Um amigo

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EVONY

Terror absoluto foi a primeira coisa que senti quando o vi.

Mas havia algo mais que eu não conseguia descrever, uma sensação estranha que era nova para mim. Deixou uma sensação de formigamento no estômago e só ficou mais forte quando olhei para ele.

Seu cabelo estava uma bagunça, e ele estava sem camisa, vestindo apenas uma short. Eu percebi que sua aparência era a causa dessa sensação estranha, mas não fazia ideia do porquê.

Era comum os lobisomens andarem sem camisa, então porque ele estava me afetando?

Deixei de lado os pensamentos e sentimentos estranhos, concentrei-me no que estava acontecendo. Este era... o quarto dele?

Uma sensação de pavor me encheu quando puxei meus lençóis para me cobrir, apesar de estar de costas para ele.

Eu me lembrava claramente agora. Ele ja havia me arrastado para o seu quarto antes e me feito tomar banho. Ele tinha planejado ficar comigo depois, mas devo ter desmaiado no banheiro.

Eu estava nua agora. Ele...? Meus pensamentos deixaram uma sensação doentia no meu estômago. Não pode ser verdade, mas por que mais eu estaria nua na cama dele?!

Cobri minha boca e nem percebi que tinha começado a tremer enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Isso não pode estar acontecendo.

Ele se aproximou mais e mais de mim quando percebi que ele estava me alcançando. Eu entrei em pânico.

Soltando um grito curto e estridente e pulando da cama do lado oposto dele, corri para a porta para fugir, mas ele foi rápido. Ele correu e bloqueou meu caminho, guardando a porta.

"Evony!" Ele disse, mas eu não conseguia pensar direito. Recuei contra a parede e caí no chão soluçando e puxando minhas pernas para o meu peito. Por que eu? Por que isso sempre acontecia comigo?

Ele correu na minha direção e eu me encolhi, fechando os olhos com força. Eu esperava que ele fosse me agarrar ou me bater, mas em vez disso, ele se ajoelhou até a altura dos meus olhos e colocou a mão na minha cabeça. Eu chorei ainda mais.

Eu não podia ousar abrir meus olhos e olhar para ele.

Ele arrastou a mão suavemente para o lado do meu rosto e colocou a outra mão na minha bochecha, levantando minha cabeça.

"Por que você está chorando?" Ele parecia magoado e um pouco angustiado. Quando abri os olhos, ele estava olhando para mim com preocupação.

Maldito seja! Como ele ousa agir inocentemente. Ele era exatamente como meu pai. Ele jogava bem seus jogos mentais, ai assim que eu me convencia e fazia alguma coisa que o desagradava, ele me machucava de novo.

Eu bati nas suas mãos para longe do meu rosto em um pequeno momento re retaliação, e ele passou de preocupado a surpreso. Eu ainda segurei a raiva enquanto olhava para ele.

"Você, você..." Eu queria falar o que penso, amaldiçoa-lo e mostrar a ele quanta raiva eu tinha reprimido por causa dele, mas as palavras morreram na minha garganta enquanto eu pensava sobre as coisas que ele ainda era capaz de fazer. Fazer comigo.

Eu seria impotente contra ele se ele decidisse me usar novamente. Eu tinha acabado de dar um tapa em suas mãos. Eu tinha acabado de me rebelar contra ele, dando a ele mais motivos para me machucar.

Comecei a tremer de novo, e meu olhar cheio de ódio voltou a ser uma expressão cheia de terror.

Ele me observou aparentemente confuso. Eu me senti vulnerável e exposta a ele, não apenas pelo fato de estar nua, mas também porquê seus olhos sempre pareciam perfurar meu ser como se ele estivesse procurando por algo.

Propriedade do Alfa - livro 1Where stories live. Discover now