Capítulo 7

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Bree

Seguro a carta da irmandade Beta Kappa entre os dedos quando entro no quarto e me jogo na cama. Lá está o convite que Audrey queria tanto receber, para participar da iniciação da irmandade mais famosa da faculdade, mas não é o nome da Audrey que está no convite, e sim o meu.

Minha primeira reação é rasgar e ignorar. Não tenho a menor vontade de entrar em uma irmandade. Mas as palavras do Blake vêm a minha mente e me sinto tentada a ir apenas para provar que ele não pode dizer o que devo fazer.

— Ei, não vai sair hoje?

Afasto os olhos do convite e encaro Audrey que acabou de entrar no quarto, após o banho, usando um roupão.

— Qual o problema? Acho que vou ler um livro.

Audrey revira os olhos.

— Ah não! Por que não faz como eu e vai a um encontro?

— Não tenho nenhum convite para encontro.

— Poderia ter! Está ignorando o Ryan?

Faz uma semana que beijei Ryan naquela festa e até agora não sei por que fiz aquilo.

Quer dizer, claro que eu sei.

Foi porque estava com raiva do Blake, o que é ridículo.

Mas Blake me tirou do sério quando insinuou que eu não deveria ficar com Ryan. Ele não tem o direito de opinar em nada na minha vida. Não quando não somos mais amigos. Quando faz questão de me tratar mal sempre que nossos caminhos se cruzam.

Mas ele não tem razão de ter raiva de você?

Eu sei o que fiz. Ainda me sinto culpada, tanto tempo depois, mas quatro anos se passaram. E Blake me acusa de ter sumido quando ele não fez o menor esforço para me achar. E não posso negar que principalmente nos primeiros meses na Escócia eu esperei um contato dele, quando eu mesma queria o tempo todo pegar o telefone e ouvir sua voz. Pedir desculpas e dizer que seriamos para sempre B&B, mesmo distantes.

Porém, eu nunca liguei, e sabia os meus motivos.

Mas e os motivos do Blake?

Nunca duvidei dos laços que nos uniam, mas agora não posso negar que sinto certo ressentimento por Blake ter seguido em frente muito fácil. Transformou-se naquele cara que eu nem sei quem é.

— Está mesmo, eu sabia! — Audrey começa a fuçar em seu armário.

— Sim, tem razão, estou, porque acho que fiz uma besteira beijando ele.

— Por quê? Não foi legal?

— Sim, acho que foi.

Não foi horrível beijar Ryan, mas foi... não sei explicar.

O tempo inteiro eu sentia que precisava gostar de estar com ele. Enquanto sua boca se movia sobre a minha, seus braços a minha volta, percebi que estava esperando sentir o que senti beijando Blake. O que foi como um balde de água fria sobre minha cabeça. E dali para eu me afastar do Ryan com a desculpa de que precisava ir embora foi um pulo. Ryan pareceu chateado, mas não forçou a barra, o que foi um alívio.

Porém, meu alívio durou pouco quando Audrey aceitou a carona do Blake que eu nem sabia por que ele ofereceu.

— Não sente atração pelo Ryan? — Audrey insiste.

— Não sei...

— Como não sabe? Sei que é virgem e tal, mas pelo amor de Deus, não é tão idiota assim!

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