Edward Portman, um empreiteiro sedutor e bem-sucedido, retorna a Nova York mais uma vez para finalizar a compra de um condomínio de luxo.
Porém, ao descobrir que o dono é o marido de sua amante, ele se vê em uma situação complicada. Para evitar esc...
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Eu nunca fui boa com teatro, isso é um fato inegável.
O riso do meu pai ecoava na minha mente enquanto eu me via no meio dessa farsa bizarra. Sempre que eu atuava em uma peça de teatro na escola, o meu pai voltava para casa rindo incontrolavelmente, e não porque eu fosse uma excelente atriz, mas porque os meus talentos dramáticos sempre resultavam em desastres cômicos. A verdade é que eu nunca consegui terminar uma peça de teatro sem cometer erros. Talvez seja por isso que escolhi estudar Arquitetura em vez de Belas Artes.
Agora, ali estava eu, tentando não suar sob o vestido justo que realçava a minha barriga crescente. Por um momento, eu desejei que pudesse simplesmente empurrar Edward para longe e sair correndo dali, mas algo me impedia. Cada vez que aquela voz interior me aconselhava a fugir, eu apenas acariciava a minha barriga e tentava entender por que diabos aceitei me submeter a essa loucura.
A mulher diante de mim, a ex-namorada de Edward, cumprimentou-o com um sorriso que me fez sentir um frio na espinha. E então, ela se voltou para mim com uma pergunta que me pegou desprevenida.
— E quanto a você, minha querida? Quantos meses de gravidez? — Ela perguntou, mantendo o sorriso. A sua voz era suave, mas seus olhos tinham um brilho afiado. Eu podia sentir o seu olhar perfurando-me, como se estivesse prestes a desmascarar toda a enganação.
Era inegável que a ex-namorada de Edward era deslumbrante. O seu vestido dourado realçava a sua pele ébano e os seus dreadlocks estavam elegantemente presos em um coque. Ela era a imagem da confiança e da beleza, e eu senti-me absurdamente deslocada ao seu lado.
Eu queria que o meu rosto não estivesse corado e as minhas mãos não estivessem trêmulas. Eu queria poder inventar uma resposta convincente, mas, no fundo, eu sabia que não estava preparada para esse tipo de pergunta. Eu não estava preparada para essa situação absurda em que eu me encontrava.
Edward, ao meu lado, colocou uma mão na minha cintura, e eu senti o seu toque firme. Ele estava lá para me apoiar, para manter a farsa, mas aquilo só aumentou a pressão que eu estava sentindo.
Eu deveria responder alguma coisa nela? Se eu não respondesse, soaria como mal-educada, e isso não é uma imagem muito legal. Mas se eu não devesse respondê-la?
Olhei para ele, procurando a sua autorização, e ele apenas maneou a cabeça tão rápido que quase passou despercebido por mim.
— Estou grávida de quatro meses. — Respondi com um sorriso terno e a mulher delineou um outro tipo de sorriso, algo como "eu te peguei" só que não para mim, e sim para Edward.
— Quatro meses? Edward, isso não bate com o tempo em que você estava na Itália. — Quem falou foi outra pessoa, um homem alto de cabelos grisalhos, que carregava uma barriga assustadora para o seu porte físico.
— Às vezes, dava uma escapadinha da Itália para Nova Iorque para passar um tempo com a minha amada. — As suas palavras eram carregadas de paixão. — Estou perdidamente apaixonado, não conseguia mais viver sem Milena. — E então Edward inclinou-se e depositou um beijo na minha testa, se erguendo em seguida e tomando um longo gole do seu vinho.
