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Acordei com a porra do galo da vizinha, agradeci e o amaldiçoei mentalmente, estava energizada, pronta para mais um dia de trabalho.

Vesti meu uniforme e fui pegar o ônibus para chegar até a lanchonete, eu havia perdido minha habilitação ao bater minha moto em um carro e quase matar uma criança atropelada, mas acho que eles tinham razão...

Desci no meu ponto e caminhei poucos metros para entrar na lanchonete, cheguei no exato momento em que abriu, como de costume, vesti meu avental por último complementando meu uniforme.

Os clientes logo entraram após alguns minutos de conversa entre as cozinheiras, eu e os outros garçons fomos atendê-los.

- Sn!Estou feliz por me atender hoje, faz tempo que não nos falamos, não é? - Ela ri divertida e retribui com um sorrisinho de lado. 

- Realmente Nora, o que aconteceu?Não te via mais por aqui...

- Tive uns problemas pessoais, não foram graves nem nada do tipo. - Ela diz com um semblante desanimado.

- Melhoras. - Atendo o seu pedido costumeiro e sorte que já estava pronto, a entreguei e a mesma agradeceu.

Esperei que outros clientes viessem e me surpreendi ao ver aquele mesmo homem novamente, mas agora acompanhado de uma mulher.

Seus cabelos ruivos davam destaque a seu vestido vermelho, seus olhos eram castanhos claros e a mesma usava uma maquiagem constituída por um batom vermelho pulsante.

O homem entregou uma mala média de cor prata, ela agradeceu e foi embora.

Andei até o mesmo e por seu olhar me reconheceu.

- Bom dia!O que deseja? - Preparo a caneta no papel.

- Chocolate. - Dessa vez respondeu simples e me desafiou com os olhos a descobir o tipo de chocolate que ele queria.

Deduzi em minha cabeça que ele gostava de coisas amargas, só pelo café sem açúcar eu tinha um ponto nessa teoria.

- Ei, vocês tem chocolate amargo?

- Sim, Sn! - Ela me entrega sabendo que eu pediria, para dizer a verdade eu também gostava. 

- Me dê, um ao leite e outro amargo.

 Disse e ela me entregou uma das barras.

- É para os clientes ou para você, mocinha?

- Um cliente. 

Vou até o mesmo homem e entrego o chocolate amargo, ele abre o pacote mordendo e por seu silêncio deduzi que havia acertado.

- Gostei!90% amargo, poderia ser 100. - Ele diz - Serve.

- Deseja mais alguma coisa, senhor?

- Me surpreenda. - Ele me desafia novamente entrelaçando suas mãos e escorando seu queixo nelas.

- Seu pedido está a caminho, senhor!

Vou mais uma vez para a ala da cozinha . Peço detalhamente o que eu queria que elas fizessem, elas aceitaram e cumpriram o desafio que eu coloquei a elas, pedi um doce, que parecesse o mais doce possível, mas que ao prova-se teria um gosto incrívelmente amargo, não exageradamente é claro.

Elas fizeram e eu acompanhei, no final coloquei de graça um pitada de açúcar por cima.

Indo em direção ao cliente entreguei o pedido e ele olhou duvidoso.

Ele deu a primeira mordida, ele estava sentindo o gosto amargo preencher sua boca, ao  mesmo tempo que parecia agoniado o mesmo parecia cada vez mais querer um pouco.

Superior {Imagine Sukuna}Onde histórias criam vida. Descubra agora