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- Como assim?Você não vai trabalhar hoje? - Perguntei a Sukuna que estava trocando de roupa enquanto eu ficava de costas por opção minha.

- Uhum, quer ficar em casa? - Ele sugeriu. - Você trabalha especialmente pra mim, Sn, se eu não for não tem necessidade de você ir.

- Realmente. 

- Fica em casa, então. - o mesmo me virou e selou meus lábios. - Você está protegida aqui, então não saia de casa. - Concordei com a cabeça, agora com palpitações fortes no peito.

- Mas e se eu precisar sair de casa? - Ele pensou.

- Me ligue, meu número já está no seu celular. - Ele respondeu e foi embora.

- Tá, é só ficar calma. - Olhei para meu braço machucado e o acariciei de leve por cima dos curativos.

Ouvi o estralo da porta e me assustei com aquilo. Meu coração estava angustiado, mesmo ele dizendo que aqui nessa casa eu estava segura.

Tudo aconteceu tão rapidamente, agora estou aqui, nessa casa enorme 

Desde que ele entrou na minha vida essa coisas vieram a acontecer. 

Ele disse que minha irmã estaria segura na escola, eu confiei, mas ainda sim muito receosa.

- Sn? - Alguém bateu na porta e meu coração acelerou, puta que pariu, que susto.

- Quem é? 

- Vim arrumar o quarto do Ryomen, posso entrar?

Saí da cama e ela arrumou o quarto em si, deixou tudo organizado e bem limpo.

Depois disso vi que várias funcionárias limparam todos os cantos da casa, eu fiquei em cima da cama esperando que tudo secasse.

....

Mais tarde..

- Como foi a escola? 

- Levei um tapa na cara. - Ela disse emburrada. - E foi de mim mesma, era pra tirar um bixo... 

- Sei, quem te deu o tapa? - Era nítido que ela estava mentindo. 

- Foi daquela professora, ela riu quando eu disse que não tinha pais e sim você. Aí eu comecei a xinga-la e apontar os defeitos dela, aí ela me deu um tapa com os olhos lacrimejando. - Ela resmungou e minha expressão foi de puro ódio.

- Quem ela pensa que é pra encostar um dedo em você? Eu vou na sua escola amanhã.

- Levei advertência também, me recomendaram usar assinatura falsa pra não apanhar, mas eu sei que você me ama e nunca faria isso. - Ela fez uma cara inocente e discordei com a cabeça.

- Não irei te bater porque nesse caso meu lado irmã ativou, vou ser irresponsável e ir atrás dessa professorinha de merda. Você não disse a professora não?

- Esse é o problema, essa professora explica bem, só consigo entender com ela... - Ela choramingou. - Que ódio, Sn.

- Sério?Quem explica melhor?Eu ou ela?

- ...depende da situação. - Ela riu nervosa. 

- Tcs.. - Estralei a língua. - Assim que terminar de comer, vai tomar um banho, você está fedendo a suor.

- Tá bom. - Me levantei indo para a varanda da enorme casa tomar um ar, dali eu conseguia observar toda a cidade, olhei para baixo e meus olhos se arregalaram com o que eu vi, uma sombra negra com um sorriso esticado olhando diretamente para mim, seus olhos me  penetravam causando calafrios.

As pessoas atravessavam ela, como um fantasma, esfreguei os olhos e mesmo assim ela continuava ali, me encarando profundamente...

Ele apontou três dedos para mim, olhei para o lado e vi uma criança andando de bicicleta vindo em direção daquela sombra, era pequena, aparentava ter no máximo 6 anos, ela abaixava os dedos a medida que ele se aproximava. 

- GAROTO! - Gritei e o mesmo olhou para os lados tentando saber da onde veio a voz misteriosa. - Garoto!Não se mexa. - Ele olhou assustado pra mim.

- Quem é você? - Ele perguntou parado com a bicicleta. - Mamãe disse pra não falar com estranhos..

- Então é melhor ouvi-la e voltar pra casa, o dia está nublado, vai chover daqui a pouco. Volta para casa. - O implorei tanto com palavras quanto com olhares.

Ele deu meia volta com a bicicleta pronto a ir embora, suspirei aliviada, mas engasguei ao ver sua cabeça estirada no chão. Meu coração acelerou drasticamente, os dedos daquela coisa estavam totalmente fechados, não deu tempo, não consegui salvá-lo.

Eu não poderia sair, eu não poderia fazer absolutamente nada, se eu saísse teria esse mesmo destino.

Aquela sombra espetou com sua garra as vísceras da criança e engoliu como um animal, logo depois foi embora.

Eu estava atordoada, corri até meu celular e liguei para Sukuna.

LIGAÇÃO 

- Alô? - Ele respondeu.

- A s-sombra matou uma criança, literalmente na porta dessa casa...depois. - Eu não conseguia formular frases coerentes.

- Calma, caralho. Explica novamente.

- Aquela coisa que está atrás de mim, matou uma criança...depois ela engoliu..ee, eu não consegui salvar a criança, foi tarde demais.. - Eu errava as palavras.

- Patrão, achamos. - Ouvi uma voz do outro lado da linha meio abafada. - Espera. - Agora foi a de Ryomen. - Eu não posso falar agora, Sn, eu vou pra aí agora. Só aguenta um pouco.

- T-tá.

LIGAÇÃO 

O que adiantou eu ter ligado?Agnes veio até mim com seus passos desesperados , ela estava com uma pilha de cadernos e uma bolsinha pequena logo em cima.

- Você precisa me ajudar com os deveres, vem. - Ela puxou meu braço. - O que foi?Viu um fantasma?

- Sim, acabei de ver, ele matou um garoto e o  engoliu logo depois.

Agnes suspirou fundo.

- Para de deboche..eu que faço isso. - Ela discutiu.

- Não é deboche, o sangue está la fora, no passeio e no canto da rua.

- Você está mentindo né?Eu vou lá ver.

- Então vê.

Ela foi mesmo, olhou pela varanda e saiu correndo em minha direção.

- Não acredito!Tem mesmo. - Ela disse asustada. - A gente não deveria chamar a polícia, ou ligar pra o Sukuna?

- A polícia não resolveria nada, íam pensar que seríamos loucas, e eu já liguei pra o Suku-- 

Ouvimos o portão ser aberto e olhando de relance poderia ser visto um carro adentrando o local.

Sukuna entrou dentro de casa todo ensaguentado, junto com alguns homens com as roupas razoavelmente rasgadas e com vários ferimentos em seus braços.

- O que aconteceu? - Agnes perguntou a Sukuna que passou reto a ignorando. - Aquilo era sangue?.. - Agnes olhou pra mim.

- Acho que sim. - Um homem se aproximou de nós duas e agarrou nosso braço.

- O rei chamou por vocês. 

- Me solta. - Torci seu braço e puxei Agnes para perto. - Nós temos pernas. - Falei e ele suspirou. 

- Então venham logo, insolentes. - Agnes olhou com ódio para ele.

- Eu não vou. - Falamos juntas.

Ele tirou uma arma da cintura e apontou na minha cabeça.

- Não desobedeçam. Desobedecer o rei é o mesmo que a morte.

Agnes entrou em desespero e meu coração acelerava como um foguete. 

Ele colocou seus dedos no gatilho e me olhou com frieza, fechei os olhos esperando o pior..

- O que pensa que está fazendo?



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Ai gente que preguiça.

N revisei..

Superior {Imagine Sukuna}Onde histórias criam vida. Descubra agora