666 - Jaywon

Prólogo - A marca da besta

"estive aqui desde antes do início dos tempos, senti a gravidade dos ares, a profundeza do oceano, o peso da terra sobre mim. E o calor do lugar onde me foi denominado "lar".

                                                  Jongseong Park

...

Jungwon era apenas uma criança de 8 anos em um jantar de família.

Seus olhos foram tampados por uma das empregadas da casa quando a porta foi aberta para o tal "visitante". O pequeno foi conduzido até seu quarto que ficava no segundo andar.

"Não saia daqui até que um de nós venha até você".

Foi o que a mais velha disse antes de encostar a porta e sair rumo ao andar de baixo.

O tempo se passou e uma discussão, Jungwon pensou mil vezes em espiar o que estava acontecendo, mas precisava ser obediente e permanecer ali. Alguns minutos depois o silêncio era tudo que preenchia a casa dos Yang. Jungwon estava prestes a sair quando ouviu o ranger dos degraus da escada, alguém estava se aproximando. Em passos lentos, como se estivesse procurando por alguém enquanto observava cada mínimo detalhe da casa.

-Por que está se escondendo pequeno? - disse a voz de um homem desconhecido.

Jungwon abraçou os próprios joelhos comprimindo seu pequeno corpo, os passos estavam mais próximos, Jungwon podia observar pelo vão do guarda-roupa, o par de coturnos.

Assim que percebeu, abaixou a cabeça.

-Você quer brincar de se esconder então? Pra falar a verdade, Eu também gosto de brincar...

Yang tremia enquanto tentava conter qualquer som que pudesse ser emitido por ele mesmo.

-Nós, eu e você... estamos unidos pra sempre agora.

-Quem é você?

Em um impulso inevitável o pequeno perguntou, com a voz trêmula fazendo assim o outro rir soprado.

-Quem eu sou? - perguntou de volta enquanto andava pelo quarto, derrubando todo e qualquer objeto de vidro que via pela frente - É uma boa pergunta, mas você já tem a resposta.

Jungwon sentiu seu pulso queimar, arder como se uma lâmina o cortasse com fogo.

-Eu sou aquele que todos fogem e temem mesmo sem nunca terem visto e quando você tem a oportunidade de estar frente a frente decide continuar preso em um guarda-roupa. Me deixa ver seu rosto, vamos logo.

Lágrimas caiam pelo rosto de Jungwon enquanto a dor se tornava insuportável em seu braço direito.

-Mas você irá crescer, eu vou permitir que faça isso sem mim, e daqui há 10 anos, Jungwon... eu vou buscar você.

E então se retirou sem deixar vestígio algum de sua aparição, Jungwon saiu do guarda-roupa com o rosto encharcado por suas próprias lágrimas, segurando o pulso que já não ardia tanto como antes quando o "desconhecido" estava próximo.

666 em seu pulso direito.

...

É o último dia de aula, quem diria que logo eu, Yang Jungwon iria me formar no ensino médio.

Quem diria que eu acabaria sendo como qualquer outra pessoa comum, que corre atrás de seus objetivos e quer ser "alguém", na verdade eu nem mesmo sei o que vou fazer depois disso, não tenho planos, tampouco sonhos, na verdade, ando tendo pesadelos