17. A calmaria antes da Tempestade

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•Seonghwa•

Acordar nos braços de quem você ama não tem preço.

Talvez essa tenha sido a noite mais bem aproveitosa de toda minha vida, até agora. Por mais que eu quisesse ficar aqui na cama e quem sabe receber mais beijos no café da manhã sabia que no quarto ao lado  havia um filho acordado  e possivelmente faminto.

Esse período que eles estavam aqui providenciei um quarto para o alfinha, não era nada muito elaborado, mas havia tudo o que ele iria precisar até eu conversar com Hongjoong sobre a decoração e design do cômodo. Não vou mentir, mas talvez eu já esteja em contato com algumas empresas especializadas em cômodos infantis. O que posso fazer se sou um pai babão? Aliás, como não ser com um gatinho desse com um sorriso de dentes fofos e mãozinhas gorduchas segurando firme no berço para manter em pé.

— Bom dia garotão! — o saudei recebendo gritinhos em resposta.

Né aproximei o pegando no colo notando seu macacão molhado na parte inferior. Então quer dizer que tivemos um acidente noite passada.

— Que tal começarmos o dia com um banho?

O coloquei de volta no berço indo até o armário e levando tudo o que iria precisar, roupas, fralda, uma colônia infantil além da escova de cabelo. Fui até o banheiro — obviamente iria o colocar numa suite — e deixei a água encher um pouco a banheira. Com tudo separado no trocador fui até o Soobin — que já estava irritado — e tirei suas roupinhas e fralda.

— Que tal um banho agora?

Me abaixei para lava-lo. Como de costume o filhote ficou quieto, ocupado demais respondendo a água para fora. Com ele limpo e trocado fomos até a cozinha.

Eu não sou o melhor em preparar refeições para um bebê, com certeza Hongjoong saberia fazer isso muito melhor do que eu, mas também não sou um ignorante que não sabe preparar um mingau.

•Hongjoong•

Vergonha.

Esse era o sentimento que me domava por completo. Lembrei de horas atrás quando pedi para que ele ficasse aqui comigo, quando eu o beijei, mesmo que de maneira suave, mas ainda assim o fiz... céus! Eu devo estar à beira de um colapso!

O que ele deve pensar de mim agora? Será que ele acha que sou muito atirado? Promíscuo? Como é que eu vou encaraá-lo agora?

Fiquei na cama olhando para o tempo branco, aí lado o esvoaçar das cortinas denunciavam o da bonita lá fora, já aqui dentro tudo fedia a minha vergonha.

Recolhendo o resto de dignidade que ainda me restava me levantei ind rápido até o banheiro, depois fui até o quarto do filhote, por um segundo senti todo o meu corpor gelar e minhas estranhas se revelarem, mas então eu senti o cheiro de Seonghwa por aqui. Segui até a cozinha, sendo guiado pelos instintos do meu ômega atrás do filhote.

— Bom dia Hong! — Park disse.

— Papa! — meu filhote gritou.

Sorri me aproximando dos dois.

— Parece que o dia começou bem aqui. — comecei descontraído.

— Vem. — Seonghwa sorriu — fiz seu café da manhã.

Sorri me aproximando um pouco mais, vendo meu filhote com a boquinha suja de papinha, Seonghwa igualmente sujo e me pergunto como diabos ele conseguiu se sujar também na mesa havia uma tigela com frutas, suco e torradas, todas dispostas para mim. Senti minhas bochechas esquentarem e imaginei que estavam vermelhas. Pela lua, Seonghwa! Por que você é tão atencioso?

Ainda parece que tudo vai desmoronar no instante seguinte, que toda essa presença protetora vai sumir e um buraco iria se abrir em meu peito como nos sonhos bons que tinha quando ainda morava com ele.

Soobin está mais do que adaptado e satisfeito aqui, não há uma preocupação real e nem o medo constante de agressões e abusos. É tudo bom.

Tão bom que me pergunto se sou mesmo merecedor. Apesar de ser tudo que sempre quis, ainda me causa tantas sensações e estar com Seonghwa. Tudo sobre o Seonghwa , seu cheiro, seu toque, seu beijo... E lá vai eu de novo me perder em seus lábios tão macios e suaves...

Para Hongjoong!

Afastei meus pensamentos e tentei focar no cenário à minha frente.

Preciso controlar meu lobo por que ele anda se comportando de maneira muito indecente quando se trata do Park. Meu ômega está aqui me implorando para me aproximar e enterrar meu nariz naquele pescoço tão bonito e inalar deu aroma inebriante. Ter beijando parece atiçar os meus pensamentos sobre ele e até mesmo minha visão parece diferente,  como os músculos flexionados dos seus braços, as costas largas, a linha da mandíbula acentuada, até a maneira como ele joga o cabelo para trás parece sexy para mim.

Por Luna!

Estou parecendo lobinho na puberdade. Patético.

•Narração•

Enquanto uns desfrutavam de companhias agradáveis e sinceras, o dia amanhecia sombrio do outro lado da cidade. A velha da casa ao lado cuidava de suas plantas enquanto ouvia a gritaria dos vizinhos, mas não era o alfa para o seu companheiro, como de costume, eram alguns betas irritados e bêbados junto a Lee Minhyuk.

O alfa sentia-se humilhado, desprezado e com a honra de alfa manchada por alguém considerado inferior a ele.

Muitas coisas passam pela mente doentia do alfa, formas de machucar e magoar aquele alvo de seu ressentimento. Porém ele sabia que nenhuma dor física seria capaz de o atingir quando a de tornar o pequeno filhote. Seus amigos de bebedeira estavam apagando pouco a pouco, alguns soltavam piadas sobre o ômega bonitinho que andava por aqui limpando toda bagunça até que, por conta da bebida e até mesmo do  desvio de caráter desse grupo, uma briga sem sentido começou.

Lee Minhyuk pouco se importou com o que acontecia debaixo do próprio teto, estava mais interessado em como arrancar a coisa mais preciosa, do seu, ainda legalmente, companheiro. Quando ele pusesse as mãos no pequeno Soobin, iria sumir da cidade e dar um fim na criança para que o ômega Hongjoong sentisse e pagasse por essa humilhação que seu logo alfa sentia e remoía a cada instante.

E não importa com quem ele esteja, Minhyuk vai encontrá-lo.

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𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐎𝐟 𝐆𝐥𝐚𝐬𝐬 |Seongjoong|Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ