Macarons (Malila)

Capítulo 12

CAPÍTULO 12

POV MARÍLIA

Após esclarecer as coisas com a Maraisa, minha energia foi totalmente focada em conseguir encontrar alguma prova de que o que eu havia escutado era verdade. Meu primeiro pensamento foi olhar os arquivos de contratação da Maraisa. Eu conhecia uma das moças do RH e estava contando com a sua discrição.

-Oi, Sheila! -dei o meu melhor sorriso simpático.

-Oi, Marília! A que devo a honra da sua presença?

-Sabe, Sheila, eu preciso de um favorzinho.

-O que você quiser, menina! -sorriu. Sheila era uma mulher de meia idade muito simpática e que trabalhava na empresa e me conhecia há um bom tempo.

-Preciso dos arquivos de contratação de uma funcionária.

Ela estreitou os olhos na minha direção.

-Eu sei que esses arquivos são confidenciais, pois contém dados pessoais, e que você não pode mostrar pra ninguém, mas isso fica apenas entre nós, eu prometo.

-E o que você quer olhar? -perguntou um tanto desconfiada.

-Sabe, o Murilo, meu melhor amigo, tá afim de uma das moças da cafeteria e me pediu pra conseguir o telefone dela.

-Não seria mais fácil ele pedir diretamente a ela?

-Sheila, você sabe como são os homens, uns covardes.

-Marília, Marília… -havia uma certa censura em sua voz.

-Por favor. -fiz uma carinha fofa e ela riu.

-Tá bem! Qual o nome dela?

-É Maraisa.

-Maraisa... ok. -virou de costas para mim e passou a olhar o armário de arquivos.

Eram muitas pastas, mas ela não demorou muito para se virar novamente e me encarar com um olhar indecifrável.

-O que foi?

-Não está aqui. -fez uma pausa. -Agora que eu estava me lembrando... -ajeitou os óculos no rosto. -Maraisa, não é? -assenti. -O Dr. Bittencourt cuidou pessoalmente dessa contratação. Imagino que quando terminou deva ter esquecido de me trazer a pasta.

-Quando diz Dr. Bittencourt, você quer dizer o Marco, certo?

Ela assentiu.

-Olha só, ficou mais fácil pra todo mundo! Seu padrinho com certeza vai te deixar ver o arquivo e eu não vou me meter em possíveis problemas. -se fosse tão fácil assim...

-É, tem razão. -assenti. -Obrigada, Sheila.

-De nada, querida.

Como eu iria conseguir ver um arquivo que estava na sala do tio Marco sem levantar suspeitas? O único jeito era fazer isso enquanto ele não estava lá, mas para conseguir, eu teria que driblar suas assistentes que pareciam cães de guarda na porta daquela sala. Eu precisava de uma boa desculpa para tirá-las de lá. Além disso, ainda havia a possibilidade da pasta não estar na sala dele.

Pensei durante algum tempo sobre toda aquela situação e no horário do almoço já tinha um plano. Luiza quis me espancar quando a fiz sair de seu trabalho para me ajudar nisso. Murilo, por outro lado, ficou feliz por ter a oportunidade de flertar com uma das assistentes do Marco, afinal, ela era jovem e bonita. Já a outra assistente, para a minha sorte, havia saído para resolver algum problema. Não demorou mais do que cinco minutos para que Murilo, com toda sua lábia e charme, conseguisse levar a assistente mais jovem para longe.