PARTE (24)

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Sabendo com quem estava lidando, Jungkook  foi sozinho para o local de encontro com o antigo sócio. Se arriscaria por sua família, não importando consigo mesmo e com o que viria a acontecer quando estivesse diante de seu maior inimigo, alguém que tinha ajudado a polícia a colocar atrás das grades.

Ao chegar no galpão abandonado, no limite de Busan, entrou no lugar com as mãos erguidas, simulando rendição. Bastou caminhar mais um pouco e avistou Jung Kai sentado à uma mesa de chá perfeita. O lugar parecia outro, estava arrumado e limpo, a única diferença eram os vários capachos de Kai espalhados pelo galpão, todos empunhando armas contra sua cabeça.

— É muito bom voltar a te ver, Jeon Jungkook . — Levantou-se para recebê-lo.

— Não me importo se vai me matar, desde que isso acabe aqui. — Se aproximou confiante, ainda que por dentro estivesse morrendo de medo. — Não quero que respingue naqueles que eu amo. — Ele ficaria satisfeito se tudo terminasse com sua morte.

— Sente-se e vamos tomar um pouco de chá. — Afastou a cadeira, se sentando no lado oposto.

— Está com cianureto? — Perguntou sarcástico, segurando a xícara pela asa.

— O gosto do cianureto se confunde muito com-

— Já li todos os livros de Agatha Christie, vamos direto ao ponto, por favor. — Sem medo, bebericou o chá, cruzando as pernas. — O que quer dessa vez? Uma surra? Tiros? Tortura? — Insinuou, irônico. — Quanto mais rápido isso terminar, melhor será para todos. — O mais velho arrastou os cantos dos lábios em um sorriso sútil.

— Você faz uma ideia errada de mim, querido. — Foi sua vez de bebericar o chá. — Nunca parou para analisar sobre o quão somos parecidos? — Apoiou as costas na cadeira, colocando a xícara de porcelana sobre o pires.

— Eu não me pareço com um monstro como você. — Proferiu irritado. — Sei sua ficha completa; roubos, mortes, torturas. — Apoiou os cotovelos na borda da mesa, se inclinando em sua direção, confrontando-o.

— Na minha família, só morre quem merece. — Declarou, igualmente impaciente. — Não são tolerados quaisquer desrespeitos. — Jungkook  movimentou-se desconfortável. — Sofre quem merece sofrer. — Seus olhos fixaram-se aos seus.

— Não estou interessado na sua família. — Cruzou os braços, olhando na direção oposta.

— A nossa família, Jungkook . — Soltou, de de repente, trazendo a atenção do alfa para si. — Você é meu filho e como eu sei que não acreditaria na minha palavra, pedi um teste de DNA e o resultado está pronto, veja com seus próprios olhos. — Deixou a pasta com o exame sobre a mesa. — Eu não sabia que a sua mãe estava grávida de mim, só descobri anos depois. Você não é filho daquele alfa patético, que você acha que é seu pai, eu sou seu verdadeiro pai e está na hora de assumir meu lugar na sua vida.— Afirmou com uma convicção absurda. — Eu sou um monstro, um alfa odioso, mas ainda assim, sou seu pai, Jungkook  e você não pode fugir disso. — Lançou-lhe um olhar límpido, muito diferente do habitual.

— Não é verdade. — Protestou, furioso. — Não pode ser verdade. — Chiou mais um pouco, inconformado com a notícia repentina.

— Faça você mesmo um teste de DNA. — O desafiou. — JungSook não é o santo que você pinta. — Seu tom se tornou insinuante, provocativo. — Ele foi o responsável pela morte de Nam Taehyun. — Revelou, deixando o outro ainda mais incrédulo.

— A Soomin pôs fogo na casa. —  Bem, era o que todos acreditavam.

— Isso foi o que ele fez parecer.— Contrapôs, apoiando os cotovelos na borda da mesa. — Ele odiava o Taehyun, não odiava? — Perguntou, encarando o mais novo.

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