CAPÍTULO VINTE E DOIS

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   Procurei por aquele salão inteiro e perguntei para cada pessoa presente, de maneira que não alarmasse ninguém sobre seu desaparecimento repentino. Começo a sentir meus pés incharem nas tiras da sandália de salto branca que usava, apoio minha mão em meu calcanhar fazendo uma careta incomodada com aquela dor e analiso um corredor em que eu ainda não havia entrado. Arqueio as sobrancelhas e olho em volta percebendo que não havia muito movimento próximo a ele, então me levanto e ando em direção ao mesmo, percebendo que havia uma escada em caracol ali e bufo em frustração.

   — É bom que você esteja aí em cima, Bradley. — sussurro para mim mesma enquanto seguro na barra do meu vestido e a ergo até a altura da minha canela, segurando com a outra mão no corrimão da escadaria e começo a subi-lá.

Resmunguei quase que a subida toda com o desconforto dos calçados, mas logo avisto uma porta de incêndio e abro a mesma vagarosamente, encontrando sua figura apoiada em uma das barras metálicas  daquele telhado, com sua camisa branca e calça social e o blazer pendurado ao seu lado, o vento daquele lugar alto contra seu cabelo e a vista perfeita do píer em que protagonizou um de nossos encontros. Sorrio ladino e me aproximo com passos lentos, o som do meu sapato contra as pedrinhas no chão eram quase imperceptíveis por conta da altura da música que tocava no salão.

   — Estranho o cara que mais gosta desses eventos clichês não estar participando dele. — digo me aproximando e percebo o mais alto me olhar por cima dos ombros — Droga isso não é um sapato, é um instrumento de tortura. — resmungo por conta da dor nos pés e  ergo um deles na tentativa falha de encontrar conforto, o que me faz desequilibrar por alguns segundos, mas antes de terminar de cair sinto as mãos de Rooster segurarem rapidamente meus braços, o que faz o mesmo soltar um riso breve.

   — O que veio fazer aqui? Não deveria estar dançando com Mav? — pergunta me olhando confuso.

   — Deveria. Mas achei melhor procurar o Tenente Bradshaw e futuro Capitão desse esquadrão. — me apoio em uma das barras e recosto meu quadril na mesma, fazendo com que eu ficasse ao contrário do que Rooster estava, apoio minhas mãos no metal e analiso o rapaz com calma — Você está bem? — pergunto apertando as sobrancelhas e Bradshaw olha para trás, percebendo o caminho que eu havia percorrido até ele.

   — Subiu toda aquela escadaria com esses sapatos? Mesmo sabendo que corria o risco de não me encontrar aqui? — questiona aparentemente segurando o riso e aponta para a porta, reviro os olhos e balanço a cabeça.

   — Poderia facilitar não fugindo do nada da festa né? — respondo com humor cítrico e vejo o mesmo contrair os lábios — Também poderia não fugir das minhas perguntas. — digo me aproximando e ele vira sua atenção para o píer novamente.

   — Hoje é um dia delicado, Liv. — ele diz travando a mandíbula e piscando rapidamente umedecendo os lábios — Não quero que pense nem por um segundo que estou assim por algo de ruim estar acontecendo entre nós, porque não é nada disso. — ele volta a direcionar seu olhar de volta para mim e fica a minha frente — Você foi a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo, mas estou indo com calma porque foi o que você me pediu. — Rooster foca sua atenção em meus olhos e engulo em seco.

   — Estamos preocupados com você, Roos. — digo e ele mantém seus olhos com a pálpebra baixa, fazendo seu olhar ficar estreito, sem expressar coisa alguma.

   — Não se preocupe comigo. — ele sorri fraco e segura em minha mão, se afastando um pouco para poder me analisar por inteiro, com a mão livre ele a passa em seu rosto e balança a cabeça para os lados — Como você se sente sendo a mulher mais linda da noite? — sinto ele desviar do assunto e suspiro piscando pesado e lanço um sorriso fraco.

TOP GUN: HURRICANEWhere stories live. Discover now