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Esta manhã quando acordei, esperava ver Sebastian batendo em minha porta, implorando por perdão. Mas isso não aconteceu. Fiquei um pouco irritada por isso, nosso relacionamento desmoronou de um dia para o outro, ele confessou ter ficado com outra mulher, desejado outra mulher.

Estava colocando o meu café na xícara ainda pensando sobre ontem.

Eu não estou chateada com Vanessa. Não é ela que tem, ou melhor, tinha um relacionamento comigo. Ela nunca me deveu fidelidade, ou eu a ela. Estou extremamente aborrecida com Sebastian, ele sim me devia fidelidade.

Pego minha xícara de café em mãos e decido ir ver a rua, pela mesma janela.

Afastando um pouco as cortinas vejo um carro parado em frente a minha casa. Não qualquer carro, o carro de Sebastian.

Eu poderia fingir que não vi, fingir que nunca soube que ele estava alí. Mas percebo que essa ideia e inválida quando ele abre a porta do carro e fica me olhando.

Ignore.

Novamente me vem essa ideia na cabeça, mas não consigo. Quando olho para Sebastian vejo se olhar marcado por olhos inchados e baixos com uma expressão facial suavemente triste. Ele estava toda hora estralando os dedos da mão. Ele esta ansioso. Ansioso para vir aqui e me dizer todas as formas a qual fodeu outra mulher.

Vou até a porta e a abro. Eu não queria ter feito isso, mas meu corpo fez por mim. Quando me dei conta já estava parada na porta de frente a Sebastian enquanto ele movia os labios como se tivesse vontade de dizer algo, mas não consegue. Agora ele está sentindo o que senti.

-Por que nunca tivemos um filho?

Ele fala como quem não se desse conta do que acabou de falar. Quando se dá de conta da bobagem que disse ele me olha com seriedade, apesar de sua pergunta estúpida que acabou de ser deixada por seus lábios. Seu cabelo loiro está relativamente úmido. Maldito cabelo.

Seus olhos estão vermelhos, não sei se é por uma noite mal dormida ou se é porque chorou, mas tudo o que quer saber é por que nunca tivemos um filho?

-Você está brincando comigo, Sinclair?

-Me desculpe - ele pede balançando a cabeça - foi um pensamento que me ocorreu.

Seu primeiro sinto muito depois de ter admitido na cara dura ter me traído.

-Quem é você agora, onde está o meu Sebastian?

Digo. Mas não tenho resposta. Sinto meus olhos encherem de água mas não ligo.

-Odeio você nesse momento. Pra caralho.

Digo e uma lágrima escorre por minha bochecha.

-Você não me odeia. Não.

Ele argumenta baixinho.

-Se isso te serve de consolo por ter dormido com outra mulher, Sebastian...eu não quero que você se sinta culpado.

Digo em tom do zoação. É óbvio que quero que ele se sinta culpado pelo que fez.

-Nunca dormi com ela, Scarlett. Nós só... Nunca chegou a esse ponto. Eu juro.

Sua confissão me faz vacilar por um estante. Ele não transou com ela? E por acaso isso faz alguma diferença? Não, ele me traiu da mesma forma.

Por acaso ele acha que sua "confissão" vai me deixar menos furiosa com ele? Não, nunca. Pouco me importo se foi um beijo ou se foi sexo, a traição dele me machuca igual.

-Nunca dormi com ela - o desgraçado repete - não que isso te faça melhor, eu acho... Só quis falar...

Aperto meus punhos com toda a força que tenho, encravado as unhas na palma da minha mão. Tudo que ele está fazendo...Não é o que eu esperava dele. Eu preciso de consideração e consolo mas ele está me dando totalmente ao contrário.

Véu De Obsessão Where stories live. Discover now