Casa de Campo | Parte I

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Casa de Campo. Rotherfield - Sussex, Inglaterra

Quando Lewis perguntou o endereço da casa de campo à Lola, ele não estava de fato pensando em ir lá.

Quer dizer, ele queria ir. Mas não achava sensato aparecer de repente sem avisar. Principalmente depois do que havia acontecido e o estado emocional abalado que Sky com certeza estaria.

Ele perguntou para se certificar que, se ela precisasse, ele poderia ir.

Riu.

A quem ele queria enganar? Ela não precisaria dele, estava com a família, segura e tranquila. Era ele mesmo quem precisava saber, olhar, tocar nela. Precisava abraçá-la para sentir que tudo estava bem. Que ela iria ficar bem.

Foi com esse sentimento, não tão escondido nessa altura do campeonato, que ele não só pegou o endereço da casa de campo como o número de Riley, a irmã de Sky, para ligar e perguntar se poderia fazer uma visita.

A resposta positiva dela, sem pensar sequer dois segundos, o surpreendeu. Se ela havia deixado, então, era o melhor a ser feito.

O caminho até lá era lindo, mas longo. Até chegar à região onde a casa ficava, Lewis pensou nunca ter passado por tantas plantações das mais variadas flores e frutos, de diferentes tamanhos e cores. Era um verdadeiro jardim a céu aberto que o fez entender por que Sky havia escolhido aquele lugar para se refugiar em um momento de fragilidade.

Quando parou de frente para o portão que levava à casa, já era fim de tarde, mas o sol não dava sinal de se pôr, apesar do clima ameno. Ele agradeceu, havia chegado em uma hora não muito inconveniente, boa para receber visitas.

Mas antes de passar com o carro na área de segurança, ele pensou que talvez não tenha sido uma boa ideia porque, afinal, a interessada dessa história toda não estava sabendo da ida dele. Quer dizer, ele não havia pedido para Riley contar nem havia falado diretamente a Sky que estava indo vê-la. Será que ela reclamaria? Será que não iria querer recebê-lo? Pior, será que ela iria barrar a entrada dele quando fosse anunciado o seu nome?

-Identificação, por favor? - o segurança perguntou, do outro lado da janela fechada do carro de Lewis;  o inglês abaixou o vidro e tirou os óculos escuros para olhar para o homem - Ah, perdoe-me, senhor Hamilton. Sua entrada está autorizada.

O piloto deu um sorriso educado.

-Obrigado.

Enquanto acelerava, após passar pela alameda feita de imensos e grossos galhos de árvore, observou com ainda mais atenção toda a área.

Era um belíssimo lugar. Havia tanto verde quanto espaços abertos e silenciosos. Os únicos sons que ele ouvia, até aquele momento, eram dos pássaros ao longe e das rodas do próprio carro triturando as pedrinhas que havia no caminho.

Uma pintura. Foi a primeira palavra que passou pela cabeça do piloto quando ele avistou a casa.

No primeiro momento, não entendeu muito bem como ela havia sido construída. Inicialmente, parecia apenas um chalé esculpido em meio ao cenário, quase como numa pintura de Monet. Depois de olhar bem viu que, na verdade, eram pelo menos três complexos unidos por pequenas "pontes" entre si, acessadas pela parte interna de cada casa.

Na frente, uma grande fonte com ninfas esculpidas e água cristalina jorrando a, pelo menos, três metros de altura. No chão, um caminho de grandes pedras levava até a entrada do chalé principal, com toda a grama fofa ao redor.

Apesar do pequeno tamanho que o exterior da casa exibia, Lewis tinha a impressão de que, por dentro, a verdade era bem diferente.

Os três chalés juntos não eram muito altos (no máximo, 3 andares) e se confundiam com o cenário: a construção era em pedra, na sua maioria, mas as paredes eram decoradas com plantas e flores, além de algumas partes conter madeira de cor natural.

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⏰ Last updated: Nov 20, 2023 ⏰

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Solas | Lewis HamiltonWhere stories live. Discover now