26 - Visita inesperada

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Dois meses depois... 

O sol estava de castigar de maneira que Maraisa sentia-se mal ao caminhar, encostou a mão em uma árvore e removeu o suor do rosto.  Hugo estava mais na frente, parou ao perceber que não estava sendo seguido. Virou-se e então viu Maraisa ofegante e muito pálida. 

— Você está sentindo alguma coisa? - Ele passa suas mãos no rosto da garota. — Nossa, você está muito gelada. 

— Só estou esgotada. - Admite sentando no chão. — Ultimamente não ando muito bem, acho que preciso de um longo descanso. Faz dois meses que estamos procurando o Niall e o máximo que temos são pistas que não nos levam a nada. 

Hugo senta ao lado de Maraisa e lhe entrega uma garrafa com água. Encarou o céu que estava bastante azul, suspira alto e então volta seu olhar para a jovem ao seu lado. 

— Precisamos voltar, Isa. Não podemos mais estar gastando tanto tempo atrás de alguém que provavelmente não quer ser achado. 

— Você só está se esquecendo que eu não posso mais voltar, fui expulsa, Hugo. - A boca de Maraisa saliva ao ver uma jabuticabeira ao longe. — Eu estou desejando jabuticabas tanto quanto quero encontrar o Niall. 

Sem mais delongas, Hugo foi até o pé e tirou algumas jabuticabas para Maraisa. Ultimamente estava sendo assim, ela sempre tinha vontade de comer algo em específico do nada. Hugo estranhava, mas não iria dizer o que suspeitava. 

— Obrigada, Hugo. - Ela agradece dando um sorriso verdadeiro. — Esses meses juntos tem servido para provar o que eu já sabia, nossa amizade é uma das coisas mais valiosas que tenho. 

— Eu tenho que voltar para o vilarejo. - Declarou pesaroso. — Sei que você não pode entrar, mas existe uma cabana fora do vilarejo que você pode ficar abrigada. Sou um membro da alcatéia, tenho deveres a cumprir. E seu pai foi claro, ele não me permitiria ficar fora por muito tempo. Talvez por querer saber coisas sobre você em curto tempo. 

Maraisa encarou o chão tentando controlar as batidas do seu coração, ela ainda sentia uma imensa tristeza ao ouvir algo relacionado ao seu pai. Sabia que um dia quem sabe o perdoaria, mas a ferida ainda está muito aberta em seu peito. Lembrou-se também de Marília, sua amada Marilia. Nesses dois meses se encontraram apenas duas vezes, por poucos minutos. Infelizmente a guerra ainda continua, só que um pouco mais controlada. Já não se tem tantos vampiros a disposição para lutar contra os lobisomens e com a ajuda da bruxa está sendo um pouco mais fácil derrotá-los. 

— Temos que voltar hoje mesmo. Vamos apenas tomar um banho na cachoeira para refrescar esse calor. 

Maraisa assentiu toda lambuzada, Hugo teve vontade de abraça-la, mas controlou seus impulsos. Sabia que ela era algo inalcançável, seu coração pertencia a outro pessoa.                                          

xXx 

Era de manhã bem cedo, Marília voltava da luta contra os vampiros. A situação estava bem mais controlada de uma forma que revezavam quem iria e quem ficaria. Lari tomava café juntamente com sua mãe quando Marília entrou pelas portas possessa de raiva. 

— Bom dia, Marília. - Ruth corre até a filha. — Vá tomar banho e venha comer. Está precisando. 

— Não estou com fome. - Declarou caindo de joelhos no meio da sala. Esse ato impressiona sua mãe e sua irmã. — Eu preciso da Maraisa, eu não posso mais viver sem ela. Eu já não aguento essa distância, sinto-me debilitada com isso. 

Ruth agachou ficando ao lado da filha, acariciou seus cabelos ignorando o cheiro forte de sangue que emanava do seu corpo. Marília fecha os olhos com força desejando profundamente que tudo isso não passasse de um sonho infeliz. 

— Acredite que ela entrará por essas portas e isso acontecerá. É só ter fé, minha filha. - Ruth a ajuda a levantar. — Vá tomar seu banho. 

Marília assente passando por Lari e então vai direto para o seu quarto. Encarou a cama vazia e perfeitamente arrumada, seus olhos vagaram de forma pesada sobre o quarto. Foi até o guarda-roupa e então pegou a linda camisola que tinha dado a sua esposa no dia do seu aniversário. Fechou os olhos e deixou-se ser guiado pelos pensamentos que iriam surgindo daquela noite. Ao se dar conta do tempo que estava perdendo torturando-se, pegou sua roupa e foi tomar um banho. Minutos depois estava descendo para tentar comer alguma coisa, seu coração de alguma forma estava muito apertado. Ruth deixou a mesa farta afim de agradar sua filha, ela sabia que os meses sem Maraisa a deixou sem apetite e totalmente desmotivada. Por vezes se viu tendo que colocar Lauana pra fora pela ousadia da mesma em procurá-la. Ela sabia o quanto a mesma era ardilosa, ainda mais estando tão perto de Marília sendo nova integrante da alcatéia. 

— Come, Marília. - Ruth insisti. — Quer que eu peça pra Ágata preparar algo? 

— Não, não se incomode. O que tem aqui já está bom. 

Ruth ficou observando Marília comer totalmente absorta em seus pensamentos. Desejou que Maraisa encontrasse o garoto o mais rápido que podia. Ouviu alguém bater na porta, Bernatede correu pra abrir. Era Justin avisando que uma ex-empregada do casarão precisava urgentemente falar com Marília, Ruth tremeu ao ouvir que era Luísa. Deu ordens para que ela entrasse e então deixou Marília sozinha sem que ela percebesse qualquer nervosismo da sua parte. A garota entra no casarão estranhando por estar sendo recebida pela sua antiga patroa, logo sorriu. 

— O que veio fazer aqui, Luisa? Não fomos claras com você? - Ruth não queria ser rude, mas precisava ser para que a conversa não se prolongasse muito. 

— Bom dia, Sra. Ruth. - Disse educada. — Eu queria mesmo era falar com a Marília, ela é a mais interessada nisso tudo. 

— Do que você está falando? 

— Do fato de que eu estou grávida dela. - Luisa coloca a mão direita em seu ventre. — Vamos ter um filho e eu não vou assumi-lo sozinha. 

Ruth começa a tossir como se acabasse de engolir algo muito grande, levou suas duas mãos ao pescoço na tentativa de buscar ar. 

— Você está bem, mãe? - Marília entra na sala correndo e estanca ao ver Luisa. — O que você está fazendo aqui? 

— Socorre sua mãe primeiro que sobre o nosso bebê falamos depois. 

Luisa caminha até o sofá, senta-se cruzando as pernas e encara a expressão atônita que se formou no rosto de Marília.

Prometida à alfa - Malila g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora