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ALICE NARRANDO:

Aperto o pé no acelerador do meu carro para tentar chegar a tempo na faculdade.

Odeio chegar atrasada!

Eu sempre sou bem pontual e gosto das coisas certas. Quando as coisas saem do meu controle, eu enlouqueço, como agora, que estou super atrasada e à beira de surtar comigo mesma.

Eu sabia que não deveria ter ficado até tarde na resenha que Alex inventou. Que raiva de mim!

Saio de casa às pressas e mal consigo me arrumar. Observo as ruas, que estão tranquilas, e decido passar uma maquiagem básica enquanto dirijo até a faculdade. Vasculho minha bolsa à procura do meu creme hidratante. Um olhar na bolsa, outro na rua.

— Inferno. — xingo ao vasculhar a bolsa e não achar o creme. Tem tantas coisas nessa bolsa. Decido jogar tudo em cima do banco para ficar mais fácil achar meu creme. — Achei você.

Pego o frasco de creme em minhas mãos, abro o mesmo rapidamente e aplico um pouco sobre minha mão, passando por todo o meu rosto e abanando para que o creme seque.

Levo um susto quando sinto o impacto no meu carro.

Merda.

O que foi isso?

Paraliso, assustada com a situação, olhando ao redor. Acabei de atropelar um motociclista.

Meu Deus!

Tiro meu cinto rapidamente, descendo do carro apavorada. Olho a moto preta caída no chão e um homem deitado ao lado dela.

Estou apavorada, mas forço minhas pernas a correr até o ferido.

— Meu Deus! Você está bem? — pergunto ao ver o homem tentando se levantar. — Me desculpa... eu... eu...

Minhas mãos tremiam tanto que nem sei como consegui sair do carro. Foi tudo no automático.

— Eu vou chamar uma ambulância! — falei, apalpando meus bolsos atrás do meu celular. — Merda. Deve estar no carro, eu vou buscar. — falei, levantando, mas sinto mãos fortes me segurando.

— Tá tudo bem. — o homem ferido falou, se levantando. — Eu estou bem. — ele ergueu as mãos para tentar me tranquilizar.

Fiquei paralisada, observando o homem tirando seu capacete.

Uau.

Que Deus grego é esse?

Estou sonhando?

Ele sorriu, olhando-me com atenção. Ele é alto, forte, tem cabelos pretos e até alguns brancos aparecendo. Deve ser bem mais velho do que eu, mas estou admirada com a beleza desse homem!

— Não foi nada demais. — ele falou sem tirar seus olhos de mim.

— Não foi nada demais? — perguntei incrédula. — Eu poderia ter te matado e virado uma assassina! — falei em pânico. Minhas mãos ainda tremiam.

— Poderia? — ele riu. — Relaxa, eu estou bem! E você, como está?

Olhei indignada para esse homem. Como ele quer saber como estou, sendo que eu o atropelei?

Os herdeiros do morroWhere stories live. Discover now