Cravos Vermelhos cuidam de Margaridas

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Nota Incial:

Ciao ciao ~ hoje é quarta, abores ✿

A demora dessa vez é pq fui arrebatada por Good Omens, estou me focando só nesse fandom agora (Neil Gaiman, o que vc fez comigo?). E também as quartas ironicamente viraram o dia de eu cuidar do meu sobrinho, isso me desgastou também, mas seus pedidos me motivaram a voltar, então cá estou.

Esse é o segundo maior capítulo da fic inteira, scrr. Tentei dar uma diminuída, mas percebi que tudo é importante. O capítulo é recheado de domesticidade.

Tem outra arte do capítulo feita por mim nas notas finais (não é tão bom quanto a da Júlia, mas a Sab amou de paixão).

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Cravos Vermelhos cuidam de Margaridas


E exatamente da maneira que Izuku esperava, o apartamento voltou a ficar vazio.

A solidão que o acompanhava durante os últimos anos agora parecia quase sufocante. Nunca antes ele esteve tão próximo de Kacchan além da infância, compartilhar um dormitório não era o mesmo que dividir um apartamento. E agora que ele se foi, a saudade bateu forte, sua parte alfa estava arranhando a parte de trás de sua consciência para trazer o ômega de volta, o que era meio irracional porque Kacchan estava no cio e provavelmente não voltaria mais para ele depois que terminasse. Isso fez um bico emburrado se formar em seus lábios.

"Posso roubar suas cuecas para meu ninho?"

Ohnãonãonão. Izuku, não. Você está tendo pensamentos errados! Não lembre disso agora!

A torradeira apitou e o som fez seus ombros saltarem em susto. Ele demorou o olhar um tanto demais para a máquina, esteve tão quieto que um mísero som o deixava em alerta. Balançando a cabeça para limpar a mente, ele segurou a testa continuando a preparar algumas sardinhas.

— Bom dia? — proferiu Kouta pela terceira vez desde que surgiu do quarto em seu uniforme escolar, finalmente ganhando a atenção do alfa.

— A-ah, Kouta, oi. Bom dia. — Com um aceno apologético.

— Você parece distraído — comentou Kouta agarrando uma torrada e começando a comê-la enquanto se sentava na mesa. 

— Devem ser os supressores, estou um tanto ansioso também — desconversou se focando em terminar de grelhar o peixe.

Ele começou com os supressores há dois dias, houve uma longa conversa com a psicóloga, Dra. Samano, e o especialista em subgêneros para eles decidirem um bom supressor porque como ele não tinha o costume de usar, começar com um com pouca eficiência seria o melhor caminho para depois intensificar a dose que era o que seu caso requeria. Até agora os efeitos o deixaram meio letárgico e seu cheiro diminiu consideravelmente – o que era um tanto desconfortável sentir sua essência ir embora. E em tão pouco tempo, os efeitos colaterais vieram, mas era porque ele ainda estava se acostumando: ele sentia sono, não tinha apetite e seu alfa lutava um pouco contra a supressão, deixando ele agitado.

Usar supressores dava a alusão d'ele voltar a ser um beta, ou pelo menos se igualar a um. Izuku não sabia decidir ainda se era um pensamento confortável ou preocupante, porque ele já havia aprendido a lidar com os instintos alfas e tudo o que acercava ser um alfa, e tirar isso dele para voltar a não ter instintos como um beta era meio… bruto. Por outro lado, ele não teria que se preocupar tanto com a impulsividade. Era confuso devolver uma parte que não mais lhe pertencia, como ter usado apenas uma colher para comer durante a vida inteira, e de repente você se acostumar com o garfo e faca por um determinado momento, só para voltar a usar a colher. Todavia, seria isso dali para frente.

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