Capítulo 34 | Revelação Cruel

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[ 17:10 ]
= Após a cerimônia, no Salão Central do palácio Real =

Como em todas as outras coroações que já ocorreram nesse Reino, a tradição "pede" que aconteça uma comemoração especial no palácio Real. ― o que considero uma grande besteira.

Não que eu não goste de festas, bailes, ou coisas do tipo. Pelo contrário, eu amo, mas...argh! Eu não estou com cabeça para ficar aqui, agradecendo os parabéns dos líderes poderosos que havia convidado e discutindo os "meus próximos passos" para a economia desse Reino subir.

Desde que eu cheguei naquela Catedral, desde que eu desci daquela carruagem, as falas do maldito do Toya não param de se repetir em minha mente. Ele se dirigiu à mim de uma forma tão deselegante e desrespeitosa, como se eu não fosse absolutamente nada para ele, a não ser uma mulher qualquer. Eu realmente me assustei com aquilo, mas entendi que não vale a pena sentir medo de alguém que, daqui poucos minutos, já estará nas mãos da justiça.

Assim que a poeira baixar nesse Salão e eu poder sair daqui sem levantar suspeitas de mais ninguém, resolverei as minhas pendências com aquele idiota metido à Rei. Não tenha dúvidas disso! Eu o colocarei em seu lugar de direito! Que é atrás das grades, nas masmorras, para nunca mais ver a luz do Sol!

Suyen: Ochako? ― me aproximo com discrição dela, sem chamar muita atenção. ― eu vou subir para a Sala do Trono e quero que você chame o Toya para mim, sim?

Uraraka: chamá-lo? ― ela se volta para mim, um tanto espantada. ― oh...a vossa majestade não está querendo dizer que...-

Suyen: apenas chame-o quando eu subir, okay? Preciso falar urgentemente com ele. ― esclareço e logo lhe dou as costas, sendo rápida e discreta nos movimentos.

Bom, vai ser agora, ou nunca. Preciso resolver as minhas questões com o Toya o mais rápido possível, antes que seja tarde. Só espero que...ele não resista quanto a prisão.

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[ 17:30 ]

Já haviam se transcorrido alguns bons minutos e eu ainda não tinha sinal algum do Toya.

Ou a Ochako decidiu aguardar mais um pouco para chamá-lo, ou ele está simplesmente me ignorando. Até porque, perante a maneira que ele agiu comigo na carruagem, eu não duvido de mais nada da sua parte.

De qualquer forma, eu sei que ele virá. O que queremos um com o outro é recíproco. Embora ele ainda mantenha oculto o seu lado demoníaco e maléfico, eu estou ciente do que ele deseja, que é o meu Reino. E bom...se bem o conheço, ele fará de tudo para tê-lo. Possivelmente...até me tirar do seu caminho.

Eu sei, isso soa meio frio, mas eu não vejo porquê omitir a realidade. Melhor ser sincera comigo mesma do que ficar criando expectativas "bondosas" com relação ao Toya Todoroki. Katsuki me alertou muito bem sobre ele e eu me sinto preparada para confrontá-lo, seja lá o que me custe.

Toya: mandou chamar-me, majestade?

Sua voz, que parecia possuir um tom muito mais sinistro e perverso do que o normal, ecoou por aquele cômodo, retirando-me à força dos meus pensamentos fúteis.

Toya: desculpe-me. ― pede formalmente, realizando uma breve reverência perante mim antes de entrar no recinto. ― não era a minha intenção assustá-la.

Suyen: sem problemas. ― me volto para ele, sorridente. ― eu não me assustei. ― nego, mantendo a solidez na voz. ― a minha dama de companhia demorou para chamá-lo, ou...você simplesmente quis se atrasar?

A Princesa e o GuerreiroWhere stories live. Discover now