CAPÍTULO 7

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"Eu beijei a Rebecca de novo"

Esse pensamento não saia da minha cabeça enquanto eu seguia até a cantina.

Eu jamais pensei que algum dia beijaria Rebecca, digo, pensei sim, milhares de vezes, bilhares se eu for sincera, mas jamais em toda minha existência eu pensei que isso fosse se tornar realidade. Apesar de saber que ela negaria até a morte, eu sabia que ela havia me beijado de volta. Eu senti quando sua língua buscou a minha e se entrelaçou a ela. Eu não era louca!

Eu vagueava pelos corredores, mas eu não via absolutamente nada porque meu corpo funcionava no automático. Eu só conseguia pensar no que havia acabado de acontecer. Rebecca e eu nos beijamos e dessa vez ela correspondeu, porra!

Entrei na cantina e parei por alguns instantes buscando Vero e Normani com os olhos. Eu sabia que Rebecca estava ali, eu sentia seu olhar sobre mim, mas eu não tinha coragem de olhar na direção dela. Pela primeira vez na vida eu estava com um pouco de medo de Rebecca.

Vi os braços magrelos de Vero levantados e ela os agitava, acenando para que eu fosse até ela. Parecia um boneco de posto de gasolina. Sentei-me entre minhas melhores amigas, ou melhor, desabei entre elas.

- Rebecca e eu nos beijamos. - Soltei aquelas palavras como se fossem águas de uma represa que acabara de se romper.

-VOCÊ O QUÊ? -Vero e Normani gritaram e aquilo me despertou do meu estado de estopor.

- Não gritem, cacete! - Eu sussurrei e Veronica se agarrou meu braço enquanto o sacudia.

- Como você não quer que a gente grite? Porra! Você beijou a Rebecca, a garota pela qual você tem sido apaixonada há anos, a garota que mais te odeia no mundo, digo, odiava, se vocês se beijaram isso quer dizer que ela não te odeia mais, não é? -Às vezes eu não conseguia acompanhar o jeito agitado de Vero, ela parecia uma pulga.

- Você está sendo ingênua Vero, a Rebecca ainda me odeia, um beijo não transforma ódio em amor, isso só acontece nas comédias romanticas. - Eu respondi enquanto pegava um pouco do almoço dela.

- A Freen tem razão nisso Vero, mas isso não vem ao caso. -Normani respondeu e se virou pra mim - Conta pra gente como aconteceu? Você parece que foi molestada! Tem certeza que isso foi apenas um beijo? Pelo estado do seu cabelo parece que fornicaram ardentemente. -Eu revirei os olhos para o exagero da minha amiga e resolvi contar tudo o que aconteceu naquele dia de uma forma resumida porque o intervalo iria acabar a qualquer momento.

- E então ela socou o meu peito, mandou eu me foder e agora eu não sei o que eu faço. -Eu conclui enfiando minhas mãos entre meus cabelos e puxando cada mecha como se aquilo fosse consertar a bagunça que estava a minha mente.

- Nossa, amiga... -Foi a única coisa que Normani falou.

-Se eu fosse você prendia ela contra a parede e a beijava até ela esquecer o próprio nome, eu faria isso. -Vero deu de ombros. - Falou a garota que há menos de meia hora estava tendo um ataque cardíaco porque a Lucy olhou na direção dela. Você não consegue nem respirar perto dela, quanto
mais prender ela contra a parede e beijá-la.

-Pelo menos meu conselho foi melhor que o seu "nossa, amiga", se a Freen que é a pessoa com mais atitude aqui não sabe o que fazer, por que eu tenho que saber? Eu só falei alguma coisa aleatória para não ficar em silêncio. Além disso, você tem um crush pela Irin e eu não a vejo tomar nenhuma atitude. -Enquanto elas discutiam eu só observava, comendo toda a comida delas.

- A Irin é cem por cento hétero, não gosta de mulher, como eu vou tomar atitude?

- Tomando ué, quem garante que ela é cem por cento hétero? O sinal tocou anunciando o fim do intervalo e eu agradeci internamente, porque aquelas garotas não estavam ajudando em nada minha confusão mental. Agora eu teria aula de Biologia e estava pensando seriamente em cabular essa aula também.

Isso Seria Mais Um Clichê- FreenBecky Onde histórias criam vida. Descubra agora