A mulher cibernética realiza um salto ágil e preciso após disparar seu pulso carregado de informações. Sua aterrissagem silenciosa a coloca atrás de uma caixa de madeira envelhecida, coberta de poeira e marcada por anos de uso. Em uma das tábuas laterais, a tinta vermelha destaca uma inscrição intrigante: "Para São Paulo". Esse pequeno detalhe não passa despercebido por seus olhos cibernéticos, que brilham com um vermelho intenso, projetando feixes de luz. O excesso de luminosidade é logo reduzido, ocultando-a habilmente entre a parede e a caixa.
Com seu olhar penetrante, Danielle observa a interação entre os guardas, seus murmúrios e reclamações sobre a perda dela ecoando pelo depósito. A sala escura torna-se uma extensão da sua percepção, enquanto ela aguarda pacientemente, imersa nas sombras, preparando-se para o próximo passo de sua fuga.- Vamos procurar melhor. Ela não pode ter ido longe, aqui é um depósito então não tem janelas. Não tem como escapar. - diz um deles, confiante, o eco de sua voz se perdendo nas sombras do amplo depósito.
- Que porra de luz foi aquela que ela soltou antes de sumir? - pergunta o homem à esquerda, sua voz próxima à caixa atrás da qual Danielle está escondida, sua respiração tensa.
- Eu sei lá, uai. Deve ser só um trem daqueles de mágica. Madame Suelen arruma cada uma pra nós... - responde o terceiro guarda, enquanto sua voz ecoa pelos corredores sombrios.Danielle, agachada e imperceptível, observa os movimentos dos 14 guardas com agilidade. Ela foca em cada um deles, identificando os que portam as armas especiais, peças únicas de tecnologia. Sua mente cibernética inicia um escaneamento meticuloso, penetrando nas entranhas das armas, desmontando mentalmente cada componente em busca de insights sobre seu funcionamento.
Enquanto a conversa dos guardas prossegue, ela mergulha profundamente na análise, suas lentes vermelhas brilhando intensamente, quase hipnotizadas pelos detalhes da engenharia alienígena. Cada movimento, cada centelha de eletricidade, cada pulsar de energia é registrado e processado em sua mente, permitindo a ela entender melhor as armas que enfrenta.
Os dígitos vermelhos se inscrevem no âmago de sua consciência, como uma advertência urgente que se manifesta em letras vibrantes na retina cibernética de Danielle:"Equipamento perigoso detectado. Nível de ameaça ômega. Eliminar alvos."
O aviso se faz notar com uma presença inegável, pulsando como um coração frenético.
A luta interna entre sua humanidade e natureza cibernética se acirra. As coordenadas piscam em sua visão, números e símbolos sobre a íris que formam um quebra-cabeça complexo. São os pontos fracos, as vulnerabilidades dessas armas híbridas em mãos humanas, com a localização de cada um com ela. E finalmente conclui sua análise, percebendo o segredo que as torna tão letais. Um pulso magnético capaz de desativar não apenas máquinas num raio de 30 metros, e também seus próprios sistemas, uma ameaça em potencial à sua existência híbrida.
Enquanto a tentação de controlar as armas para se proteger cresce, ela é confrontada com uma escolha angustiante: a preservação de sua humanidade ou a morte dos guardas. Com um som sibilante de frustração, ela opta pelo último recurso: tornar-se humana novamente e tentar recuar. Mas a voz persistente em sua mente ecoa:"Extermine-os."
- Tchh! - sibila.
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Enquanto isso, no exterior do imponente edifício, Cassandra mantém uma conversa com o Guardião Branco, seu dedo pressionando o pequeno dispositivo que ele lhe entregou para a missão em Brasília. A voz de Ethan soa abafada e distante enquanto ele enfrenta os desafios de um sistema estelar distante, próximo a um planeta rochoso. Ele explica a urgência de sua partida, a necessidade de evitar a extinção de uma potencial nova civilização, que ainda carece de um guardião.
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Tempos de Justiça
General FictionGuerra, violência, motivação e amor. Um grupo de jovens com motivações diferentes, unidos por um só objetivo: impedir que o mundo seja destruído. A trajetória começa no início do universo, onde do nada o tudo surge e se diverge em perímetros regidos...