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Nova Iorque.

26 de junho de 2009.

(...)

Maraisa estava em um processo de recuperação. Cada dia ela evoluía um pouco mais e teve um avanço significativo desde que tinha acordado. Marília era a que mais ajudava e estava com ela a cada passo.

- Hoje vamos tentar andar pelos corredores cinco vezes. - A fisioterapeuta falou. - Está bem depois da queda de pressão?

- Ontem foi um pouco difícil, mas acho que irei conseguir.

- Bom dia. - Olhou para a porta do seu quarto vendo Marília adentrar na mesma com um buquê de rosas amarelas em mãos. - Bom dia. - Se aproximou da delegada e beijou o rosto da mesma. - Como ela passou a noite? - Maraisa pegou o buquê e forçou um sorriso.

- A noite foi bem. Ela estava tranquila e dormiu bastante. E ainda consegui um bom descanso também.

Maraisa sorriu e deu um beijo em seus lábios enquanto a mesma olhava para as flores com alegria pela oferta tão especial de Marília. Maraisa deu uma gargalhada alegre enquanto pegava as rosas e as olhava com carinho.

- Estou cansada hoje. - A delegada falou e voltou a deitar na maca com cuidado.

- Mas semana que vem vamos voltar para casa e precisamos que você se recupere até lá. - Maraisa teve suas mãos seguradas por Marília e olhou pra mesma. - Vamos lá. Lembrando que esse é um processo difícil, mas necessário.

- Mas antes vamos tomar um banho para limpar os curativos. - A enfermeira chegou no quarto.

- Hum, tem como me dar licença? - Maraisa perguntou.

- Deixa eu ficar pra te ajudar, só hoje?! - Maraisa negou e Marília assentiu, ao beijar a testa da mais nova saiu do quarto.

- Vamos retirar o soro. - A fisioterapeuta saiu do quarto. - Se ela é sua noiva, por quê não deixa ela te ver tomando banho?

- Estou com vergonha do meu corpo... ele está muito marcado pelas cirurgias e a mulher que ela conhecia antes não está mais aqui. Aquela mulher sexy que acendia ela com um simples toque.

- Maraisa. Tem que entender que você passou por um processo difícil e seu corpo se modificou da forma que você estava. - Maya falou.

- Eu sei, Maya. - A outra retirou o avental de Maraisa e o pijama que a mesma usava. - Mas e se ela não gostar de como eu estou? Eu perdi um pouco do meu cabelo, emagreci de maneira assustadora...

- Maraisa, não fica pensando nisso. - Maya disse com uma voz carinhosa e calma.

- Ela está aqui por você, e não por como seu corpo está. - A enfermeira seguiu o raciocínio. - Você não percebe como ela te ama mesmo após todo esse tempo?

- Eu sei. - O rosto de Maraisa estava vermelho. - Mas tenho medo dela pensar que estou feia. - Maya pegou as mãos dela e as firmou.

- Maraisa, ela te aceitará da maneira que você está. Não se preocupe, ela gosta de você.

- Mas e se ela não gostar? - Ela perguntou, ainda com um clima de ansiedade no rosto.

- Ela já gosta de você. - O olhar de Maya era reconfortante.

- Mas e se eu não agradar ela fisicamente? - Os olhos de Maraisa demonstravam que ela já se encontrava de certa forma preocupada com aquilo.

- Maraisa... eu te entendo, mas eu sei que o que ela sente por você é verdadeiro e que ela te aceitará independente de como você esteja. O mais importante é que você precisa ter confiança em você mesma. Você ainda é bonita e sua vida vai voltar ao normal.

 Inimigas no Altar | Malila. Onde histórias criam vida. Descubra agora