Amantes

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Eram 23h quando Taehyung saiu do quarto que Jimin dividia com o filho.

Encontrou o amigo na cozinha, bebendo uma taça de vinho. Em sua frente estava a garrafa já pela metade lhe fazendo companhia.
Jimin tinha o olhar cansado, ombros caídos e parecia completamente imerso em pensamentos. Era como se sua alma tivesse saído para dar uma voltinha e abandonado o corpo vazio ali no cômodo escuro.
O ômega resmunga quando a luz branca atinge seus olhos castanhos.

— Posso me juntar a você, companheiro? — O amigo concorda com a cabeça, sem encará-lo. Taehyung sentou-se na cadeira em sua frente e tomou um grande gole do vinho, direto da garrafa — Taemin dormiu, Yoongi e Jin também. Por um segundo achei que Jin iria querer que eu o botasse para dormir também. Ele estava tão carente e meloso.

— Que bom que ele dormiu. Jin pode até disfarçar, mas sei o quanto está magoado por causa do Nam.

— Ainda não tive tempo de conversar com Namjoon. Está um absurdo o que está fazendo pro Jin! — Jimin concorda e vira todo o líquido que estava na taça de uma vez — Mas o que está incomodando você?

— Você sabe exatamente o que tá me incomodando, Taehyung! — Tomou de volta a garrafa que o alfa havia pego e bebeu outro grande gole. Sua visão ficou turva há muito tempo, mas se recusava a parar. A confusão em sua mente era pior do que a ressaca do dia seguinte.

Era irônico como as duas vezes em que tomou um porre foram por causa de Jungkook. A primeira vez quando ele saiu de sua vida e a segunda agora que voltou para ela.

— Amanhã você vai estar com uma ressaca fodida. Chega por hoje. — Pegou a garrafa e fechou, devolvendo a adega. O ômega nem lutou, apenas abaixou sua cabeça, que nesse momento era tão pesada quanto uma bola de boliche, e escondeu o rosto entre os braços.

— Eu achei que não sentia mais nada por ele — murmurou de forma embolada.

— O quê?

— Mas foi só ele voltar, que meu coração disparou de novo!

— Moleque, eu não tô entendendo uma palavra do que você diz.

— Ah, esquece! — Se levantou da cadeira e sentiu tudo ao seu redor girar, o que o fez cambalear para o lado. Taehyung o segura por pouco, antes que pudesse se estatelar no chão — Obrigado.

— Vamos pra cama, pé-de-cana.

***

— Bom dia, flor do dia! — Jin abre a cortina, iluminando o cômodo por inteiro com o sol radiante que brilhava e aquecia os seres vivos do lado de fora; do lado de dentro, Jimin amaldiçoava Jin por causa da claridade, que estava intensificando ainda mais sua enxaqueca. Sentia-se como um vampiro queimando à luz do sol.

— Vai tomar no cu, Jin! Porra! Fecha essa merda! — o ômega diz, cobrindo o rosto com a coberta.

— Já são 12h. Seu filho está te procurando, então levanta essa bunda da cama a vá assumir suas responsabilidades.

— Tem dias que eu só queria ser irresponsável.

— Que peninha que você escolheu dar com 18 anos e engravidou, então vai cuidar da tua cria.

— Me mama, Jin.

— Olha, não convida que eu vou.

Jimin levanta da cama como um morto-vivo; bolsas escuras embaixo dos olhos, rosto amassado, cabelos bagunçados e uma carranca mal-humorada no rosto. Sua boca tinha um gosto amargo e um hálito mortal.

— Credo! Se regenera primeiro antes de ir ver o Taemin, se não vai traumatizar o menino. — Jin sai do cômodo, deixando o ômega raciocinando em sua cama.

ComebackWhere stories live. Discover now