Amor estilo Uchiha

Precoce? Prodígio ou arma mortal?

Há muitos anos.

- Parabéns pra você. Parabéns pra você, minha pequena luz. - Se arriscou num vocal suave e divertido, mas a voz grave o fazia soar um pouco bobo. Ainda com a bebê em seus braços, acendeu a vela no formato do número 1 e aproximou a garotinha para soprá-la, com uma clara ajuda do mais velho por trás, apagando as chamas.

Enquanto cortava o bolo em fatias, o Uchiha mais velho confiou à sua filha mais velha segurar a aniversariante mais nova.

A bebê Azura insistia em ficar no chão, se debatia e chutava para se soltar, isso já era o suficiente para inflamar o sangue da sua irmã mais velha que tinha que segurá-la mesmo recebendo um chute na cara, com raiva Uzuri abraça a pequena com certa força. Pouco a pouco a expressão de Azura ia se deformando em um rosto de choro dramático e quando abriu sua boca começou a chorar. Aquela luta de empurra empurra passou a ser mais complicada com os berros, complicada até demais. Uzuri tava começando a achar que perderia para um bebê de 1 ano, de onde surgiu tanta força?

- Pai, os olhos da Azura estão estranhos... Estão... - Nem precisou Uzuri pensar em completar, o mais velho já estava ao seu lado. Ele pegou a criança dos braços da outra com cuidado, sem se importar nenhum pouco com a gritaria. Seus olhos estavam arregalados e sua boca em formato de "O" perfeito, o Uchiha estava em completo estado de choque.

- Sha-sha-ringan? Com 1 ano de idade? - Azura ainda chorava com todas suas forças e acidentalmente empurra o queixo do pai, o fazendo fechar a boca. Isso foi o suficiente para ela mudar completamente de humor e começar a gargalhar da cara do mais velho. A risada da bebê engraçada e fofa era contrária à expressão de choque da sua irmã e pai, que mudos viram o sharingan sumir na hora que ela começou a rir.

Precoce? Prodígio? Arma mortal? Ninguém sabia definir com palavras aquela pessoinha que mal se aguentava em pé. Depois desse acontecimento marcante, seu pai redobrou a atenção nela, mas não tinha muito como prever quando o doujutsu seria ativado, até mesmo quando a pequena se assustava com um soluço seus olhos mudavam de cor, exibindo sua íris vermelha com a assinatura do clã Uchiha.

Não tinha nenhum treinamento que fosse efetivo, afinal ela não passava de um bebê, enquanto crescia não demonstrava um pingo de interesse em treinar. O medo se instalou em seu pai quando Azura completou seus 5 anos e ela despertou o mangekyou sharingan, a preocupação genuína do homem com os olhos da garota se intensificava quando percebia que sua pequena humana não conseguia desativar seu poder. O que a levava a desmaiar de exaustão com frequência, ela também estava ficando completamente cega do olho esquerdo. Seu pai precisava agir rápido.

O Uchiha mais velho se deparou com uma prática antiga que, mesmo arriscado, serviria perfeitamente para o seu propósito. Foi aí que começou um processo delicado em que, todos os dias em um pequeno "ritual", os dois juntavam suas testas e trocavam seus chakras, onde todo o chakra frontal de Azura era substituído pelo de seu pai, e o chakra cardíaco dele era substituído pelo dela.

Com essa troca, ele a impedia de evoluir, mantinha desativado seus olhos e ele também curava todos seus danos. Ele cedia uma maior quantidade de seu chakra para manter os olhos de Azura inativos todo tempo, por isso hoje ela não tem controle total do seu doujutsu, como acessar o mangekyou e seus poderes completos.

Azura não sabia, mas seu chakra era o que controlava todos os sentimentos ruins do Uchiha mais velho, todo o ódio sumia na sua presença, isso constantemente até o dia que ela desapareceu. A distância dificultava o controle dele sobre seus olhos, porém algo aconteceu para que isso fosse diminuindo cada vez mais até que um dia ele simplesmente não sentia mais o chakra da sua filha em seu peito, o fazendo pensar que a menina havia morrido. As consequências de tirarem suas filhas dele, levaram esse homem a ser condenado ao inferno pelas suas ações.