Cap 6🐍

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🐍Jason Herris🐍

TRÊS SEMANA ATRÁS

O constante eco das chaves dos guardas batendo nas grades da cela ressoava em minha mente como um tormento interminável. Era irritante; tinha vontade de matá-los e enfiar a chave tão profundamente em suas gargantas a ponto de vê-los engasgarem com seu próprio sangue.

Aquele lugar era pior do que minha estadia no Instituto para Jovens Infratores durante minha juventude. Naquela época, eu havia elaborado um sistema meticuloso para evitar qualquer perturbação vindo dos outros jovens delinquentes. Mas tudo mudou drasticamente quando fui transferido para uma prisão de segurança máxima ao completar meus dezoito anos.

Ali, o princípio de "olho por olho, dente por dente" governava cada momento de minha existência, e em várias rebeliões dos presos, me via isolado em uma solitária, para não me misturar com eles.

Permaneci atrás das grades até os 21 anos, quando soube que finalmente conseguiria minha liberdade mediante o um  pagamento de fiança.

Não tinha ideia de quem havia feito isso por mim, mas a sensação do vento nos meus cabelos foi revitalizante. A rua deserta e vazia de qualquer pessoa quando pisei com minhas botas velhas e desgastada no asfalto, permanece vívida em minha memória como se fosse ontem.

Eu estava pouco me fodendo para isso.
Eu finalmente estava livre e chegara a hora de mostrar ao mundo que o grande demônio estava solto e pronto para levar todos para meu inferno pessoal

Noquele momento só tinha uma única pessoa na terra que merecia minha verdadeira atenção.

***

Volto ao presente, acomodando-me na poltrona com o notebook no colo enquanto tomo meu café amargo.  Observo atentamente a jovem de longos cabelos cacheados, com um rosto angelical, retratada em um calendário de Natal ao lado de sua família aparentemente perfeita. Dou um zoom na imagem para observá-la melhor; seus óculos estão levemente tortos no nariz, o que a faz parecer ainda mais como uma bonequinha desajeitada.

Os olhos negros sorridente me faz encará-la com mais intensidade, como se eu já os conhecesse a tempos.

Meu celular apita com duas novas mensagens de remetente diferentes, mas opto por ignorá-las, mantendo meu olhar fixo na tela que exibe imagem da gatora um tando patética.

— Senhor Herris, me chamou? — A voz da minha governanta soa na sala e só então viro-me para a senhora de meia-idade com um uniforme todo branco que parece um pouco nervosa.

— Carla, preciso que contrate mais funcionários e uma professora particular. Ficarei ausente por um tempo. — Carla fica confusa, mas disfarça bem, e como ela sabe que detesto perguntas, apenas faz um gesto de compreensão e desaparece dali.

Fecho o meu notebook  jogando-o em qualquer canto, quando um grito um tanto agudo me faz levantar e subir as escadas às pressas.

O corredor era longo e ainda exibia alguns quadros dos meus pais por toda parte. Claro que, com meu canivete, tomei a liberdade de rasgar o rosto do senhor Herris das fotos. Odiava ver a cara daquele indivíduo espalhada pela casa. Poderia ser grato por ter herdado toda a sua fortuna após o inferno que vivi por anos, mas a única coisa que sentia era ódio. Já se passara um ano desde que cheguei aqui e fiz isso, mas não tinha a intenção de removê-las. Era satisfatório vê-lo assim, sem rosto e desfigurado, mesmo que apenas nas fotografias.

Renda-se Ao Killer Boy - Livro 2 (APENAS DEGUSTAÇÃO) Where stories live. Discover now