37° capítulo: Quem sou

78 9 65
                                    

Lado - Leonardo

Eu estava fazendo o que eu aprendi a fazer desde muito cedo e gostava muito de trabalhar como modelo. Por ter começado tão jovem, estar em frente as câmeras não era muito difícil e cada vez mais eu sentia vontade de me aperfeiçoar, não apenas em passarelas, porque sei que essa profissão é injusta e depois que a gente vai passando de uma certa idade, já não temos mais preferências nas seletivas, a não ser que sua presença renda muito dinheiro para as marcas porque você é um nome forte, ou porque as polêmicas causam impacto mais do que o seu trabalho.

Eu sou muito mais parecido com o meu pai fisicamente porque nas fotos eu, aos quinze anos, era praticamente igual à ele nessa idade, só que eu era mais magro. Minha mãe diz que minha personalidade não se parece com a do meu pai, porque ele era muito impulsivo, tinha um gênio forte e era namorador, porque ele colecionava casinhos na escola. Mas talvez ela tivesse me dito isso por rancor dele ter deixado ela grávida para ir atrás de outra menina que conheceu no carnaval de 2000.

Deixei a Ana no táxi e saí andando um pouco pelas ruas frias de Londres para refletir sobre tudo que tinha ouvido da Ana. Sinceramente, eu não consigo sentir nenhuma raiva dela, eu acredito plenamente que ela não sabia que meu pai tinha uma namorada. Provavelmente, ele não mencionou esse fato e eles ficaram.

- Como é possível o destino me fazer encontrar com ela nesse momento?

Pelas lágrimas dela e pela emoção que essa informação me causou, percebo que meu pai teve uma importância na vida dela, me fazendo sentir um aperto muito grande no peito, como poucas vezes eu senti uma saudade tão grande do pai que não conheci, por imaginar o que ele sentiria se a visse como eu estava vendo.

Eu tenho um amor e respeito enorme pela minha mãe. Mas agora senti que a Ana era ainda mais especial e acho que quero ela na minha vida. Não sei, talvez em memória dele, ou porque a companhia dela tem se tornado muito boa e saudável para mim. Mas, não como mulher, apesar de perceber que ela tem sensualidade na voz e no jeito, não é isso que me cativa na Ana. Acho que é muito mais a pureza em seu olhar, como não vejo muito na galera que me cerca. Ela é tão romântica que chega a ser engraçado como ela se refere ao namorado dela.

A vida tem mistérios!

Fiquei em uma festa com os modelos internacionais que fiz amizade essa semana. Dançamos, bebemos e foi divertido, mas quando começa a rolar droga sofisticada, umas pegações que parecem forçação de barra para causar nas mídias, eu prefiro me despedir e voltar para o hotel.

Pensei em bater na porta da Ana para ver como ela estava, porque ela saiu um pouco abalada do nosso encontro, mas imaginei que ela estivesse dormindo, já era muito tarde então entro no meu quarto, sentindo meu corpo pedir pela minha cama, mas ao ligar a luz...

- Britney! Está fazendo o que aqui? - tomei um susto imenso com aquela mulher loira, de camisola vermelha, deitada na minha cama.

Olhei em volta me perguntando se entrei no quarto errado e como ela entrou.

- Esperando você. Demorou, ahn. Já passou da hora de você ir pra cama, não acha?

Respirei um pouco exasperado e nervoso com aquela imagem. Honestamente não sabia como agir e ela continuou a falar.

- Desculpe se te assustei. Vem aqui, quero falar sobre o que disseram de você na reunião de hoje.

- Não pode ser em outro momento e quando você estiver... vestida mais adequadamente? - Eu não me mexi do lugar e coloquei as mãos no bolso.

- Você acha que estou inadequada? Está a noite, o quarto está fresco e eu adoro o conforto dessa seda. Você não quer sentir como ela é macia?

Britney levantou se arrastando até a beira da cama e eu juro que pude ver que a lingerie que a camisola tentava cobrir era ainda mais provocante do que o vermelho intenso daquela seda na pele branca e perfeita de sua dona.

Lado A Lado BWhere stories live. Discover now