Capítulo 1 | Art Deco

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You're so Art Deco out on the floor
Shining like gunmetal, cold and unsure

—Lana Del  Rey

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Dedicatória: Dedico esse livro a todas que já machucaram homens golden retriever por conta de seus fantasmas do passado. E a todas aquelas que quiseram voltar no tempo e consertar as coisas.

Nessa história, eles se consertam.

Nessa história, eles se consertam

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Halloween de 2014,
8 anos antes

Às vezes, o diabo pode aparecer nas nossas vidas, sem que seja possível perceber. Ele pode aparecer disfarçado de uma linda criatura, capaz de despertar todos os nossos desejos reprimidos, e nos deixar completamente cegos. Às vezes, um anjo pode vir, e os olhos profundos, capazes de atravessar as nossas almas, são confundidos com malícia, nos incapacitando de ver a verdadeira inocência, por trás de tudo. Às vezes, uma pessoa pode ser os dois, ao mesmo tempo.

Era isso que eu estava pensando, enquanto atravessava o corredor daquela mensal, e deixava o meu olhar cair sob aquela linda criatura, fantasiada de anjo negro.

Eu não estava procurando por aquela imagem. Tudo o que eu estava fazendo, naquele canto da casa, era indo procurar algo no quarto de William, porque ele havia sugerido -Qualquer tipo de apetrecho de Halloween, porque eu meio que esqueci do principal, que era a fantasia- que eu pegasse.

Não tive objetivo nenhum de ir atrás de aquela mulher, ou de ficar observando-a rodopiar sozinha, como se não tivesse uma festa acontecendo, no andar de baixo.

Mas eu a encontrei. E era uma visão tão deslumbrante, que eu não conseguia tirar os meus olhos de lá.

Por conta da pouca luz, eu não conseguia destingir o seu rosto. Mas eu tive a certeza de que ela não estava na festa, antes. Não tinha como. Se ela tivesse divido o mesmo salão que eu, naquela noite, eu teria reparado em seu corpo perfeito.

Nem mesmo o álcool, a gritaria, a excitação generalizada de vários jovens que tinham urgência em se divertir, ou as outras meninas que estavam me dando atenção, teria me incapacitado de percebê-la.

Will era maluco. Ele era um dos meus melhores amigos, e eu adorava ter a sua companhia em aventuras noturnas, mas ele era meio maluco. Todo mundo sabia. Não era segredo.

E... conhecendo-o, eu sabia que ele não deixaria uma pessoa qualquer ir aos ambientes íntimos da sua casa, para fazer sei lá o que. Mesmo que amasse fazer aquela festa temática, mesmo que todo ano colocasse uma multidão do cacete em sua casa, para comemorar, as regras sempre foram muito claras. Apenas o andar de baixo está liberado. Ninguém vai transar nos quartos da sua mansão, e ninguém pode mexer nas suas coisas pessoais, que se encontram acima da escada.

Os Sons Que Fizemos (+18)Where stories live. Discover now