CAPÍTULO VINTE E TRÊS - final

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                                        ROOSTER

   Quase 3 meses depois...

   Ajusto o as mangas do terno à frente do espelho na sala onde os padrinhos estavam. O som das conversas alheias e risos se misturavam, mas a ansiedade de casar meus melhores amigos estava me distraindo de absolutamente tudo. Ou melhor, quase tudo.

   Olivia ainda não havia aparecido.

   Durante o tempo na missão trocamos cartas, antiquado talvez, mas foi o jeito que encontramos de permanecermos próximos, mesmo há milhas de distância.

   Sinto uma mão pousar sobre meus ombros e pisco algumas vezes retornando para a realidade, vendo a figura de Coyote através do espelho sorrindo, inclino o rosto para o lado para encará-lo e faço um sinal com a cabeça para o mesmo falar.

   — A noiva está te convocando. — Coyote afirma me dando tapinhas leves no ombro e franzo o cenho tentando imaginar o por quê, mas apenas assinto e saio do cômodo, atravessando o corredor iluminado com diversas janelas.

   O casamento aconteceria numa casa de campo, onde estávamos. Todos naquela correria e euforia dando os toques finais na decoração, flores e até mesmo no altar há alguns metros da casa. Acelero os passos e ouço o estalar dos saltos contra o piso amadeirado da casa, a porta estava entreaberta e vejo uma silhueta se movendo de um lado para o outro com os passos inquietos, sorrio fraco e dou algumas batidas no batente da porta, arregalo os olhos ao sentir meus braços sendo puxados para dentro do cômodo com pressa.

   — Rooster, me diz que teve alguma notícia dela. — Phoenix diz apertando meus braços e com os olhos esbugalhados me encara, balanço a cabeça em negação rapidamente — Que droga, uma das madrinhas não chegou, o tempo está mudando toda hora, esse vestido nem ficou tão bom assim. — fez uma pausa e começo a prestar atenção em como ela estava linda.

   Com um coque lateral e o vestido branco estilo sereia com pequenos detalhes em renda no final e aberto até a metade de suas costas, simples, mas elegante. Phoenix estava com uma maquiagem mais leve, focando mais nos acessórios, sorrio orgulhoso e pego em suas mãos tentando acalmá-la.

   — Hangman é um cara de muita sorte. — vejo os ombros de Trace relaxarem e ela sorrir sem jeito, me dando um soquinho fraco no ombro — Fica tranquila Phoenix, já deu certo. — tento tranquiliza-lá e a mesma se senta no chão, dando tapinhas no mesmo indicando para sentar ao lado dela, e assim faço.

   — Não está preocupado? — me questiona após alguns segundos em silêncio.

   — Com o Seresin não cuidar de você fora da minha vista? Totalmente. — digo fazendo uma careta e um riso surge em seus lábios, balançando a cabeça enquanto me olha.

   — Você sabe com o que, Roos. — suspiro e aperto os lábios olhando para a janela.

   — Ela vai chegar, Nat. — digo batucando a ponta dos dedos em meus joelhos.

   É claro que eu estava preocupado, apavorado, na verdade. Mesmo com as cartas, havia vezes que suas respostas demoravam a chegar, e conforme a data de seu retorno se aproximava, menos constantes elas eram. Até quando  ela me informa sobre um ponto de tensão que havia passado durante uma das missões, e logo após não me escreveu mais. Essas missões são incertas, não sabemos quando vamos voltar, ou até mesmo se vamos voltar. Mas eu não poderia demonstrar esse apavoro no dia de hoje, Phoenix precisava de mim ao lado dela para apoiá-la e dizer que vai dar tudo certo, porque é o que melhores amigos fazem.

TOP GUN: HURRICANEWhere stories live. Discover now