Capítulo 4

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06:23

Beomgyu

Acordei com a luz solar batendo em meu rosto. Tentei negar que já era hora de levantar da cama, mas senti um cheiro magnífico do andar de baixo e logo senti minha barriga responder a ele.

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— Bom dia!

— Bom dia, Beomgyu! O café já sai, viu? pode se sentar.

— Ela fez questão de preparar um café da manhã reforçado pra você - Dafne ri.

— É Claro ué, de boas vindas!

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Estávamos todos tomando café e conversando, quase me senti parte da família. os Lee são realmente muito calorosos, mas não dá pra evitar de pensar na minha família, uma hora dessas era capaz de eu estar tomando café sozinho enquanto jogava algo.

— Filha, é hoje que começa o festival. Você vai querer ir?

— Ah, é hoje? Nossa, não sabia.

— É, inclusive já deve ter começado. Porquê não vai com o Beomgyu? Seria legal pra ele conhecer mais a cidade e passarem mais tempo juntos

— É uma boa, você quer ir, Beomgyu?

— Por que não, né? - sorri pra disfarçar minha cara de dúvida. Eu não fazia ideia do que era esse tal festival, mas não custa dar uma chance.

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Peguei meu celular e saí do quarto, no meio do corredor Dafne saiu do quarto — ainda arrumando seu cabelo — e demos de cara. E nossa.. ela estava linda!

— Ah, você já tá pronto. Só vou pegar umas coisas e já desço, pode ir indo lá pra fora. - sorri desajeitado e desci.

Sempre achei Vanessa a garota mais linda que já havia conhecido, mas não se compara a ela.. Dafne tem uma beleza surreal. Ela nem mesmo estava muito "arrumada" e já parecia a garota mais linda do mundo.

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08:18

O festival estava ocorrendo numa vila um pouco afastada da casa de Dafne. Havia uma música animada, o sol estava agradável, alguns brinquedos, comidas e tinham muitas pessoas sorrido — além de crianças chorando porque perderam o prêmio pra mim, mas enfim —. Um detalhe que me chamou muito a atenção eram as cerejeiras. Elas pareciam lindas, sempre adorei essa época, mas parece melhor de se viver ela aqui.

— Beomgyu, Beomgyu, vamos nesse aqui?

— Bora, tem que fazer o que?

— Acertar o alvo com essas bolinhas aqui - ela mostra uma bolinha amarela em sua mão - 5 vezes.

— Qual o prêmio?

— Aquele. - ela apontou pra um grande urso de pelúcia. Na verdade era com coelho, mas você entendeu. Deu pra ver sua criança interior implorando por aquele urso. digo, coelho.

— E você acha que consegue acertar as 5? - a olho. - Assim, porque as últimas duas vezes você errou todos nos outros brinquedos.

— Azar de principiante. Eu vou arrasar. - ela joga a primeira bolinha e realmente acerta o primeiro alvo. - YEES. - joga a segunda e erra. a terceira, e erra novamente. Ao perceber que ela não conseguiria novamente nesse, decidi pegar o coelho pra ela.

— Moço, me dá as bolinhas, quero tentar também. - o homem acente e pega uma pra mim, só que vermelha. — Se eu conseguir, o coelho é meu.

— Não, você não faria isso - ela estava tentando se concentrar pra jogar a sua 4° bolinha quando me olha indignada. Sorrio e jogo a primeira bolinha, depois a segunda, e a terceira, a quarta e por último a quinta. Então, o homem se vira pra pegar o meu prêmio

— DROGA! Isso não é justo, você nem queria ele.

— Ué, quem disse que não?

— Irritante você, né? - ela sai andando na frente.

— Ei, espera. - o moço me entrega o coelho e eu sorrio pra ele - obrigado. Dafne - falo um pouco mais alto - espera aí.

— Não quero saber.

— Para de coisa - com alguns passos consigo alcança-la. — Você quer mesmo ele? - paro em sua frente abraçando o coelho gigante. Ela apenas suspira enquanto me olha. Não posso deixar de sorrir com a cara dela.

— Qual a graça, Choi? O coelho é seu, já entendi, espero que sejam felizes.

— Ah não fica assim não, toma. Pode pegar. Eu peguei pra você, na verdade. Só tava te provocando.

— Sério?

— É, boba. É seu. - o sorriso se abriu no rosto dela suavemente, e simplesmente não consigo deixar de sorrir ao encara-la.

— Obrigada! - ela abraça o grande coelho.

— Vai dar um nome? Esse bicho é tão grande que tem que ser tratado como um coelho de verdade.

— Me ajuda a escolher? Não sou criativa com nomes.

— Claro! O que acha de... Teddy?

— Ah me poupe! - ela ri. — Já pedi sua ajuda porque quero algo criativo ue.

— Tá, Tá.. É.. Toonie?

— Boobie.. é, gostei! Boobie!

— Quer um sorvete agora?

— Quero!

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10:24

Estávamos sentados num banco de frente pra um rio que havia próximo dali da vila. Não tinham muitas pessoas lá, posso dizer que três, no máximo.

Meu telefone começa a tocar me distraindo da conversa que estava tendo com Dafne.

— Ué, número desconhecido

— Deve ser algum trote.

— Vou atender. - deslizo a tela para a atender a chamada — Alô?

— Beomgyu? - uma voz que reconheci imediatamente respondeu do outro lado.  Fiquei calado, em êxtase. — Alô? Beomgyu? É você, não é? Eu sei que é.. Fala comigo, a gente precisa conversar..

— Precisa de algo? - tentei soar tranquilo, mas senti minha voz oscilando.

— Só de conversar com você..

— Me desculpe, acho melhor não.

— Espera só me deixa te dizer uma coisa.. - Dafne me olhava atentamente, deve ter percebido que isso me agitou.

— Você tá bem, Beomgyu? - ela parecia preocupada.

— Beomgyu.. quem está com você? Eu ouvi uma voz.. quem está com você? - A voz do outro lado parecia hesitante agora.

— Olha, não é o melhor momento agora, tá? Por favor, se puder apenas.. entender, eu agradeço. - desligo o celular.

Dafne se manteve em silêncio, mas ainda me encarava. Eu posso até imaginar o porquê. Aquilo voltou pra mim como uma onda, o passado me apareceu como presente novamente e trouxe com ele todas as sensações de anos atrás.

— Me desculpa, é que foi inesperado.

— Não precisa dizer se não quiser, tá? - ela pareceu acolhedora, mas dava pra sentir que a situação se tornou desconfortável.

Eu achei ter bloqueado Wendy.. Como ela me ligou?

Metamorphosis - Beomgyu Where stories live. Discover now