Capítulo 03

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— Está se metendo dentro da nossa casa

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— Está se metendo dentro da nossa casa. — Kelsey me respondeu, ao ouvir o que eu havia dito. Felizmente ela não parecia ter entendido o que realmente eu quis dizer.

Seguindo os passos da pequena menina, fui levada para dentro do corredor de paredes de mármore e escuro, com lâmpadas amareladas ligadas. Rapidamente, dentro do cômodo, percebi que a luz do local era pouca e até falha. Uma família rica estava devendo a conta de luz? Foi a única coisa em que pensei, procurando observar os detalhes o máximo que podia. Havia uma escada ao lado desse corredor, que levava para o andar superior, onde os quartos ficavam, segundo Babara.

— Deve estar estranhando a falta de luz, né? — A adolescente que carregava minhas malas, sussurrou para mim, sem interromper o tour que sua mãe dava, alegremente.

— Pensei que fosse um costume de vocês.

— Caspian tem muita sensibilidade na visão, em terra seca.

— Me desculpe perguntar, mas ele sofre de alguma deficiência? — Tentei ser o mais simpática possível, sem querer ofender ou constranger ninguém. Tudo bem se o irmão possuía algum problema visual, não era algo importante para mim e eu podia me acostumar com as luzes fracas.

— Não! Bom...não tratamos como deficiência, é só mais confortável para ele. — A resposta me deixou mais encabulada, mas tive de prestar atenção em Bárbara quando a mulher bateu as palmas em plena sala de jantar.

— E aqui é nosso lugar preferido! É onde nos reunimos para compartilhar nosso dia a dia! E as fofocas. — Os olhos da mãe ganharam um brilho forte com a última frase, o que me fez entender que era uma fofoqueira de primeira. — Mas apenas fofocas saudáveis! — Ela piscou para mim, sorrindo arteira.

— Mãe! Vai deixar ela constrangida! Você nem sabe se ela gosta disso!

— Me desculpe, querida! Você não conversa muito em família? — Seu tom era hesitante, tomando cuidado para não me machucar.

— Claro! Sem problemas! Vou amar jogar conversa fora. — Forcei um sorriso, sentindo que dizer que eu amava fofocas era no mínimo errado.

— Viu, filha? Ela vai ser um membro muito bem-vindo. — E sem escutar a adolescente, a mulher mais velha andou até a cozinha, tirando de lá mais uma senhora de avental branco com chapéu e uma pele enrugada, mas conservada para a idade. — E esta é Melinda, nossa cozinheira especial.

— Olá! — Eu falei, levantando a mão levemente em um comprimento sutil.

A senhora sorriu para mim, levantando a mão em resposta, mas não disse nada. Seus olhos me observaram dos pés a cabeça, como se quisesse averiguar algo além da minha compreensão. Me sentindo desconfortável com a atenção, olhei para Louise em busca de alguma explicação.

— A Melinda é muda. Ela não nasceu com as cordas vocais em bom estado e não pode utilizar delas. — A adolescente se apressou em dizer, vendo o meu mal entendido.

Um Amor Em Águas SalgadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora