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Chegou o dia onde Agnes mais adora.

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Uma vez no trimestre vem um velho gentil me ver, ele sempre passa aqui e pergunta como eu estou, tenta saber se minha irmã está bem, se eu tenho notícias dos meus pais, se eu preciso de alguma coisa, etc.

Ele se chama Koyama, segundo ele, era amigo dos meus avós, que já se foram.

- Quer alguma coisa pra comer? - Perguntei ao senhor sentado em minha poltrona.

- Não, mas agradeço, porém vim aqui apenas para saber como está. Fiquei sabendo que conseguiu um emprego novo.

- Ela disse que ficaríamos juntas, mas agora ela passa o dia inteiro trabalhando. - Agnes resmungou e Koyama riu.

- É isso que vai te sustentar, menina. - Reclamei.

- Mesmo assim, ela chegou 6 horas em casa.

- Conheço gente que chega em muito mais tempo. - Koyama ressaltou. - Mas não se preucupe, essas coisas acontecem, mas nesse tempo aproveite sua presença ao máximo.

- Ela não deixa, fica mechendo no celular. - Me senti uma palhaça, Agnes é uma fofoqueira mesmo.

- Me erra, Agnes. - Reclamei e ela bufou. - Sua chata!Mas estamos muito bem sim, Koyama. Agradeço a preocupação.

- Ei, como meus avós eram? - Agnes perguntou com um brilho nos olhos. - Meus amigos sempre dizem que as avós sempre cozinham muito bem.

Mesmo com essa pose de garota rebelde, ela sempre quis saber da família dela, eu tive a sorte de conhecê-los, mas acabou que ela não.

- Seus avós tinham  essa qualidade, seu avô fazia um café incrível, sua avó tinha as mãos delicadas principalmente em fazer bolos deliciosos.

- Sério?Ela era confeiteira?

- Há muito tempo atrás sim, mas por sua doença, não mais.

- Que triste... isso você não me conta, né sua falsa? - Agnes me cerrou com os olhos e eu passei as mãos no rosto.

- Eu nem sabia, pra mim ela fazia por fazer. - Falei.

Continuamos conversando, Agnes perguntava tudo o que podia ao homem antes que ele fosse embora, 7h em ponto, ele tentava responder o que podia, mas algumas coisas foram esquecidas

Quando chegou as 7h ele foi embora, Agnes não estava satisfeita, ela queria que mais perguntas fossem respondidas.

- Se eu nascesse saudável...meus pais ainda ficariam comigo? - Agnes perguntou cabisbaixa e eu a encarei preocupada. 

- Não sei, Agnes...

- Concerteza sim, mas acontece, eu tenho você e não preciso de mais ninguém. - Ela forçou um sorriso  me abraçou com força, retribui com mais força ainda tentando consolá-la, eu sei que é muito difícil pra ela.

- Eu te amo, tá bom? - Beijei o topo da sua cabeça.

- Eu tambem, maninha.  - Ela se solta do abraço. - Eu vou tomar um banho. - Agnes pegou sua toalha e foi para o banheiro.

Me sentei no sofá e liguei a tv, coloquei no jornal, não que eu goste, mas é importante se manter informada.

- ATENÇÃO!50 pessoas morreram nessa madrugada de terça em **** por alguém desconhecido, segundo as câmeras próximas ao local, nada saiu de lá depois do ocorrido. - A jornalista disse e fiquei curiosa quanto aquilo.  - Eles foram desfigurados, seus corpos estavam distorcidos, uma situação triste.

- São os demônios!! - Uma das testemunhas gritou. - Os demônios mataram a minha filha.

- Tudo isso causou muitas perdas, esse homem foi levado ao psicólogo..

Superior {Imagine Sukuna}Onde histórias criam vida. Descubra agora