heathens

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Taehyung saiu do batalhão na companhia do Yoongi no carro do chefe da equipe de detetives. Eles tem a dificil tarefa de convencer o casal Hoseok e Jin a participar da mini resenha. 

É divertido pensar no quanto os dois vão tentar resistir. 

— Aproveita para treinar as suas habilidades de negociação, Tae, porque vai ser você quem vai falar com o Jin.— Yoongi fala abaixando um pouco o volume do rádio para poderem conversar. 

Dessa vez é o Kim quem escolhe as músicas que vão tocar. 

— Eu diria que vai ser fácil, mas acho que o Seokjin perdeu o encanto por mim.— Taehyung falou olhando pela janela as ruas iluminadas.— Na época da faculdade ele não era assim. 

— Ele sempre foi mais tranquilo que você. Eu só ainda não entendo esse casamento dele com o Hoseok.— Yoongi soltou o questionamento que guardava desde uma conversa entre ele e Hoseok.

— Provavelmente eles encontraram um no outro esse jeito monótono de ser que tanto procuravam.— Taehyung disse e logo abriu um sorrisinho debochado. — Do que adianta isso se eles sempre acabam nas nossas camas? 

Yoongi gargalhou junto com o Kim daquela verdade tão ignorada pelo casal. 

— Vamos continuar deixando eles se iludirem, Gi. Pelo menos assim é certo de que sempre vou conseguir pegar o Jin. 

— E ainda vai tentar empurrar o Namjoon pra cima dele. 

Taehyung deu de ombros. 

— Um é caidinho pelo outro desde sempre, mas nunca se pegaram. 

— Mas é porque o Namjoon não trairia o Jimin, né. 

O Kim precisou controlar a risada debochada assim como o próprio Yoongi. Como eles acabaram de chegar no bar dos bombeiros, Taehyung voltou a falar sobre como vai abordar Jin. 

— Quando eu falar laranja e banana, tu arrasta o Hoseok pra longe e já começa a convencer ele a ir pra casa do Jungkook.

— Beleza, mas se pá a gente nem vai lembrar desse combinado. Vamo só deixar tudo rolar naturalmente.

Os dois ficaram em silêncio assim que entraram no bar e começaram a procurar pelo casal naquele local cheio de bombeiros, policiais e funcionários do hospital mais próximo. Por algum motivo os funcionários do corpo de bombeiros, do distrito de polícia e do hospital daquela região são próximos. É quase como se existisse uma bolha ali.

Taehyung sempre achou isso muito interessante assim como sempre se aproveitou dessa situação para fazer amizades e conseguir alguns favores.

Yoongi achou Hoseok na mesa mais distante da entrada principal do bar conversando com um médico e algumas pessoas. O detetive não lembra o cargo deles, mas lembra de já ter cantado com eles em algumas noites de karaokê.

— Vocês não vão me oprimir se eu roubar o Hoseok um pouco, ne?— Yoongi falou assim que se aproximou do grupinho junto com o Taehyung.

Hoseok se assustou e soltou uma risada sem graça, mas não foi pelo susto e sim por conta do arrepio na nuca que sentiu ao ouvir a voz do detetive.

— Mona, você sempre rouba o Hoseok. — Uma mulher da rodinha reclamou. — Já entendemos que ele é o seu bombeiro favorito.

Taehyung cumprimenta um por um com um abraço rápido e bebe um gole da bebida de todos. Ninguém se importa com isso, eles gostam muito do Kim.

— Ele tem uma queda por médicos, mas finge gostar dos bombeiros para não ficar tão óbvio. — Jin acusou ao se aproximar.

— Ai, caralho! Tu surgiu do chão, capeta?— Yoongi reclamou fingindo ter levado um susto como desculpa para abraçar Hoseok. — Parece até assombração.

Taehyung não tardou em abraçar o Jin bem apertado, escondendo por poucos segundos o rosto no pescoço dele e assim deixar um fraco selar na pele cheirosa. As mãos do médico repousaram sobre a cintura do outro Kim durante aqueles breves segundos de abraço.

— Yoongi, a qualidade da sua atuação é proporcional a sua altura: baixa. — O médico implicou com o detetive como se nada tivesse acontecido.

A onda de implicâncias naquela mesa continuaram por tempo o suficiente para chegar uma nova rodada de petiscos e bebidas. Como sempre, Taehyung e Yoongi ficaram tempo o suficiente para reforçar o laço com os outros e não deixar tão claro a vontade de conversar a sós com o casal.

Demorou mais ou menos uns 15 minutos até a dupla de detetives conseguir arrastar o médico e o bombeiro para os bancos mais isolados daquele bar.

— Eu sinto vocês distantes. — Foi a primeira coisa que Taehyung comentou quando finalmente estavam a sós.

A voz dolorida e a súbita tristeza nos olhos foram o suficiente para construir aquela máscara de amigo magoado. Hoseok e Jin já estão nitidamente amolecidos o suficiente para aceitar qualquer coisa que o Taehyung pedir.

— Nós percebemos isso a um tempo. — Yoongi completou. Armar a cara de coitado não é a especialidade dele, mas demonstrar mágoa não é tão difícil, ele só precisa ficar sério como sempre fica durante conversas desse tipo.— Aconteceu alguma coisa? Podemos conversar sobre isso e resolver.

Taehyung assentiu veementemente dividindo o olhar entre o Hoseok e o Jin.

Apesar de amolecidos, eles ainda resistem, sempre resistem. Fingem resistir aos encantos, na verdade. 

— Por que eu sinto que vocês fizeram isso tudo para encurralar a gente e nos obrigar a conversar?

Os dois detetives teatralmente franziram as sobrancelhas ofendidos pela pergunta.

Jin engoliu a seco, mas não voltou a atrás. Ele olha para cada um enquanto Hoseok olha para nenhum.

— Hyung...— Taehyung fala de uma forma tão dolorida que atrai o olhar do Hoseok para si.

O bombeiro está arrependido mesmo que não tenha falado nada.

Jin controla o impulso de pedir desculpas. Ele apenas suspira esperando uma resposta.

Yoongi faz carinho nas costas do Taehyung para confortar o amigo, que atua tão bem que chega a ser engraçado.

— Nós só queremos saber se estava tudo bem e obviamente não perguntaríamos isso na frente de um monte de gente. — Foi Yoongi quem respondeu. — Até porquê você provavelmente nos acusaria de estar tentando constrangê-lo ou alguma porra desse tipo. E como sempre, você apenas vê maldade nas nossas ações sendo que nós genuinamente sentimos falta de vocês. Eu e o Tae.

— Nós estávamos atarefados demais. — Hoseok quem fala, mas nem Taehyung e muito menos Yoongi olham para ele. — Jin pegou muitos plantões seguidos, ele estava cansado, mas nós dois recebemos dois dias de folga. Se quiserem, podemos fazer alguma coisa.

O bombeiro propõe na tentativa de aliviar o clima e fazer os outros dois sorrirem de novo. Obviamente os detetives mantém a feição de mágoa.

Taehyung olha para o próprio colo brincando com os dedos enquanto faz biquinho bem sutil, mas muito parecido com os biquinhos que fazia quando estava genuinamente triste.

Jin se sente ainda mais culpado.

— Nós íamos chamar vocês para comer e cantar no karaokê do JK, mas aparentemente vocês não parecem muito dispostos, só falaram isso por pena ou sei la o que. — Taehyung murmurou magoado e bebeu o último gole de cerveja antes de catar a carteira do bolso, e jogar uma nota de cem dólares na mesa. — A nossa parte da conta. Vamos, Gi.

— Espera. — Jin chamou antes mesmo de Taehyung terminar de levantar. — Nós vamos. Vou pagar a conta.