onze | primeiros passos

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— Me lembre ( gasp, gasp !) de nunca mais ( gasp, gasp !) concordar com você de vir à academia do prédio às seis da manhã.

Falei exaurida para Malu, que me acompanhava plena e correndo na esteira ao lado.

— Deixa de drama, Didi — Malu respirou mais fundo, aumentando a velocidade da esteira — Fique sabendo que nas manhãs nossos chakras estão mais equilibrados e por isso é uma boa hora para fazer exercícios, assim a gente fica mais disposta.

— Só se for mais disposta pra voltar pra cama. Ai, chega — falei desligando a esteira e me debruçando no painel e Malu balançou a cabeça em negação e continuou correndo na esteira dela.

— Parece o Matheus falando. Ele odeia malhar, não importa o dia ou a hora. E eu fico puta, que mesmo sendo preguiçoso desse jeito, sustenta aquele tanquinho "demeudeus".

Eu ri e desci da esteira, peguei minha garrafinha de água e praticamente desabei no chão, me sentando onde podia observar toda a disposição da minha prima correndo no equipamento.

— Ei, por falar em tanquinho "demeudeus"... — ela me encarou com um olhar travesso que eu já sabia que boa coisa não viria — ... você e o seu apolo na terra vão sair hoje de novo pra continuar aquele "papo" e que fez você chegar levitando em casa ontem a noite?

Mostrei a língua pra ela e me lembrei do beijo que eu e Théo trocamos ontem na Ong e depois o beijão que ele me roubou quando me deixou na frente do condomínio, antes de ir embora. Ele me deixou em um misto de confusão e deleite e só consegui desligar o sorrisinho bobo que ficou em meus lábios, quando percebi que havia entrado em casa e Malu e Maitê estavam sentadas no sofá da nossa sala e me olhavam com ares debochados.

— Ah, Malu. Não sei se vou conseguir encontrar com ele hoje, meu dia está muito corrido com as aulas e as entrevistas para o estágio e ele também deve estar atolado de coisas pra fazer por causa do time de futebol.

— Corrido? Ah, conta outra, Diana. Me fala, o que tá pegando?

É impressionante como não consigo esconder nada da Malu. Respirei fundo e respondi sem olhar muito pra ela.

— Talvez...e só talvez ... eu esteja pensando em evitá-lo o dia todo. Sabe como é aquela história, o que os olhos não veem... — falei fazendo uma careta e percebi ela bufar.

— Pra que isso, Didi ? Tá com medo de falar com o boy ou medo de não conseguir se segurar e agarrar ele de novo?

— Na verdade, falar eu vou ter que falar, já que temos o assunto Paçoca em comum. Eu estava pensando em evitar o contato com ele, o máximo possível.

— Tá...mas fora esses assuntos de pais de pet, você não acha que precisam ter uma conversa sobre vocês dois olho no olho ?

— Sim e não — ela me olhou confusa — Depois do nosso beijo, tudo mudou pra mim. Mas tô com medo, Malu. Um turbilhão de emoções me envolveu desde ontem. Você sabe que eu vim pra cá com foco nos estudos, né?

— E você acha que vai sair vitoriosa nessa tarefa?

— Claro que vou ! Já bolei um plano infalível. Vou chegar bem em cima da hora na faculdade, o bloco dele fica do outro lado e muito provavelmente não nos veremos, vou sair pela porta do fundo e ...

Ela desligou a esteira, pegou a toalha e a garrafinha de água que estava ao lado e veio se sentar no chão perto de mim.

— Você sabe que pode estar se auto sabotando por perder a oportunidade de vivenciar algo incrível, né? A menos que você não esteja sentindo algo por ele ou por não ter gostado do beijo dele

Três versões - DianaМесто, где живут истории. Откройте их для себя