A moça e os ladrões

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O começo das férias chegou, finalmente o jovem professor descansaria "daquelas pestes" – como ele mesmo diz –, Passará um tempo em casa nas férias de verão, planejou que não iria a nenhum lugar diferente. Permaneceria lá apenas vivendo no automático, lamentando-se da vida com total liberdade de ouvir uma música enquanto desenha. Era perfeito, às férias cheia de liberdade e melancolia. Quando chegou na casa – que estava imunda por passar tanto tempo sem pessoas –, Snape deu 3 dias para descansar totalmente, ignorou totalmente a sujeira e as aranhas até na segunda de manhã.
Severus não havia dormido nem 3 horas direito, imerso a pensamentos e lembraças, mas apenas levantou-se quando ouviu os pássaros cantarem na janela. 

Primeiramente, foi até a cozinha, porém, antes de começar a fazer o café matinal – um café forte com pouco açúcar, que as vezes adiciona leite –, Severus parou na porta, olhou em volta da cozinha escura e suspirou fundo.
—Esse lugar está tão sujo quanto a minha alma—falou a si mesmo, zombando da situação da cozinha. Embora quisesse limpar a sujeira da casa logo, no momento o homem queria, antes de tudo, comer. Mal lembrava a última vez que se alimentou e por isso era um alerta para comer logo, antes que caísse no chão morto. A mente de Severus é caótica demais para lembrar-se perfeitamente das vezes que tem que comer, principalmente quando está distraído.
—Não seria uma má ideia, Severus, cair morto no chão—disse a si mesmo, tomou um gole de café e mordiscou um pedaço de bolo—porém morrer de fome possuindo comida seria uma vergonha que você definitivamente não iria querer...passar.

Severus parou de mastigar, olhou em volta e bebeu o café, acabará de perceber que estará falando consigo mesmo como se ele fosse dois em um. É uma maluquice, porém, ele sabe perfeitamente que é uma que ele vai continuar fazendo estando em casa novamente. Ele está sozinho, tem total liberdade para ser si mesmo. Agora ele, se quisesse, "posso bater a cabeça na parede até que um de meus olhos salte e..."
—Exploda! Seria bastante interessante, né Severus?—Falou a si em um tom irônico, Imaginou toda a cena, desde ele batendo a cabeça na parede ao momento que Dumbledore percebesse que ele não estava em Hogwarts ("provavelmente um ano depois")

Após o café e alguns pensamento diabólicos, Severus decidiu que só iria tomar banho e pentear os cabelos desgrenhados quando terminasse de limpar toda a poeira da casa. Pegou a vassoura, um balde, dois panos e um rodo. Amarrou um pano cobrindo nariz e boca, começará varrer a cozinha, depois a sala e depois os quartos. Assim que terminou, sentiu uma dor aguda nas costas.
—Puta merda...—Xingou enquanto esticava as costas, sentiu um enorme alívio—Se tá assim agora, não quero nem ver quando eu tiver 50 anos...será que vou chegar a essa idade? Algo me diz que não, viver 50 anos no meu corpo seria torturante e [...] —Falou todos os seus pensamentos para si próprio.  Quando parou de expressar bobagem com gesticulação, ele suspirou observando muita sujeira ainda, ali ele teve certeza que passaria horas limpando a casa.

E assim foi, passou horas, quando terminou ele deitou-se no chão limpo e se esticou. Então fez uma careta, lembrou que tinha de banhar-se, sair e ir comprar a comida do mês. Não pôde deixar de xingar, não queria tomar banho mas precisava pois a poeira junto ao suor em sua pela o estava fazendo se coçar.
Pegou suas roupas limpas no quarto, a toalha e foi para o banheiro. Tirou as roupas que estava vestindo e as jogou no chão perto da porta, havia um espelho coberto na parede da pia. Severus nunca gostou da visão que tem quando vai tomar banho e o maldito espelho está ali mostrando seu reflexo magro e nenhum pouco bonito, mas dessa vez ele ficou curioso.
Ele tirou o pano do espelho – que é pendurado à um prego na parede – Severus encarou o propio reflexo, contorcendo a boca fina para baixo e franzindo o cenho. Ele reparou suas feições, não havia visto o propio reflexo desde a última vez que tirou a barba.
—Ora, ora, oque temos aqui? Um maldito homem de circo dos horrores...— falou com desgosto—e oque é isso?
Se perguntou após avistar uns dois arranhões nos braços, na região do cotovelo. São recentes e ainda estavam produzindo a casquinha, então, por simplesmente querer, Severus coçou o arranhou e a arrancou.
—Não lembro de ter feito isso ou me arranhado em algo, sinceramente.

O Verão Quase PerfeitoWhere stories live. Discover now