Sejam todos bem-vindos ao ápice e queda da vida aparentem-se perfeita de Melissa Mancini Lightwood a gloriosa vencedora da 66ª edição dos Jogos Vorazes.
Três foram as vezes em que seu nome foi sorteado na colheita, e há quem diga que isso é graças a...
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•𝙳𝙴𝚂𝙿𝙴𝙳𝙸𝙳𝙰𝚂 + 𝙲𝙷𝙴𝙶𝙰𝙳𝙰 𝙽𝙰 𝙲𝙰𝙿𝙸𝚃𝙰𝙻•
As Minhas despedidas não são cheias de lágrimas, Na verdade, elas sequer se parecem com despedidas, os meus amigos e parentes distantes fazem parecer como se eu estivesse prestes a sair em uma espécie de viagem de férias para a Capital. E não para uma Arena do estilo gladiadora onde eu posso morrer a qualquer momento.
Observo as ruas movimentadas do meu distrito pela a janela, o clima não poderia ser melhor, No pensamento de todos não há como perderem este ano, e eu sou uma garantia disso, Sinto um gosto salgado na língua e repreendo-me ao perceber que são lágrimas.
As portas se abrem para a minha última visita e limpo o rosto bruscamente, no entanto, o meu coração pesa novamente ao ver a única pessoa que realmente demonstrou sentir a possibilidade de me perder, que não se importa em mostrar os seus sentimentos e parece saber dos meus mesmo que eu os negue e esconda com as minhas muralhas de frieza e indiferença.
Não é minha mãe, nem Mateo, nem os meus amigos da escola, e muito menos Melina, a pessoa para quem eu corro e me permito chorar com a cabeça enterrada em seu peito, essa pessoa e o meu tio Alexander, e ele assim como eu, ele não diz nada, apenas me abraça enquanto faz cafuné em meus cabelos em uma tentativa falha de acalmar o meu choro inapropriado.
Deixando claro que eu odeio chorar, pra mim o choro e sinal de fraqueza, e eu não sou fraca.
- Tio Alex, eu... - balbucio entre soluços, o que me atinge não é o meu medo, eu fui ensinada a rejeitar tal sentimento. A Minha única angústia é ninguém agir como se eu pudesse morrer, como se essa não fosse provavelmente a última vez que pudessem me ver, como se eu não fosse sequer uma pessoa, apenas um nome. Não preciso dizer aquilo em voz alta, por que o meu treinador sabe o que eu estou sentindo, ele provavelmente soube no momento em que viu o meu rosto manchado de lágrimas. Raiva toma conta de mim, mas ela não é direcionada a nenhum de meus visitantes, e sim para mim mesma, por sentir aquilo, por chorar como uma criancinha por algo tão pequeno. - Por que eu me importo? Eu fui ensinada não demonstrar fraqueza e é exatamente isso que eu estou fazendo.
Ele não responde, apenas continua me abraçando na mesma posição enquanto espero que ele me dê qualquer resposta inteligente apenas para que eu possa discordar dele por uma última vez.
A Minha angústia aumenta ainda mais com o silêncio com o qual sou respondida, só então percebo o motivo, Ele está chorando, silenciosamente, e eu só posso notar isso pelos os movimentos incontinuos do seu peito.
- Vá comigo, por favor. - Peço sem ao menos pensar direito no que estou dizendo. - Faria um bem danado para a minha sanidade mental te ter por perto, eu sei que o senhor tem que ficar aqui pra cuidar da tia Cecília, mais a Maddy pode ficar com uma ela por alguns dias enquanto o senhor vai comigo pra capital, quando eu entrar na Arena o senhor voltar para ela.
