𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)

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As pontas dos dedos deslizam nos cabelos macios, retirando os fios desalinhadas caídas sobre seu rosto irradiando ternura, encontrava-se em profundo sono, sobre os seios nus da mulher que continua a brincar com as madeixas de cabelo.

O braço esquerdo repousa sobre a cintura de Ji-Hye, que agora olhava atenta aos "desenhos" em seu braço, em meio símbolos sem sentido e outras tatuagens da organização, uma em específico de uma única flor presa a uma madeixa de cabelo lhe chamou a atenção. Uma tulipa vermelha.

Sua mente vagueia ao bilhete deixado junto das últimas flores que Hyeon havia lhe mandado, com um pedido incomum: "Quando vier a meu encontro, use flores em seu cabelo"

Retirou o braço do homem cuidadosamente, evitando acordá-lo e voltara para seu apartamento.

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Dois toques na porta, abrindo timidamente, as madeixas louras aparecem entre a fresta, em seguida sua silhueta, a garota parecia nervosa, suas mãos estavam trêmulas.

— Me chamou? — deu um sorriso amarelo.

— Acho que já deve saber o porquê! — virou para ela o tablet que exibia uma reportagem.

— Ah, isso? Eu já vi, que tragédia! — fora até o espelho tirando da bolsa um batom chanel vermelho.

— Não se faça de sonsa. — Ji-Hye se levantou descontente. — Eu lhe passei a rotina da casa exatamente para esperar que estivesse vazia.

— Ups. Eu sou um pouco distraída! — deu uma risada carregada de desprezo realçando o tom dos lábios.
— Que foi, peguei pesado demais?

Ji-Hye sentiu seu sangue ferver, embolou as mãos aos cabelos louros da mais nova acertando seu rosto com tudo no espelho fazendo o mesmo trincar.

— Deixa eu te esclarecer umas "coisinhas". — aperta o rosto da menina sobre o objeto trincado, fazendo-o em pedaços. — Se voltar a cometer um erro, por menor que seja, eu vou cortar suas pálpebras e te furar inteira. Mais uma gracinha e eu tiro seus olhos fora.

— Calma sua louca, foi uma travessura, achei que devia dar um toque de sofrimento, não quer que ele se lamente profundamente?
Não gostou da forma que ele correu para ti como um cãozinho ferido?

— Não ta incluído matar terceiros! — continua pressionando o rosto da jovem.

— Você também não é a madre Teresa de Calcutá, acha que não sei que matou uma criança inocente? Somos iguais, gostando ou não!

— Sua ratinha de esgoto, não somos iguais. Você é muito inferior a mim! — continua a cravar as unhas no couro cabeludo de Mei.

— Dá pra me soltar sua desequilibrada? — pediu levantando as mãos em rendição. — Hyeon tem muito dinheiro, aquelas coisas materiais não significam nada pra ele, mas pessoas sim. Ele tem uma pose de fodão, mas é um fraco sentimentalista!

Soltou seus cabelos, ajeitando o vestido ao corpo, alinhando algumas mechas de seu cabelo escondendo sua ferida lateral.

— Faz sentido.. — concordou voltando a sua mesa fitando Gang-Tae parado na porta com uma expressão incrédula.

— Melhor eu voltar mais tarde — deu uma risada sem graça para Ji-Hye fechando a porta.

— Sejamos rápidas Mei-Hui. Pedi que viesse para iniciarmos a próxima etapa.. você precisa se aproximar de Yu-mi — dera a ela uma fotografia da jovem.

— Que maldade! — deu uma risada pegando entre os dedos — o que eu tenho que fazer com a pirralha?

— Nada demais! Ela é a unica que não quero prejudicar, pelo contrário, vamos juntá-la com o homem que ela ama. Ele é uns quinze anos mais velho que ela, e por isso Woozie vai surtar, com o histórico de Lee-Yeon... quero que Yu-mi perca o respeito por ele, e se possível, o amor também!

— Que espertinha, sabe que não pode atingi-lo diretamente porque morreria em segundos, por isso quer por Yu-mi contra ele! — balançou a fotografia.

— Exatamente! Woozie só tem ela para perder, vou usar do pecado de desejar um homem mais velho, fora dos padrões estabelecidos do clã, Woozie perderá a filha se matar Lee-Yeon, e então vai optar por tentar separá-los e perder o resto do respeito que tem com outros, isso vai enfraquecer sua reputação, pouco a pouco ate não sobrar nada, uma nova rebelião começar, e Gang-Tae finalmente ocupar seu posto por direito. — sorriu vitoriosa, com brilho ofuscante em seus olhos.

— Você é uma cobra venenosa. — guardou na bolsa a fotografia.

— Quero eles bem juntinhos, alimente os desejos sexuais de Yu-mi por ele e vice-versa, tá na hora de Woozie pagar o que me deve. Grava tudo e me mande por e-mail! — sorriu para Mei-Hui que prestou continência como se fosse uma soldada e se retirou.

Não demorou muito para Gang-Tae surgir na porta, parecia desconfortável, já não tinha a mínima vontade de pegar seu posto volta.

— Eu quero almoçar, tô com fome! — ofereceu sua mão a Gang-Tae que a beijou.

— Precisamos conversar... — a seguiu com o olhar. — Mas antes, sane minha duvida, quem era a loira, e por que a machucou daquela forma?

— Ela é minha carta curinga! — juntou as mãos animada como se lhe falasse banalidades do dia a dia.

— Carta curinga? — um ponto de interrogação de formou no seu rosto.

— Quando for o momento ideal para usá-la vai entender seu propósito. — pegou em seu braço arrastando para fora.

— Não ta se esquecendo de nada? — tinha uma expressão divertida no rosto.

— Do que eu deveria me lembrar? — fingiu estranheza.

— Hoje é... o seu aniversário! — deu um sorriso forçado, escondendo as mãos nos bolsos sobretudo.
— Normalmente nos esquecemos de reuniões e pertences no trabalho, mas não do próprio aniversário!

— Como ficou sabendo disso? — seu descontentamento era notório.

— Todas as suas informações estavam comigo desde o princípio! — ergueu as mãos em rendição — Em minha defesa, foi por conta do dossiê.

— Nem me lembre daquela fase tenebrosa da minha vida, vamos dar as mãos e fingir amnésia! — revirou os olhos, e então continua arrastando o homem para a saída.

A tarde deveria ser mais confortável do que a noite mas as previsões do tempo estavam erradas, um frio avassalador de adormecer as pontas dos dedos fariam parte do fardo a carregar.