Capítulo 23 - Da Nóbrega

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       Tinha alguma coisa errada acontecendo. Soube disso no momento em que reconheci as pílulas como as que minha mãe tomava para "ajudá-la no sono". Eu poderia até ser novo quando ela morreu, mas me lembro muito bem de ter perguntado sobre os remédios que ela tomava e ela me responder com a vaga resposta.
      
        Passei o dia inteiro observando as pílulas, como se magicamente fossem aparecer respostas na minha frente, o que obviamente não aconteceu. O que eu não esperava era ser surpreendido pela companhia de Zoe, pensei que ela já tivesse desistido de se aprofundar mais sobre o assunto, mas eu claramente estava errado. Sabia que ela não me deixaria em paz se não concordasse com sua ideia, então preferi evitar o problema. Não que eu realmente vá avisá-la sobre, se ela pensa que vou deixá-la se envolver em assuntos que não lhe pertecem, ela está muito enganada.

        Faz uma hora que Zoe saiu da minha casa e ainda não digeri o nosso quase beijo, se ela não tivesse saído dali naquele momento eu realmente não sei o que teria feito.

        Vou ao meu pequeno bar em um canto da sala e me sirvo de uma dose do meu Whisky favorito. Mandei uma mensagem para Levi perguntando sobre as pílulas e até agora não obtive uma resposta, eu ficaria preocupado se não conhecesse Levi o suficiente para saber que ele só está me ignorando para fazer suspense. Esse canalha sempre faz isso. Levo o copo aos lábios, sentindo o líquido descer queimando por minha garganta e enviando uma onda de alívio por todo o meu corpo. Não sei o que está acontecendo, mas com essa recente proximidade entre eu e Zoe venho tendo desejos que há tempos não tenho. Na verdade, acho que nunca desejei tanto alguém como venho dedejando-a ultimamente, o que me deixa apreensivo ao mesmo tempo em que quero mergulhar de cabeça nesse sentimento.

       Bebo o Whisky lentamente, apreciando sua queimação enquanto tento colocar meus pensamentos em ordem, pensar no que pode estar acontecendo que não estou percebendo. Meu pai está tramando alguma coisa, isso é certo, mas não consigo descobrir o que é e isso me deixa irritado pra caralho.

       Pego meu notebook em cima da poltrona ao meu lado e dígito o código de segurança, abrindo umas pastas antigas que tenho arquivadas aqui. Há alguns anos, encontrei um pendrive no antigo escritório do meu pai e o escondi, sabia que precisaria algum dia e por isso passei todo o seu conteúdo para o meu notebook, alguma coisa me diz que essas pílulas tem alguma coisa a ver com ele, talvez eu finalmente esteja perto de descobrir a causa da morte da minha mãe e isso seria a primeira coisa em anos em que eu realmente ficaria satisfeito.

       Assim que dígito o outro código de segurança para finalmente ter acesso à pasta, sinto todo o meu corpo gelar, minha visão nublando com o que eu encontro na minha frente.

O Grego Que Me Amava - Irmãos Duarte: Livro 1Where stories live. Discover now