Capítulo 27

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Sky espreitou pela janela. Elain plantava algumas tulipas brancas em um local bem visível. Tinha o cabelo preso em uma trança, vestia um vestido azul floreado e usava umas luvas de tecido fino.
A Archeron piscou batendo o indicador na pedra da janela enquanto observava a irmã. Estava cansada, seus cabelos despenteados, vestia ainda uma camisola de dormir em plena tarde. Seu quarto estava um caos e em sua cama existiam livros espalhados uns abertos em páginas aleatórias e outros fechados.

Elain se virou para a sua janela e a observou, Sky estava pálida, parecia que não dormia havia dias. Os pesadelos haviam voltado, as lembranças de Erik e a morte do seu pai atormentavam seu sono e pensamentos. Um sorriso saiu do rosto de Elain na esperança que Sky lhe sorrisse de volta mas tudo o que irmã lhe fez foi fechar sua janela e cortina.

Sky caminhou até um grande espelho em seu quarto e desceu a camisola para observar suas costas. Depois da guerra uma tatuagem surgiu em por baixo do seu braço indo até sua nádega direita. Eram desenhos de raios, era como se o seu poder a tivesse marcado.

A Archeron baixou o vestido quando ouviu passos pelo corredor e andou até a cama pegando em qualquer livro. A maçaneta girou e Sky sentiu o perfume de Azriel invadir o cómodo. Já não se viam a dias, não falavam a dias, talvez ele tivesse apenas vindo ver se ela estava viva.

Azriel olhou em volta levantando o cenho enquanto observava a desarrumação do cómodo. Suas asas se fecharam e o mestre espião pousou uma bandeja com algumas frutas e bolos em cima de sua cama. Azriel não disse nada. Caminhou pelo quarto e abriu as cortinas, abrindo a janela também. De seguida observou novamente o quarto pegando nos livros caídos e os juntando na cómoda.

Sky o observou por cima do livro que demonstrava estar a ler. O mestre espião estava arrumando o seu quarto com toda a dedicação possível. A Archeron puxou a coberta para se cobrir e Azriel a puxou de volta a destapando. E Sky a puxou novamente sentindo Azriel a olhar e puxar a coberta a arrancando da cama.

-Levante!— Azriel disse. Sky negou com a cabeça sem responder.— Vou ao banheiro encher sua banheira com água quente. Quando eu voltar eu quero você fora da cama.

-Me deixe em paz...

Azriel bufou. Sky o olhava com irritação.

-Coma!

-Eu não quero! E mesmo que quisesse, você derrubou ela no chão quando puxou a coberta.

-Eu vou buscar mais.

-Não irei comer!

-Você quer sumir?

-Não é da sua conta.

-Eu estou mandando. Você vai sair da cama, tomar um longo duche enquanto eu arrumo toda essa bagunça e depois você irá comer.

-Eu não quero!

-Você está chateada? Não era eu que deveria estar depois de ter escolhido o Vanserra para emissário da sua corte?

-Eu fiz uma boa escolha. Não estou arrependida...

Azriel cruzou os braços.

-Levante!

-Vá embora!

-Foi você que pediu.— Azriel saiu em direção ao banheiro voltando minutos depois. Sky se agarrou o máximo que pôde na cama mas Azriel a arrancou a transportando e a enfiando na banheira com sua camisa de dormir.— Eu vou sair e você tira sua camisola e toma seu banho.

-Você me paga!

Azriel saiu fechando a porta.

-Desgraçado!— Sky disse arrancando a camisa a jogando para longe. — Você me paga.

-Eu consigo ouvir você!— Azriel falou alto

-Estou pouco me lixando.

Rhysand/Feyre/Cassian on;

Cruzamos a porta indo até a sala de reunião de Beron. Um olhar de desprezo quando viu Feyre e Cassian atrás de mim.

-Eu me pergunto qual será o motivo para que tenham vindo me visitar.– Beron disse. Eris estava sentado em uma cadeira a seu lado.

-Eu creio que você deve deduzir do que se trata Beron!— Rhysand disse tomando um assento e sinalizando para Cassian e Feyre se sentarem.— Você tem algo em seu cofre que deve devolver de imediato.

-Eu tenho? Em meu cofre?— Beron pareceu confuso mas Rhysand sabia que era tudo encenação.— E o que exatamente seria isso? E porque razão eu teria de devolver imediatamente?

-Trata-se de uma pedra preciosa. Ela deve medir um polegar, é translúcida, cristalina...— Rhysand continuou vendo Beron abrir um sorriso.— A pedra da coroa de Fath!— Rhysand disse.— As sacerdotisas precisam dela para terminar a coroa da grã-senhora da corte furtiva.

Eris gargalhou.

-Grã-senhora? Como pode uma humana transformada pelo caldeirão virar grã-senhora muito antes de ser coroada? —Eris perguntou.— Só se torna senhor ou senhora quando a coroação acontece. Nesse caso ela é só e apenas uma humana transformada pelo caldeirão.

-Eu comprei a pedra! Ela é minha.— Beron disse

-Qual o valor? Eu posso pagar.— Rhysand disse

-Não existe valor suficiente que possa pagar. — Beron continuou.— A pedra pertence a mim.

-Ela pertence a minha irmã!— Feyre disparou.— Ela é a verdadeira dona dela e não você.

-Isso irá ser ideal para você Rhysand. Ter uma corte quase sua em suas mãos. Será fácil manipular a garota para que faça tudo o que você quiser.— Beron

-Você está errado. Meu parceiro e eu só queremos dar o que pertence de direito à nossa irmã.— Feyre

-Vá logo buscar a pedra!— Cassian o olhou.— Acredito que tenha milhares delas em seu cofre. Ela nunca lhe fará falta.

-Ninguém chamou você para a conversa.— Eris disse

-A pedra pertence a minha cunhada Beron. Não dificulte as coisas. Você sabe que tem a pedra só por capricho e vangloria. — Rhysand

-Porque raios eu iria dar a pedra feita de uma estrela cadente a uma simples...— Beron olhou para Feyre.

-Se você ousar insultar a minha irmã eu não responderei por mim Beron.— Feyre

-Se sua irmã quer tanto essa pedra porque não vir pelos próprios pés pegar ela?— Eris

-Você se acha o esperto não é Eris? — Cassian perguntou.— O que mais queria? Uma bandeja com maçãs?

-A pedra pertence a Sky Archeron!— A voz de Tarquin soou a entrada da sala. Varian o acompanhava.

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