Luta.

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Rick Grimes.

Tudo ficou em silêncio. Por um momento pensei que tivesse perdido uma parte minha, pensei que tivesse perdido a mãe dos meus filhos. Eu corri o mais rápido que eu pude para a enfermaria, coloquei ela sobre a mesa rapidamente. Deitei meu ouvido em seu peito não sentindo seu coração bater me deixando mais desesperado ainda.

-não. Não precisa ser assim.-falei tentando reanimar a mulher que não deu sinal. Eu não quero aceitar, eu não posso.

-Louise.-Carl chamou por seu nome um tanto confuso não acreditando que estava vendo ela morta. Ele ficou imóvel, seus olhos cristalinos cheios de lágrima e os lábios trêmulos não escondiam sua dor. Então a porta é aberta novamente por Rosita e Pete. O cirurgião correu até a Collins, reanimando a mesma com um desfibrilador, ele fez uma, duas, três vezes e foi como se tivessem tirado uma faca do meu peito, sua boca se abriu puxando ar, em seguida eu podia ver seu busto subir e descer devagar. Ela está viva.

-Carl...não chora.-ela falou como um sussurro, sua voz rouca e baixa mostrava o quanto ela estava debilitada. seus olhos se abriram minimamente cansados fitando o adolescente.

-eu vou tirar a barra de ferro.-Pete falou colocando luvas de cirurgia. Ainda abalado me aproximei da Collins segurando seu ombro. Ela não entendeu o porque de eu estar a segurando já que estava aérea, mas assim que o cirurgião puxou o ferro que tinha atravessado sua perna, a mesma clamou para que aquilo parasse. Ele retirava devagar, parecia que aquilo nunca acabaria. Ouvir seus gritos me faziam sentir que estava no inferno, isso é torturante. Assim que tudo saiu, Pete rasgou sua calça estancando o sangue que jorrava.

-preciso que se afastem.-ordenou o cirurgião me fazendo sentir as mãos de Carol me puxar.

-Carl vamos.-Carol disse com delicadeza vendo o garoto imóvel.

-eu não vou sair.-ele falou convicto prestes a ser rude com a Paletier. O garoto me olhou vendo que eu o fitava com negação, então apenas piscou algumas vezes correndo pro mais longe dali. Afinal o que aconteceu? Assim que essa dúvida surgiu, eu fui a procura de Glenn achando o mesmo sentado no chão na varanda.

-ela tá morta.-indagou o Rhee se levantando com os olhos arregalados me fitando de cima a baixo. Ao olhar para minhas roupas percebi que estava cheio de sangue.

-ela morreu, por um instante. O que aconteceu lá.-indaguei ficando de joelhos na frente do jovem que se sentou novamente. Glenn então me contou tudo, desde a hora que chegaram até agora. Eu queria matar Nicholas, porém me contive.

-eu quase deixei ele lá. Eu podia ter inventado uma história, acha que eu devia-Glenn perguntou com os olhos inchados.

-eles não sabem o que estão fazendo. Não sabem.-falei para o garoto que se revoltou.

-a gente devia mostrar pra eles.-disse o coreano entre dentes.

-eu não sei se eles enxergam como as coisas estão. Eu não sei se eles podem ainda. Ainda não sentiram o baque.-expliquei pra ele dizendo que teríamos que fazer isso na hora certa.

-temos que ficar aqui. Precisamos.-disse Glenn. Ir embora não é mais uma opção.

-eu sei, mas essas regras deles, não precisamos concordar.-expliquei para o Rhee.

-mas nós estamos com ele, Rick. Agora estamos. Noah acreditava nesse lugar, eu tô falando a gente tem que fazer isso dar certo.-falava o coreano me fazendo concordar. Depois que deixamos tudo a limpo eu me dirigi até a minha casa encontrando Carol na varanda olhando para a casa da Jessie.

-mandei uma caçarola pra família da Deanna. Queríamos que ela visse. Pensou sobre o Pete, sobre o que eu disse.-indagou a mulher de cabelos grisalhos.

Sobreviver-Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora