a cabeça em minha barriga. Ele riu com o som do meu estômago pedindo comida, puxou o tecido para cima e deixou pequenos beijos que se arrastaram para baixo, quase perigosamente.

Senti em seu olhar a vontade de perguntar sobre algo que ele deixou claro que deseja — algo que eu também acho que desejo, mas ele desistiu depois de pensar demais. E ele está sempre pensando demais. Me deu um selinho rápido e avisou que prepararia algo para comermos, que o almoço mais cedo não tinha sido suficiente para me alimentar e devolver o peso que perdi por ser muito teimosa. Obviamente, eu não o deixei sozinho nisso e fiz questão de mostrar meus dotes culinários que fui obrigada a aprender quando precisei cuidar de minha mãe antes de ela falecer.

Sebastian ligou para uma pessoa específica para vender o carro, uma pessoa especial que ele não quis me contar enquanto cozinhava. Mas depois de muita insistência, ele me contou que seu advogado sempre cobiçou a Ferrari, mas também acha absurdo pagar mais de quatro milhões em um carro, e por isso ele tinha um relativamente "barato". Então, Bash vendeu para o advogado por dois milhões e meio. Foi inevitável não me sentir culpada por isso, mas estranhamente, foi ele quem precisou me confortar e não o contrário, sendo que foi ele quem perdeu algo muito importante.

Ele tentou me arrancar sorrisos colocando uma música na cozinha, dançando ao meu redor como um bobo, mexendo os quadris de forma engraçada, fazendo caras e bocas enquanto a música tocava ao fundo.

Em algum momento, ele pegou a faca que usou para cortar os bifes de carne e a usou para melhorar sua apresentação para mim, como um serial killer canibal dançando na cozinha enquanto corta um pedaço do corpo de sua vítima. E então me vi dançando com ele, enquanto esperávamos a carne no forno ficar pronto.

— O que vai querer beber?

Sebastian segurou a minha cintura, me balançando junto com ele.

— Água — respondi.

— Tem certeza? Bebida é o que eu mais tenho aqui, Haze — disse ele, desconfiado.

Me inclinei dando-lhe um beijo no queixo.

— Já bebemos demais por um dia, meu amor, e você anda bebendo mais que o necessário.

Ele revirou os olhos. Sebastian encostou sua testa na minha, desceu as mãos pelas laterais do meu corpo e novamente, o peguei pensando demais. É por isso que estamos o tempo todo curiosos sobre o pensamento um do outro.

Não quero contar sobre a minha menstruação atrasada, porque já aconteceu várias e várias vezes antes. Acontece que eu tenho um probleminha com anemia, e de tempo em tempo o meu período menstrual muda. Então, não quero criar expectativas sobre algo que já tenho em mente que vai ser difícil para nós dois.

Talvez seja uma bênção ser apenas anemia. Não quero estar grávida quando eu tiver que experimentar um episódio de "Orange is the New Black."

Sebastian me deu um beijo de esquimó.

— Bash?

— Hm?

The Midnight HazeDonde viven las historias. Descúbrelo ahora