Capítulo 61

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CAPÍTULO 61

POV MARAISA

Me joguei no banco e Marília deu partida no carro.

-Nós somos bastardas ou farsantes, os dois não dá pra ser! Ele precisa se decidir! -exclamei extremamente irritada com toda a confusão anterior.

-Amor, calma. -acariciou minha coxa por cima da saia.

-Não dá, Marília! Eu tô de saco cheio desse moleque! Você ouviu o que ele falou da minha mãe?

-Maraisa, eu sei que é difícil, mas ficar estressada com isso só vai te fazer mal e não vai adiantar de nada.

-Você tem razão. -respirei fundo e tentei me acalmar. -Tô preocupada com a Maiara.

-Não precisa. O César Filho me garantiu que a levaria para casa.

Mordi meu lábio inferior e a observei diretamente.

-Não sei se é uma boa ideia ir pro seu apartamento.

-Amor, nós já tínhamos combinado. É sexta-feira, a Laura não tá em casa e você merece relaxar pelo menos no final de semana. -fez uma pausa. -Esquece isso, por favor. Vamos ter uma noite boa e calma como merecemos, tá bem?

Ponderei durante alguns segundos antes de responder.

-Tá. -assenti. -Obrigada.

-Pelo que?

-Por ser sempre tão paciente e boa comigo.

-Não precisa agradecer. Faço isso porque te amo.

-Eu também te amo.

Quando chegamos no apartamento da loira, eu já estava mais calma. Bob nos recebeu com uma imensa festa e demorou um bom tempo para se aquietar. Brincamos com ele por cerca de meia hora e depois fomos malhar na academia do prédio.

Quando retornamos, pedimos uma pizza. Marília estava tomando banho quando a nossa comida chegou, por isso, desci até a portaria para buscá-la.

Já com a pizza em mãos, no saguão do prédio, chamei o elevador. Assim que a porta se abriu, três pessoas saíram de lá, uma delas esbarrou em mim, um cara baixinho e manco, que tinha uma cicatriz estranha na testa. Ele estava com pressa e andava de um jeito meio desajeitado, por isso, provavelmente não se deu conta de quando o seu corpo se chocou com o meu, além disso, não pediu desculpas e desapareceu.

Após o jantar, colocamos um filme e adormecemos rapidamente. Estar com a Marília sempre me acalmava e me fazia bem.

POV MARÍLIA

Abri os olhos e logo a dor tomou conta de mim. Minha cabeça pesava e doía como nunca. A dor era tanta que tive dificuldade para me sentar na cama. Maraísa se remexeu do meu lado e logo também acordou.

-Amor, o que foi? -perguntou.

-Nada, é só uma dor de cabeça.

-Quer que eu pegue um comprimido pra você?

-Não, tá tudo bem. -menti. -Pode voltar a dormir.

Maraisa cerrou os olhos na minha direção, parecendo não acreditar no que eu havia dito.

-Tem certeza? -insistiu.

Eu não gostava de tomar qualquer tipo de remédio porque eles geralmente não funcionavam, não em mim, então sempre evitava, pois me parecia ser besteira. Mas ponderei e decidi tentar dessa vez, pois estava doendo mais do que o normal.

-Acho que...

-Vou buscar. -ela não me esperou nem terminar de falar e se levantou.

Maraísa voltou rapidamente com um comprimido e um copo de água. Tomei e deitei novamente, me aconchegando nos braços dela.

Macarons (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora