Volúpio | Taekookmin

7. Eros e Vante fazem planos

Jeon Jungkook estava bem mais desinibido.

Era a terceira vez que Taehyung completava sua taça de vinho e o mais novo da mesa se sentia cada vez mais quente por dentro enquanto tomava da bebida. Quando o garçom chegou com os pratos e viu Jimin morder o primeiro pedaço da carne argentina, chegou a viajar na própria mente vendo os lábios pintados de rosa do ruivo se abrirem devagar para receber o garfo.

Molhou os lábios usando a ponta da língua e se esforçou para comer sem soltar nenhum comentário.

Taehyung, à medida que bebia, também se mostrava um homem mais solto e que cada vez mais surpreendia Jungkook em sua simplicidade: era um sexólogo famoso e extremamente rico, usava uma roupa impecável que Jungkook sabia ter custado uma fortuna, mas ria e contava animado sobre histórias antigas, gesticulava e chamava Jimin para complementar seus relatos tal como se fosse um jovem em uma roda de amigos da faculdade.

Kim Taehyung possuía muitas facetas e Jungkook queria conhecer cada uma delas.

— Acho que o que mais sinto falta da Califórnia, é do meu fusca...

— Ahhh, aquele fusca! — Jimin sorriu nostálgico, com o olhar teatralmente para cima e a cabeça inclinada. — Nossos melhores momentos foram nele!

— O que fizeram? — Jungkook tomou mais um gole do vinho e inclinou o corpo para frente, curioso.

— Foi dentro dele que eu pedi Jimin em casamento.

— E quando eu assumi ser não-binário para Taehyung. — relembrou com uma sensação agradável na barriga. — Tivemos que deixá-lo para trás quando voltamos para cá, e ninguém mais produz fuscas, principalmente na Coreia.

— Acho que só os vi na televisão. — Jungkook comentou, extremamente curioso em saber mais sobre eles. — E como foi que se conheceram? Já praticavam BDSM antes?

A pergunta saiu tão natural que só se deu conta segundos depois de pronunciá-la.

— Quer mesmo saber? — Jimin perguntou curioso e Jungkook se endireitou na cadeira.

— Oh, eu, só se quiserem me contar. — colocou as mãos no colo.

— Bom... Você quer começar? — Taehyung se virou para o esposo, que assentiu.

— Taehyung era meu cliente. — Jimin olhou um pouco menos sorridente para Jungkook, que teve medo da teoria que se formou em sua cabeça. — É isso mesmo o que está pensando.

— Eu não estava...

— Não tem problema, eu não me importo. — sorriu de lado. — Ele se interessou em me conhecer fora dos programas e o resto foi consequência.

— E Jimin já conhecia o BDSM, mas não praticava por motivos, bom, óbvios. – Taehyung tocou na nuca do Jimin, em um aperto leve de massagem. — Eu o chamei para morar comigo e descobri que coloquei um brat birrento dentro de casa.

— E você ama esse brat! — mordeu o próprio lábio e passou a observar a boca desenhada do marido, até ouvirem Jungkook tomar mais um gole do vinho e colocar a taça na mesa.

O clima pesou de imediato, sem que nenhum dos três entendesse o motivo — ou entendesse até demais

Jungkook sentiu uma gota do vinho prestes a sair pelo canto da boca e a limpou com o polegar, para então levar o dedo à sua língua e limpá-lo.

Os três se encararam.

Aquele momento não deveria ser algo inédito para Jimin e Taehyung: não era a primeira vez que convidavam uma terceira pessoa para sair, antes de praticarem algo na Casa Eros.