Capítulo III

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-E se estiver certo? E se eu realmente estiver gostando desse trote?

-Se disser mais uma vez que isso é um trote, pintarei um quadro com seu sangue usando suas entranhas -O tom do voz do homem ficou mais baixo e sério.

-Pode tentar se quiser. -Wendy sentou em cima da mesa e cruzou as pernas.

-Tentar? Quando foi que ficou tão confiante?

-Sempre estive.

-Ótimo, é bem mais divertido quando a vítima tenta luta.

A chamada foi desligada e o silêncio tomou conta de toda a casa, sendo interrompido pelo som da televisão. Wendy sentiu seu coração bater com tanta força no susto que parecia querer sair do peito

Uma música calma tocava, o volume não estava alto então não foi isso que assustou a garota. Quem havia ligado a televisão?

Wendy se virou rapidamente para a gaveta e pegou uma faca grande. Quando voltou para a posição inicial, notou uma silhueta no escuro do corredor que ligava cozinha e sala.

Tremendo, segurou a faca com toda força que pode mas não foi capaz de mover um dedo, nem atacar nem correr

Aquela sombra se movia aos poucos, lentamente saindo do escuro para a cozinha pouco iluminada, ficando exatamente na  entrada do corredor. A música já não era mais o único som, a respiração ofegante de Wendy quase soava mais alta

-Respire fundo, querida, mas com calma.

Ela permaneceu em silêncio

-Qual é o problema? Onde está aquela mulher corajosa que me desafiou agora mesmo? HM?!  - O homem bateu o pé com força no chão e riu vendo o susto que causou - Não vou machuca-lá, certo?

-Fique longe!

-Por que eu deveria? Me deu liberdade para TENTAR fazer algo.

A fantasia preta o cobria dos pés a cabeça mas era possível notar sua força, além de ser maior

-Solte isso. -Não era um pedido, a voz baixa e séria deixavam claro.

-Tudo bem...-Wendy murmurou soltando a faca no chão.

-Não precisa ter medo, não farei nada que não mereça.

-Não mereço ter minha casa invadida por um estranho que me ameaça a cada palavra que digo.

-Silêncio. -Ele se aproximou e assim usou uma das mãos para apertar o pescoço da jovem enquanto pegava o telefone dela com a outra. -Não vai precisar disso por enquanto.

-Tem medo de que eu ligue pra alguém?

-Alguém quem? Já disse que sei muito mais do que imagina, sei que a polícia daqui só se importa com casos extremos. Até chegarem aqui, já estaria se afogando com seu próprio sangue. -Ele acariciou o rosto dela.

-E o que pretende fazer agora?

-Quantas perguntas...

O mesmo se aproximou um pouco mais do que Wendy gostaria, fazendo ela descruzar as pernas e puxando-a pela cintura, fazendo a jovem arregalar os olhos ao sentir algo tocar suas coxas por baixo da fantasia dele

SINNERS (+18)Where stories live. Discover now