02

393 52 22
                                    

BOA LEITURA S2

Estava prestes a sair do casarão, mas ouço meu pai me chamar antes que eu pudesse passar pela porta.

_ Smoke! - me viro para o mesmo _ Minha sala!

_ Sim senhor! - o acompanhei.

Por mais que Hassan fosse meu pai, nós evitávamos ao máximo demonstrar esse sentimento para os outros.

Entrei no seu escritório logo atrás dele.

_ Vamos ter uma conversa antes de você sair. - ele diz se sentando na sua cadeira estofada de couro com um tom avermelhado.

_ Diga papai - retirei minha máscara e respirei um tanto aliviada, me sentando na cadeira a sua frente.

_ Eu sei que essa é a sua primeira missão... na verdade, é a primeira que eu permito. - ele me olha com receio _ Esses homens são perigosos, Sophia...

_ Papai olha só! - o interrompo _ Eu conheço o histórico deles, sei do que são capazes. Você me treinou para ser uma mulher forte! E hoje, hoje eu sou a mulher forte que você criou.

_ Você é a pessoa mais forte que eu conheço. - ele se levanta de sua cadeira, e caminha parando na minha frente. _ Se eles te pegarem... Soph se eles te pegarem, diga tudo, dê tudo o que eles quiserem saber! Não quero que te machuquem.

_ Relaxa careca - me levanto e logo o abraço _ Não se preocupa, eu sou a Smoke. Eles nem vão me ver chegar.

O tom confiante que proferi essas palavras, fez a expressão de preocupação do meu pai se tranquilizar.

Sai do casarão e entrei na minha picape Ford ranger e dirigi para onde aquela equipe de estrangeiros iriam invadir. Eu não iria permitir que tomassem os mísseis do meu pai.

Tem muita coisa em jogo. Eu nunca estive de acordo quando meu pai quis se juntar a sin nombre, mas estava fora do meu controle tomar essa decisão. Agora meu pai é como um escravo deles, e isso significa que se a equipe estrangeira encontrar os mísseis, meu pai estaria devendo a sin nombre, e depois disso, só teria um caminho para ele. Meu trabalho é impedir isso...

Eu faria de tudo por Hassan, ele me salvou quando eu estava completamente perdida nesse mundo. Devo a minha vida a ele.

Chegando no local da possível invasão estrangeira, adentro a casa e vou em direção a uma pequena salinha onde ficavam uns documentos do contrabando e a localização dos mísseis.

Pego os mais importantes e necessários que contém provas que possam prejudicar meu pai.

Saindo da casa ouço os homens gritarem.

_ ELES ESTÃO AQUI! - o homem grita preparando sua arma, mas leva um tiro antes mesmo de poder apontar ela.

_ SMOKE! VAI PRA DENTRO AGORA PORRA - um outro soldado grita e no mesmo momento é fuzilado sem nem saber de onde veio.

Volto correndo para dentro da casa velha e corro para as escadas tropeçando em alguns degraus quebrados pela madeira velha.

Entro novamente na salinha, e vou até a janela. Vejo do lado de fora dois dos transportes que os soldados da equipe 141 vieram.

Corro até a mesa pegando mais uns documentos aleatórios dali e corro até o cantinho da sala. Jogo todo o papel ali no chão e tiro do meu bolso um esqueiro acendendo em uma das folhas de papel, e a uso para queimar o resto dos documentos.

Antes que eu pudesse sair da sala, vejo a porta ser arrombada com força e me escondo atrás da mesa ali do canto.

Vejo por baixo da mesa dois pares de pés entrando na sala em passos lentos, provavelmente analisando a mesma.

_ Tá limpo! - ouço um homem falando.

_ Ela ainda está na casa, Soap, eu a vi voltando pra dentro - outro com uma voz mais grossa o responde.

_ Ghost, ela deve ter se escondido quando... - de repente ele para.

Meu coração começa a acelerar quando eu o vejo por baixo da mesa. Um homem se abaixa para olhar os papéis queimando no chão.

_ Ela ainda está aqui, tenente! - ouço ele destravando a sua arma, e prendo a respiração já me preparando.

Os vejo abrindo a porta dos armários a minha procura, e lentamente eu levo minha mão direita até minha pistola. Mas no momento em que puxo a arma do coldre, a minha submetralhadora bate no chão chamando a atenção dos homens. No mesmo instante eles olham para a mesa, e sem mais demora eu atiro neles por trás da madeira da mesa. Ouço um deles resmungar gritando.

_ FILHA DA PUTA! - ele choraminga segurando a coxa.

Eu empurro a mesa abruptamente, fazendo a mesma se virar na direção do outro homem. Me levanto apontando a arma para o mesmo, e vejo sua máscara tampando seu rosto "Ghost" penso.

Pela proximidade que nós estavas, ele avança na minha direção de uma maneira rápida e inesperada.

Eu também sou rápida, fantasminha.

Me afasto do lugar de onde estava, e o homem passa direto por mim, me dando a oportunidade de chutar ele por trás. Ele perde o equilíbrio, mas o recupera rápido, se virando para mim. Levanto minha arma apontando para ele, mas ele é mais rápido e a chuta da minha mão. Puxo minha outra arma, enquanto o xingava mentalmente por estar tão perto dificultando a tentativa de pegar a metralhadora.

Ele pegou meu pulso desviando a arma do seu rosto, e me arrastou até a parede, onde eu bati as costas com força. Gemi de dor escorregando até o chão.

Ele parou para respirar, mas não tirava os olhos de mim, eu pude ver por trás daquela máscara. Aproveitei que ele abaixou a guarda e chutei a sua canela com o meu calcanhar. O homem se ajoelhou no chão e resmungou algo em inglês.

Me levantei rápido, e girei meu corpo dando um chute contra o seu rosto o fazendo perder o equilíbrio e quase cair. O homem que eu havia dado um tiro, atira na minha direção me assustando, mas parece que não teve a intenção de me acertar.

Eles podiam ter atirado em mim a muito tempo. Mas não, eles me querem viva, querem informações.

Concluo esse pensamento, indo até o homem de moicano e dou um gancho de direito perfeito em seu rosto.

Me viro para sair da sala, mas o mascarado me segura pelo braço e me puxa de volta. Uso a força que ele me puxou, ao meu favor. Dei um pulo virando meu corpo de cabeça para baixo, e grudei minhas pernas em volta do seu pescoço. Inclinei meu corpo para trás fazendo o homem grande cair ainda preso no meio das minhas pernas.

_ Ela está no segundo andar na terceira porta a esquerda - o homem de moicano fala no rádio enquanto segura seu ferimento feito pelo minha arma.

Entro em desespero e aperto mais o pescoço do homem no meio das minhas pernas, com a intenção de fazer ele desmaiar logo, mas o mesmo tira uma faca não sei de onde e crava a mesma na minha coxa, me tirando um gemido alto de dor.

_ Saca esa mierda de tu trasero?  (Tirou essa porra do rabo?) - me contorci segurando a faca na minha coxa.

O mascarado se afasta de mim, esfregando o pescoço. O seu olhar preso no meu, me causou arrepios, mas já recebi olhares piores de onde eu trabalhava.

Você não me intimida, fantasminha.

_ Tudo bem aqui? - outro homem, com um pano cobrindo seu rosto entra na sala.

Ele olha para mim, tentando decifrar algo me olhando. Se não fosse pela minha máscara, o mesmo veria a cara de puta que estou agora.

Em um pico de adrenalina, puxo a faca da minha coxa a arremessando com força em direção ao homem gigante na porta. A faca pega no seu ombro era pra acertar no peito. Merda! Eu podia ser melhor com facas. Ele apenas olha a faca bufando, e a puxando enquanto pressiona os olhos com dor.

Amor FatalWhere stories live. Discover now