Capítulo 4 - O início de uma amizade

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Caleb

Na aula de artes Felipe e eu caimos no mesmo grupo, ㅡ pela segunda vez no mesmo dia ㅡ com mais três meninas, entre elas a Annabeth, que eu descobri na aula de português depois que acertei uma bolinha de papel nela ㅡ e fingi que foi Felipe ㅡ que a mesma é cristã, e confirmei que além dela os seus amigos também são. ㅡ Aparentemente a escola toda sabia disso, menos eu.

Que fique claro que eu não fui atrás dessas informações, eu ouvi algumas pessoas comentando e não dá para fingir não ter escutado.

Mesmo que isso não me diga respeito, achei interessante a ideia de ter alguém assim por perto para testar a paciência. E pelo que pude perceber Annabeth não é tão rabugenta como eu pensei que fosse.

Por fim, concluído que esse ano a pessoa escolhida para eu irritar é ninguém menos, ninguém mais, que Annabeth, ou melhor, só Beth.

ㅡ Agora que todos os grupos estão formados vou explicar o que vocês terão que fazer! ㅡ a professora de artes anuncia ㅡ Então, vocês vão ter que escrever em um papel um problema pessoal que tem ou que esteja passando no momento de forma anônima, depois de todos escreverem seus problemas quero que dobrem os papéis e aguardem até que eu chame o grupo de vocês. Eu vou pegar os papéis e vou entregar para cada integrante, o objetivo é que lendo o problema do colega a pessoa dê algum conselho ou solução para ele, depois a turma pode dar sua opinião. ㅡ a professora termina de explicar e pergunta ㅡ Combinados?!

ㅡ Ou professora, se o problema é pessoal eu prefiro que ninguém saiba. ㅡ Felipe diz e eu rio balançado a cabeça.

ㅡ Mas o objetivo é que escrevam sem ninguém saber que foi você. Por mais que seja poucas pessoas no grupo, só vão saber do seu problema se você dizer que é seu. ㅡ ela pontua ㅡ Combinado? Combinado! Então, podem começar!

Felipe me olha e depois olha para as meninas que começam a pegar seus materiais para escrever.
ㅡ Qual é o problema de vocês? ㅡ ele pergunta.

ㅡ Cara, vai fazer o teu e deixa o problema dos outros. ㅡ Eduarda pede.

ㅡ Úe, não tem que arrumar solução para os problemas? Eu vou ter que saber do mesmo jeito, gênia! ㅡ ele rebate.

ㅡ Gênia? Essa palavra existe? ㅡ Eloá pergunta confusa.

ㅡ Só que é anônimo, gênio! ㅡ Eduarda devolve impaciente.

ㅡ Eu só sei de uma coisa... ㅡ eu digo e todos me olham ㅡ eu não tenho solução nem para os meus problemas, quem dirá para o dos outros? ㅡ eles riem e eu olho Annabeth que abaixa a cabeça e sorri de lado.

Elas começam escrevendo, até Felipe depois de um tempo resmungando sabe se lá Deus o que, cede e pega uma caneta.
Eu tenho um problema em mente, mas não sei se vale a pena escrever para que seja lido em voz alta depois, e sendo sincero seria mais divertido escrever alguma coisa engraçada para poder zoar depois.

ㅡ Não vai fazer o seu problema? ㅡ Annabeth me pergunta e eu me viro para a mesma que me observa, não respondo de imediato e aproveito para reparar melhor em seu olhar que é meigo e estranhamente transmite conforto, quase como uma paz. Vendo agora de perto e podendo contemplar com mais calma, ela tem um rosto delicado, na verdade tudo nela parece ser assim, da sua voz até a forma de se comportar.

O Amor que vem do AltoWhere stories live. Discover now