01|Where it all began

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" - Eu sei que não vai ficar tudo bem"

CALLISA DIAZ


Abri meus olhos lentamente para que eles possam se acostumar com a claridade que existia no quarto, estiquei meu braço para desligar o relógio que insistia em tocar.

Ouvi alguns barulhos que pareciam cochichos da porta, quando menos esperava minha mãe e meu padrasto empurraram a porta com tudo. Minha mãe tinha um pequeno bolo em suas mãos com algumas velas vermelhas em cima.

— Feliz aniversário — eles falam em uníssono.

—  Faz um desejo filha — a voz doce de minha mãe ecoou em meus ouvidos e me sentei na cama. Peguei o pequeno bolo das mãos de minha mãe e assim fiz um desejo e em seguida assoprei até que todas as velas se apagaram.

Em seguida conversei um pouco com eles sobre meus planos de hoje e logo eles saíram do meu quarto para que eu pudesse me arrumar.

Tirei o cobertor de cima de mim e como todo dia me certifiquei de colocar primeiro o pé direito no chão e depois o esquerdo. Me desloquei até o banheiro e me olhei no espelho e me assustei com o comprimento do meu cabelo, antes as mechas loiras estavam um pouco abaixo de meus seios e agora estão um pouco abaixo da minha cintura.

Amarrei meu cabelo em um coque alto, tirei meu pijama e colocando os mesmo no cesto ao lado da pia, entrei embaixo da água morna deixando meus músculos relaxarem, peguei minha esponja roxa e coloquei uma boa quantidade de sabonete líquido, ensaboei meu corpo e logo o box exalava cheiro artificial de morango do sabonete.

Tirei o sabonete de meu corpo, desliguei o registro e sai do box me enrolando em uma toalha branca que estava pendurada nele. Abri meu guarda roupa e peguei uma saia jeans preta, uma blusa branca e uma jaqueta jeans também preta.

Passei creme no meu corpo, coloquei a roupa e me sentei em frente ao espelho da minha penteadeira; desfiz o coque do meu cabelo, e reparti no meio com o auxílio da escova.

Passei um pouco de rímel e blush em minhas bochechas, o que era raro porque eu não costumava usar maquiagem para ir pra escola, só quando ia em festas, o que raramente acontecia mas de vez em quando Cassie me convencia a deixar a minha vida de dentro do quarto e socializar com pessoas. Coloquei meus coturnos preto, peguei minha mochila e fui para escola.

Estou sentada em uma das mesas do refeitório almoçando e jogando conversa fora com minha amiga Vic, alguns de nossos amigos também estão aqui.

Agradeço a todas as entidades existentes por ninguém ter lembrado do meu aniversário, já não basta minha mãe me lembrando dessa notícia logo que acordei, se pudesse eu faria todos inclusive eu esquecer do meu aniversário.

A Callisa de alguns meses atrás me daria um tapa se ouvisse o que disse, já que eu adorava comemorar meu aniversário, não era nem pelo fato das festas e dos presentes, até porque eu nunca tive uma festa de aniversário por causa da minha condição financeira.

Mamãe tinha contas a pagar e duas filhas para
sustentar, por mais que sempre foi minha vontade ter uma festa de aniversário, eu reivindiquei a única oportunidade de realizar esse sonho de meu pai.

Matias não era um pai presente em minha vida, mas na de Cassie era completamente ao contrário, era incrível como meus pais nunca esconderam a preferência por minha irmã. Enquanto eu via nosso pai duas vezes no mês, Cassie o via quase toda semana.

Por mais que ele não fosse tão presente em minha vida, ele ainda era meu pai, querendo ou não ele teve uma parte fundamental na minha criação, tem muito dele em mim, muitas coisas que eu sei hoje foi ele que me ensinou. Uma delas foi que eu não posso mudar o passado, mas posso mudar o meu futuro, eu levo essa frase sempre na minha vida.

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