I'm screaming this prayer, can you hear me?

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Um poooouco tarde porque minha internet caiu e não consegui postar ontem :(

Mas aproveitem! Obrigada, realmente, por não terem desistido! Espero conseguir postar normalmente agora. Treze capítulos, tipo, wow!

Totalmente dedicado ao meu crush from the sun, a sol, que é incrivelmente linda e maravilhosa e eu amo ela. Pronto, sol, eu disse.

Espero que gostem! Estou realmente cansada de tanta melancolia, então adivinhem o que acontece no próximo capítulo????????

Oops.

Mamãe ama vocês.

xx

A proximidade de setembro se estendia gloriosamente pelo futuro. Da maneira que as semanas passavam, logo estariam na metade do mês. Louis sentia-se perdido. Quanto mais pensava no tempo, mais este parecia escapar por entre seus dedos, sem que conseguisse o segurar. A perspectiva de dezembro o deixava mais ansioso - e de certa forma, triste. Não tinha conhecimento suficiente para distinguir as estações do ano, mas as folhas amareladas no chão pareciam indicar a chegada definitiva do outono. De qualquer maneira, o inverno estava chegando, e, consigo, trazia o frio de mais um natal.

O natal nunca fora problema - natal nenhum é problema para um garoto que faz aniversário em sua véspera. Esse era o real conflito. Louis odiava fazer aniversário. Odiava a sensação de estar uma órbita da Terra mais velho, um passo mais perto da morte. Era um pensamento deprimente, sabia. E admitiria também ter boas lembranças das noites em que passavam espremidos na pequena cabana de Mark, todos seus amigos - homens e crianças - cantando e lhe desejando felicidades. Ganhava alguns poucos brinquedos, mas poder passar a noite acordado com os adultos, brincando com seus melhores amigos, definitivamente lhe rendera algumas memórias.

Depois da morte de Mark, e da subsequente viagem, Louis, gradativamente, parara de comemorar a data, esquecendo-se desta, por fim. Naquele ano, quando decidira voltar para a cidade natal, tinha certeza que os amigos o fariam, ao menos, ter uma comemoração digna, e quem sabe até um ou dois presentes, a contragosto. No entanto, era lógico que todas suas perspectivas mudaram quando conheceu Harry.

Havia criado certa esperança, afinal. Depois de tantas turbulências, reconhecia, em ínfimo, que seria bom apenas sentar-se em volta de uma grande mesa, na companhia de todos aqueles a quem amava. Sentir-se especial novamente - mas, naquele momento, tudo que gostaria era se desprender de seus próprios sentimentos. Sem Harry, um futuro cinza e opaco se avultava infindavelmente, sem que realmente conseguisse controlar.

Sentia falta do garoto. Odiava admitir a si mesmo, mas era inegável, no final. Passava a maior parte do tempo preocupado, remoendo recordações passadas, reproduzindo em sua mente as sensações que tanto sentia falta. Ao mesmo tempo, punia-se por se permitir divagar e minguar os toques, a presença, o cheiro. Era um maldito paradoxo - porque Harry estava em Louis, e Louis estava em Harry. Impregnado, como uma bactéria, encrustado em suas células, silencioso, sem deixar-se ter, e deixar-se esquecer. Louis ainda o amava. Não entendia, mas seu amor não era racional, ou explicável. Apenas era sentido - e, naquele momento, Louis sentia saudades.

Não sabia como era possível. Os dois lados de sua mente batalhavam, sem forças, puxando-o em direções opostas, rasgando-o ao meio. Tentava convencer a si mesmo que todos cometem erros, por mais graves que fossem. Ele próprio já errara muito em sua vida, e sempre procurara por uma segunda chance. Uma remissão.

Harry era sua remissão.

Quando o encontrou, pareceu ter encontrado a outra parte de si. Seu perdão, sua salvação. Harry o livrara das amarras de sua mente, dos grilhões de seu passado, dos medos, das vergonhas, dos muros. Harry o tornava uma pessoa melhor - e seu amor o iluminava. Louis estava perdido, sozinho, sem saber onde ir. Não bastou muitos dias para que percebesse que não tardaria até que seu coração perdoasse Harry, reconstruindo-se pouco a pouco - porque Louis não odiava Harry. Nunca seria capaz de o fazer. Louis apenas odiava o que Harry fizera consigo.

Unsparing (Larry Stylinson AU | Book II)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant