06.

995 167 141
                                    

Delegacia de polícia de Nova Iorque.

11 de abril de 2009.

(...)

— Maraisa. — Olhou para o lado vendo seu colega de trabalho se aproximar com algumas pastas.

— Pode falar. — Parou de digitar e fitou o outro curiosa.

— Tem como fazer um interrogatório na sala três?

— E qual é o caso dessa vez? — Olhou para o lado vendo Marília passar, mas logo ignorou a mesma voltando sua atenção ao homem.

— É um homicídio em um clube noturno. Precisamos interrogar uma testemunha importante que está pedindo para falar com a delegada. — O colega de Maraisa se sentou na cadeira ao seu lado e o olhou aos olhos. — Quero que faça o favor de nos ajudar no interrogatório.

— Claro, claro. — Maraisa sorriu e se levantou de sua cadeira. — Vamos lá ver o que esse testemunho tem a nos dizer.

A delegada pegou um casaco que estava pendurado no encosto de sua cadeira e o vestiu enquanto deixava a sala acompanhada do seu colega.

Maraisa abriu a porta da sala três e viu uma mulher sentada em uma escrivaninha aguardando a entrada das duas autoridades.

— Bom dia. — A delegada Maraisa e seu colega chegaram para interrogar a testemunha e Maraisa apresentou-se com um longo sorriso e acenou para a mulher.

— Bom dia. — A testemunha acenou de volta. — Quem você disse que era?

— Sou Maraisa, a delegada que irá fazer algumas perguntas. — Maraisa suspirou.  — O que aconteceu naquela noite!?

A testemunha se manteve calada por poucos instantes antes de responder.

— Eu estava no clube naquela noite. E vi as coisas que aconteceram. — A mulher acenou para Maraisa. — Vi tudo o que aconteceu com o corpo do homem assassinado.

A delegada notou o medo nos olhos da testemunha e se inclinou para ela.

— Eu entendo. — Maraisa sorriu para a mulher. — Então, o que você viu exatamente?

— Eu vi quem o assassinou. — A mulher parou de falar por uns instantes enquanto olhava para o chão e fazia cara de pensativa. — Eu consigo descrever muito bem toda a cena do crime.

Maraisa acenou para a mulher afirmando para ela continuar falando.A testemunha fez uma pequena pausa antes de começar a descrever a cena do crime.

— Eu estava sentada na mesa, ao lado da vítima. — A testemunha se manteve em silêncio por alguns instantes antes de continuar falando. — Foi quando aquele homem, vestindo um terno preto, se aproximou da vítima. — A delegada reparou no olhar assustado da testemunha enquanto a mesma contava sobre o crime. — Ele se aproximou, puxou um revólver da cintura e deu vários tiros contra a vítima. — Vi o corpo caindo ao chão e o homem se aproximando para ver se ele estava morto. Depois disso, ele pegou a carteira da vítima e saiu correndo para fora do clube.

A mulher calou-se por alguns segundos enquanto agarrava com força sua bolsa. Maraisa se inclinou para a testemunha e suspirou pesadamente jogando seus cabelos para o lado.

— Por que estava neste clube? — A delegada perguntou de maneira suave e atenciosa fazendo um coque em seu cabelo.

— Eu estava acompanhando alguns amigos. — A testemunha se manteve em silêncio por alguns segundos enquanto olhava para o chão. — Eu não sou do tipo que entra nestes clubes, mas fui com meus amigos para passar a noite.

 Inimigas no Altar | Malila. Onde histórias criam vida. Descubra agora