𝐗𝐈𝐗

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𝐃𝐚𝐧𝐢𝐞𝐥 𝐑𝐢𝐜𝐜𝐢𝐚𝐫𝐝𝐨

-- Vocês disseram que isso ia dar certo! - Carlos esbraveja contra mim e Marc. - Ele está com Max Verstappen! ELE ESTÁ COM MAX!

-- Calma Carlos - Marc tenta acalmar Carlos novamente. - Só porque Max tava lá, não quer dizer que eles tenham ficado juntos. - Faz-se um silêncio tanto da minha parte quanto da de Carlos. Sabemos que Charles não demora muito para se... satisfazer. - Tá, tá, deixa eu reformular: não quer dizer que ele ter transado com Max ontem, ele tenha se apaixonado por Max. - Marc tá certo, mas digamos que eu não usaria a palavra "transado" para deixar explícito o que Max e Charles fizeram na noite passada. Por mais que seja isso que eles tenham feito.

-- Você está certo. - Carlos, finalmente, senta na cama. Eu e o outro espanhol nos sentamos ao lado dele. Ponho a mão nas costas de Carlos para tentar o confortar. - Max é melhor que eu em tudo...

Eu e Marc nos entreolhamos. É sério que ele tá se sentindo inferior a Max?!

-- Ei, ei, ei. Calma aí - falo pela primeira vez. - Max não é nada em comparação a você. Você é lindo, engraçado, carinhoso, fofo... - dou uma pausa na fala - trepa bem. - Marc tenta conter o riso e Carlos volta seu olhar pra mim com um sorriso no rosto. - Ah, gente. Qual é? Vocês acham mesmo que Max trepa melhor que Carlos? Eu duvido. E muito. - Finalmente, Carlos solta um sorrisinho. Marc entra na brincadeira após perceber que seu amigo está achando graça nisso.

-- Exatamente, Max trepar melhor que Carlos? Desde quando um holandês faz isso melhor que um espanhol?! - Carlos fica rindo do rumo que a conversa tomou.

-- O problema é que Charles e Max já tinham se pegado antes. - Ele fala e ficamos em silêncio. Um silêncio altamente constrangedor. - Então, - ele continua depois de um tempo - a chance de ele não querer mais nada comigo é grande. - O silêncio continua até ele voltar a falar. - Aposto que Max não vacilaria com Charles.

-- Mas, você não vacilou, cara! Vocês tinham terminado! Você podia transar com o mundo inteiro e ele não tinha o direito de ficar bravo com você!

-- Mas, quem ama não transa com qualquer um depois de um término meio turbulento. Sei que ele pediu um tempo, porque não conseguia ficar com uma pessoa que não se aceitava. Ele se aceita e a família o aceita. Eu tenho medo do que meu pai, minha mãe, minha irmã, meu primo, toda minha família vai achar.  - Ele fala com os olhos marejados e com a voz falha. - Realmente, eu não consigo dizer que gosto de homens. Tipo, eu também gosto de mulheres, mas é diferente com ele. Me sinto bem quando o tenho em meus braços, quando o beijo. Não parece errado. - Marc o interrompe:

-- Mas, não é! Charles é que era pra tá se sentindo mal por deixar um homem maravilhoso feito você ir embora por um motivo tão egoísta desse! - Não sei porquê, mas sinto que Marc queria dizer isso há um tempo. Como se isso tivesse engasgado e ele finalmente botou pra fora. Não falo nada agora, apenas observo a expressão de Carlos.

-- Ele não é egoísta. - É tudo o que Carlos diz.

-- Se ele não consegue te esperar pra se aceitar, ele é sim. - Marc continua com a ideia. - Ele sabe que sua família é mais... conservadora e te abandonou num período difícil pra qualquer um. Aposto que ele precisou de um apoio quando foi se assumir pra família.

-- Ele não é egoísta. - Carlos repete, dessa vez com um tom de voz mais autoritário e acertivo. Os dois espanhóis ficam se encarando, como se guerras entre os dois estivessem sendo traçadas naquele momento.

-- Eu acho que Marc não quis dizer isso, né Marc? - Tento quebrar o clima, fazendo com que Marc fique com os seus pensamentos só pra ele.

Marc não diz nada e pega seu celular. Mexe nele como se estivesse procurando alguém que o entendesse.

Eu achei muita mancada o que Charles fez, mas eu não posso dizer isso na frente do cara que é perdidamente apaixonado por ele. Eu vou levar uma SURRA! Brincadeira, mas ele não vai gostar de ouvir. E, eu acho que esse não é o melhor momento. Como diria Fernando Alonso: "Experiências que só se adquire com a idade".

-- Eu preciso ir agora - Marc diz evitando, um pouquinho, o contato visual do outro espanhol. - Eu só acho que você deveria se dar mais valor. - Ele fala, finalmente, se dirigindo a Carlos.

Nos despedimos, e ficamos apenas o homem com o coração partido e eu.

-- Carlos - começo depois de um longo período de silêncio -, eu acho que você poderia tentar de novo, cara.

-- NÃO! - Ele grita e põe de pé. - Eu não vou ficar me rastejando por ele. Se é isso que ele quer, é melhor procurar outra pessoa. Uma que se aceite. Né isso que ele quer? Aceitação? Então, ele que ache o que tanto procura. Eu já estou cansado disso. Já estou com Lando, e seremos tão feliz quanto eu já fui com ele. - Ele fala e se dirige ao banheiro. Não demora muito pra ouvir o chuveiro ligar.

-- Já tô indo, tá? - Digo, e ele grita "tchau" do banheiro. Abro a porta e rezo mentalmente pra que nenhum ladrão, ou coisa pior, entre naquele quarto enquanto ele está tomando banho.

Espero que Lando seja feliz com ele.

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⏰ Última atualização: Nov 27, 2023 ⏰

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Why can't we be like that? ~ F1 (Boy x Boy)Onde histórias criam vida. Descubra agora