Prólogo

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7 anos atrás

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7 anos atrás. 

— O que você realmente achou? Que eu te queria? Foi só uma noite. Vocês são tão bons na cama. — E com um sorriso a garota afastou os lençóis brancos e saiu, se vestindo ás pressas.

Mais uma vez, eu fui enganado. Era sempre daquele jeito, daquela maneira! Não importa o quão bom o contato fosse, ou o quão gentil eu os tratasse, os humanos sempre me largavam no segundo em que íamos para a cama. O pior? Eu acreditava em suas palavras, sempre que diziam me amar, meu coração saltitava de alegria, simplesmente para ser jogado fora segundo depois. E as lágrimas novamente inundavam meus olhos e as feridas...demorariam para cicatrizar. 

Sereias são encantadoras, sexys, angelicais, isso eram adjetivos que os humanos sempre colocavam ao se referir a nós. Mas, também fugiam de compromissos sérios. Se pelo menos soubessem o que suas incertezas e atitudes faziam conosco, talvez parariam. Eu não sei de onde os rumores sobre nós começou, mas eles desonraram a reputação de minha espécie e inverteram a imagem que as pessoas tinham de nós.

— Oh, Caspian...— Malila era uma amiga que sempre estava presente nas horas difíceis. Seus braços bronzeados me cercaram em um aperto confortável. — Não chore. Vai ficar tudo bem. 

— Por que? Por que, Malila? Por que os humanos são tão frios? — Eu perguntava, sem segurar os soluços que saiam de minha garganta. Meus braços estavam ao redor de meus joelhos, enquanto a menina começava a fazer cafunés em minha cabeça.

— Eles são idiotas, não sabem dar valor ao que possuem. Ela vai se arrepender algum dia, tenho certeza.

Quando sereias se relacionam, vivem todos os momentos com intensidade, guardam todas as memórias e detalhes. Aquela menina, Anastácia, possuía uma mania persistente de mexer nas pontas dos cabelos quando estava preocupada com algo, mas eu duvidava que ela soubesse disso. Sabendo de tudo o que a garota gostava, aprontei uma grande festa no jardim da casa e cantei os parabéns, pensei mesmo que a deixaria feliz. Então ela me convenceu de ir para cama e termos nossa primeira vez, mas na outra manhã, fui descartado como os restos de uma comida. 

— Por que somos assim, Malila? 

— Assim como? Perfeitos? Lindos?

— Fracos. Emocionalmente. 

— Ah, querido. Sermos emotivos não significa fraqueza, mas sim pureza. Os humanos que são cheios de malicia e rancor para entenderem. 

Magoar uma sereia era a mesma coisa que tentar destruí-la. Pois quanto mais tempo um relacionamento durava, mais tempo sofreríamos para esquece-lo. Era nossa natureza. A beleza que possuíamos ao meu ver não passava de uma maldição, já que os outros só se interessavam por ela e nada mais. Até quando eu viveria daquele modo? Até quando daria meu coração para as pessoas erradas o quebrarem? E lá se iam mais anos para esquecer Anastácia. 

— Não fique assim, meu bem. Algum dia vai encontrar alguém que lhe dê a atenção devida! Alguém que vai querer ficar para sempre com você.

— O amor é bom, Mali, mas machuca demais. Vou parar de procura-lo. — E com isso a garota voltou a me abraçar, deixando os cabelos negros e compridos caírem sobre meu rosto. Nunca mais. Nunca mais vou me entregar.

Um Amor Em Águas SalgadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora