Prólogo

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Yasuo olhava pro teto de seu quarto na pequena embarcação a qual estava o levando de volta pra Ionia. Ele admitia internamente que estava um pouco incomodado por ter que voltar a sua terra natal tão cedo, ele queria ter podido ir para Noxus para procurar Riven, e se possível, trazê-la de volta a Ionia, ou então os dois poderiam estabelecer uma vida juntos em Noxus, mesmo que Yasuo detestasse os habitantes desse lugar. Mas claramente as coisas não saíram como o planejado.

Ainda em Águas de Sentina, Yasuo ouviu falar que Noxus estava a caminho de fazer uma investida violenta contra as Primeiras Terras, liderado novamente por Jericho Swain, e mesmo que o espadachim estivesse relutante em voltar, ele ainda se preocupava com seu povo e seus amigos, e se ele pudesse ajudar de novo nessa guerra interminável, ele o faria, mesmo que Yasuo tivesse que enfrentar seus fardos do passado, mesmo que ele tivesse que enfrentar ele.

Cansado de apenas encarar o teto, ele sai de seu dormitório e vai até o convés. Todo mundo já está dormindo, menos o navegador que estava guiando a embarcação, ele faz um pequeno gesto ao comandante, que retribui o cumprimento, e se aproxima da proa, olhando para o mar e sentindo o cheiro da maresia. Apesar de toda a movimentação do barco o deixar um pouco enjoado, Yasuo ainda assim não pode deixar de admirar toda a vista a sua frente, com o oceano infinito iluminado pela luz branca da lua cheia, complementado pelo brilho de milhares de estrelas acima dele. Era lindo, parecia quase um sonho.

Ele pensa a respeito de sua volta ao seu lar, e Yasuo não pode deixar de sentir um certo desconforto ao lembrar disso, mas ao mesmo tempo, ele sente como se alguma coisa boa o estivesse aguardando lá. Apesar de não ser a pessoa mais otimista do mundo e não saber de onde vinha essa sensação, Yasuo apenas tem esse pressentimento, e nos lugares mais obscuros de sua mente, ele torce para que seja verdade, porque tinha tantas coisas não bem resolvidas dentro dele, que Yasuo simplesmente não queria acumular mais.

Essa culpa, essa raiva, essa angústia.

Não, ele não queria pensar nisso, nem agora nem nunca, e se puder ser evitado, ele vai evitar. Se os outros soubessem, talvez o chamassem de nojento e covarde, Yasuo não ligava, ele só queria que essa mão que aperta seu coração ceda e esse sentimento passe. Só que isso nunca aconteceu antes, será mesmo que aconteceria agora? Ele duvidava.

Yasuo não deixa transparecer sua fragilidade, ele dificilmente deixa, sempre se mantendo composto, numa tentativa fraca para simplesmente não desabar. Mas ele não queria pensar sobre isso, ele não queria pensar sobre mais nada, a única coisa que ele torce é que de fato, haja algo bom para ele em sua volta a Ionia. 

Era hora de deixar sua cabeça descansar, sem mais aflições, era hora de dormir, Yasuo sai da proa e volta para o seu quarto. Quando chega, ele se deita e faz o seu melhor para poder dormir com tranquilidade. 

Desonra (yasuyone/+18)Where stories live. Discover now