Meus ouvidos ecoavam Love me junto as freadas que os carros estavam dando.
Inalo a fumaça quando um carro passa.
Aquela adrenalina fazia com que eu sentisse vontade de viver.
- Gostou desse, gata? - um cara loiro aparece ao meu lado com um sorriso latino.
Não respondo ele.
- Ele é meu. - ele insiste.
- Tenta com outra. - digo saindo de perto dele.
Me apoio num Dodge Challenger SRT Hellcat 2019 preto.
Acendo um Malboro que pego de minha jaqueta e trago.
Sopro a fumaça e continuo a observar os carros.
- Acho que está encostada em meu carro.
Uma voz rouca e grossa fala ao meu lado soando como uma brisa.
Jogo o cigarro no chão e piso encima.
- Desculpe. - me afasto sem olhar para quem estava alí.
- Garota.
Olho para trás no mesmo instante.
Franzi o cenho e observei.
O homem era alto, muito alto, devia ter uns 1,83 de altura. Era moreno, de pele bronzeada pelo sol, olhos verdes, maxilar marcado, e tinha uma tatuagem no pescoço que era escrito em número romano XVI.
- Seu isqueiro. - ele fala simples.
Ando até ele e sinto seu hálito de menta. Eu pego o isqueiro de sua mão e olho para seus olhos.
Não consigo descifrar seu olhar, ele não expressava nada, apenas via sua sombra.
- Obrigada. - digo sem desdém.
Me viro e atravesso as pessoas que estavam ali assistindo.
Pego uma bebida com uns amigos meus e converso sobre qualquer coisa com um conhecido.
- Acho que já vou indo. - digo terminando de beber.
- Cedo assim? A festa mal começou, Bela.
Jogo o copo fora.
- Cedo assim. Tchau, John. - digo e ando até a outra calçada.
Boto a mão no bolso para pegar meu celular pra chamar um Uber e sem querer pego o isqueiro.
Aquele isqueiro vermelho não era meu, meu isqueiro era preto.
Olho para ele confusa.
O cara deve ter me dado o isqueiro errado.
Olho pro meio da multidão e vejo que aquele carro ainda estava lá.
Ando rápido até lá, mas quando chego não encontro o cara.
- Merda. - sussurro pra mim mesma.
- Algum problema? - olho para trás e me deparo com ele.
- Sim. - ele me olha com curiosidade e diversão no olhar.
- Qual? - sua voz era atenciosa.
- O isqueiro. - digo de uma vez.
- O que tem o isqueiro? - ele ri.
- Não é meu. - digo impaciente.
- Jura? Achava que era seu, mas tudo bem, eu fico com ele. - ele diz dando de ombros.
Entrego o isqueiro e ele puxa meu braço vendo a minha inicial na minha pulseira.
- Bianca? Brenda? Bruna? Bree? - ele vai juntando nomes e eu vou negando.